@article{Guerola_Lucena_2021, place={Campinas, SP}, title={“Essa mesma arma contra eles”: capitalismo, poder, linguagem e educação indígena}, volume={60}, url={https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8664760}, abstractNote={<p>No âmbito de processos de estratificação e categorização, organização e legitimação da desigualdade no capitalismo, constitutivos da sociedade atual, descrevemos e discutimos, neste artigo, o modo como lideranças indígenas subvertem recursos textuais ao darem resposta às exigências de elaboração de documentos escolares que instituições governamentais fazem às escolas de suas comunidades. Os dados aqui apresentados foram gerados, através de uma abordagem etnográfica, em uma ação de extensão de um programa federal de formação continuada de professores indígenas, a <em>Ação Saberes Indígenas na Escola, </em>desenvolvida no estado de Santa Catarina, em terras indígenas guarani, kaingang e laklãnõ-xokleng. O dado sobre o qual nos debruçamos é um texto de Kerexu Yxapyry, liderança mbya-guarani da Terra Indígena Morro dos Cavalos (Palhoça/SC). A análise e a discussão que tecemos com base nele são pautadas em estudos atentos às realidades linguístico-discursivas do campo situado e às ideologias que são articuladas para controle e regulamentação de recursos textuais nas práticas sociais. Os resultados da discussão apontam para uma <em>obediência subversiva </em>das lideranças ao se apropriarem de recursos textuais em práticas de letramento, criando, recriando e decidindo em prol de dominar sua realidade e fazer cultura. Gêneros textuais, como um projeto político-pedagógico (PPP), acabam se constituindo, no campo da educação escolar indígena, como se verifica no nosso contexto aplicado, em frentes de batalha ligadas ao letramento e às regras e exigências complexas e pesadas que polícias discursivas buscam impor para conjurar os poderes e perigos dos discursos indígenas em relação à educação escolar que desejam. Nessa frente, defendemos que a subversão de elementos textuais pode ser interpretada como fazendo parte de práticas de letramentos de reexistência, aqueles em que sujeitos agentes contestam moldes e espaços socialmente legitimados em relação aos usos da linguagem, situando-se na fronteira entre a obediência e a subversão textual nas periferias do capitalismo.</p>}, number={2}, journal={Trabalhos em Linguística Aplicada}, author={Guerola, Carlos Maroto and Lucena, Maria Inêz Probst}, year={2021}, month={set.}, pages={425–438} }