TY - JOUR AU - Mercuri, Karen Tank AU - Lima-Lopes, Rodrigo Esteves de PY - 2020/07/23 Y2 - 2024/03/28 TI - Discurso de ódio em mídias sociais como estratégia de persuasão popular JF - Trabalhos em Linguística Aplicada JA - Trab. Linguíst. Apl. VL - 59 IS - 2 SE - Dossier Digital and semiotic mechanisms of contemporary populisms DO - UR - https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8658475 SP - 1216-1238 AB - <p>Este artigo busca compreender o momento atual, dando um passo atrás, para mostrar que em uma situação anterior à campanha eleitoral de 2018, já havia indícios do populismo digital (CESARINO, 2018): o aparato digital e a mobilização (produção e compartilhamentos de <em>hashtags</em> no Twitter), bem como a tática política de estabelecer um eixo sintagmático amigo-inimigo. Mais especificamente, o intuito aqui é analisar discussões políticas, dentro do quadro linchamento virtual (MACEDO, 2018), de duas maneiras: (i) por suas conexões, utilizando modelos de redes aplicados às redes sociais <em>online</em>, conforme descritos nos trabalhos de&nbsp; Recuero (2005, 2014) e Lima-Lopes (2017, 2018) e; (ii) pelo discurso contido nas postagens, segundo o Sistema de Avaliatividade (MARTIN e WHITE, 2005) e suas aplicações em Língua Portuguesa (VIAN JR et. al, 2010). Foi considerada para esta pesquisa a utilização no Twitter da <em>hashtag</em> #Dia28EuVouTrabalhar, criada e disseminada com o intuito de contrariar a Greve Geral marcada para o dia 28 de abril de 2017, cujo objetivo era protestar contra as reformas trabalhista e da previdência. A raspagem de dados e os grafos de conexão foram feitos com o auxílio dos <em>softwares </em>NodeXL e Gephi, respectivamente. Ao final, observou-se que os principais influenciadores na rede tinham grande importância na disseminação do discurso de ódio, pois o grande número de seguidores possibilitou o espalhamento em larga escala. Vale ressaltar que o nó central da rede estudada era um deputado estadual do Rio de Janeiro e filho de um político com pretensão à presidência da República. A principal avaliação expressa nas postagens, em relação aos sentimentos, foi a insatisfação com o partido político que se manteve na presidência do Brasil por catorze anos e que fora interrompido por um impeachment, no ano anterior a esta greve. Já em relação ao Julgamento, as postagens revelaram uma descrença quanto à ética e confiabilidade tanto em relação aos grevistas quanto aos organizadores. Com isso, pode-se observar que a repetição e padronização de discursos estigmatizados, bem como sua pulverização em mídia social, foram – e ainda são – utilizadas como instrumento para conseguir o apoio popular. &nbsp;</p> ER -