Banner Portal
Traduzir a identidade feito manteiga
PDF (Español (España))

Palavras-chave

Identidade
Paratradução
Transculturalidade
Mestiçagem
Beur
Beurette

Como Citar

YUSTE FRÍAS, José. Traduzir a identidade feito manteiga: o francês beur. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 59, n. 2, p. 1031–1046, 2020. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8660617. Acesso em: 24 abr. 2024.

Resumo

A palavra francesa arabe («árabe») está na origem do termo francês beur que foi criado em verlan para designar as pessoas nascidas na França cujos pais ou avós eram imigrantes vindos do Magrebe. Depois de uma breve descrição sobre como esse termo foi formado dentro da língua francesa durante a década de oitenta do século passado, este artigo começará questionando a razão de a forma feminina ser beurette e não beure. Na sequência, apresentaremos como alguns tipos muito específicos de tradução da identidade do Outro foram realizadas em outros tempos colonizados. O fato de beur ser um homófono perfeito de beurre (manteiga) em francês acarreta uma série de consequências simbólicas que se resumem na nula vontade política do governo francês de traduzir, adequada e corretamente, todos os pertencimentos da identidade mestiça das pessoas nascidas na França com origens magrebinas, em prol de uma suposta "integração" republicana francesa. Assim, no uso coloquial da língua francesa, foram criados dois neologismos (beur e beurette) que, dada a sua dificuldade de tradução, foram exportados para outras línguas como empréstimos lexicais, mas a correta interpretação desses termos deixa muito a desejar. No final do artigo, apresentamos uma reflexão crítica, a título de conclusão, sobre os termos beur e beurette como «intraduzíveis» no sentido apontado por Barbara Cassin, propondo como podemos resolver a aparente contradição de traduzir «o intraduzível» quando quem traduz e interpreta sabe situar-se «entre» línguas e culturas, graças à noção de paratradução.
PDF (Español (España))

Referências

BLANCHARD, Pascal, Nicolas BANCEL, Gilles BOETSCH, Dominic THOMAS, y Christelle TARAUD [eds.] (2018). Sexe, race & colonies. La domination des corps du XVe siècle à nos jours, París: La Découverte.
CASSIN, Barbara (2018). La Nostalgie: Quand donc est-on chez soi ?, París: Autrement.
CASSIN, Barbara (2016). Éloge de la traduction. Compliquer l’universel, París: Fayard.
CASSIN, Barbara [dir.] (2014). Vocabulaire européen des philosophies. Dictionnaire des intraduisibles, París: Seuil–Le Robert.
DERRIDA, Jacques (2002). L’Autre Cap, París: Galilée.
DESPLANQUES, François (1997). A.N.I., Beurs et compagnie ou comment diable les nommer ? Cahiers de la Méditerranée, n°54, 1. Mots et migrations [Actes du colloque de Grasse, novembre 1996], pp. 237-244. Disponible en red: https://doi.org/10.3406/camed.1997.1189
LAPLANTINE, François y Alexis NUSELOVICI (NOUSS) (1997) Le métissage. Un exposé pour comprendre. Un essai pour réféchir, París: Flammarion.
LIAUZU, Claude (1997). Mots et migrants méditerranéens Cahiers de la Méditerranée, n.°54, 1, pp. 1-14. Disponible en red: https://doi.org/10.3406/camed.1997.1171
NUSELOVICI (NOUSS), Alexis (2005) Plaidoyer pour un monde métis, París: Textuel.
TOURNIER, Maurice (2002). D’arbicot à beur : des mots tordus Langages. Des mots en politiques Propos d’étymologie sociale, tome 2, pp. 15-19. Disponible en red: https://books.openedition.org/enseditions/1703
YUSTE FRÍAS, José (2018c). Traduire et interpréter le migrant III : partager une paëlla Sur les seuils du traduire. Un carnet de recherche sur la traduction et la paratraduction, Marsella–París–Lisboa: Hypothèses_OpenEdition_Centre pour l’édition électronique ouverte (Cléo)_CNRS_EHESS_Université d’Aix-Marseille_Université d’Avignon [en red], entrada del 31/05/2018: https://seuils.hypotheses.org/1950
YUSTE FRÍAS, José (2018b). Traduire et interpréter le migrant II : s’attarder au buffet à volonté Sur les seuils du traduire. Un carnet de recherche sur la traduction et la paratraduction, Marsella–París–Lisboa: Hypothèses_OpenEdition_Centre pour l’édition électronique ouverte (Cléo)_CNRS_EHESS_Université d’Aix-Marseille_Université d’Avignon [en red], entrada del 07/05/2018: https://seuils.hypotheses.org/1948
YUSTE FRÍAS, José (2018a). Traduire et interpréter le migrant I : avaler une purée de légumes Sur les seuils du traduire. Un carnet de recherche sur la traduction et la paratraduction, Marsella–París–Lisboa: Hypothèses_OpenEdition_Centre pour l’édition électronique ouverte (Cléo)_CNRS_EHESS_Université d’Aix-Marseille_Université d’Avignon [en red], entrada del 09/04/2018: https://seuils.hypotheses.org/1858
YUSTE FRÍAS, José (2017). Identité culturelle et TIMS Sur les seuils du traduire. Un carnet de recherche sur la traduction et la paratraduction, Marsella–París–Lisboa: Hypothèses_OpenEdition_Centre pour l’édition électronique ouverte (Cléo)_CNRS_EHESS_Université d’Aix-Marseille_Université d’Avignon [en red], entrada del 05/09/2017: http://seuils.hypotheses.org/1760
YUSTE FRÍAS, José (2016). Por una comunicación transcultural en los servicios públicos de traducción e interpretación. In: Óscar Ferreiro Vázquez [ed.] Traducir e interpretar lo público, Granada: Comares, pp. 105-119. Disponible en red: https://www.academia.edu/30580393/Por_una_comunicaci%C3%B3n_transcultural_en_los_servicios_p%C3%BAblicos_de_traducci%C3%B3n_e_interpretaci%C3%B3n
YUSTE FRÍAS, José (2014). Realidad profesional de la industria de la traducción y falacia de la competencia nativa. In: Montero Domínguez, Xoán [ed.] Traducción e industrias culturales. Nuevas perspectivas de análisis, Frankfurt am Main–Bern–Bruxelles–New York–Oxford–Warszawa–Wien: Peter Lang, Col. Studien zur romanischen Sprachwissenschaft und interkulturellen Kommunikation, dirigida por Gerd Wotjak, vol. 96, pp. 77-91. Disponible en red: https://www.academia.edu/7683293/Realidad_profesional_de_la_industria_de_la_traducci%C3%B3n_y_falacia_de_la_competencia_nativa
YUSTE FRÍAS, José (2015b). Paratraducción: la traducción de los márgenes, al margen de la traducción DELTA: Revista de Documentação de Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada, vol. 31, special issue, pp. 317-347. Disponible en red: https://www.scielo.br/pdf/delta/v31nspe/1678-460X-delta-31-spe-00317.pdf
YUSTE FRÍAS, José (2015a). La traduction comme métissage des cultures Sur les seuils du traduire. Un carnet de recherche sur la traduction et la paratraduction, Marsella–París–Lisboa: Hypothèses_OpenEdition_Centre pour l’édition électronique ouverte (Cléo)_CNRS_EHESS_Université d’Aix-Marseille_Université d’Avignon [en red], entrada del 06/11/2015: https://seuils.hypotheses.org/1405
YUSTE FRÍAS, José (2013). Identité et traduction Sur les seuils du traduire. Un carnet de recherche sur la traduction et la paratraduction, Marsella–París–Lisboa: Hypothèses_OpenEdition_Centre pour l’édition électronique ouverte (Cléo)_CNRS_EHESS_Université d’Aix-Marseille_Université d’Avignon [en red], entrada del 24/05/2013: https://seuils.hypotheses.org/785

O periódico Trabalhos em Linguística Aplicada utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto, em que:

  • A publicação se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores;
  • Os originais não serão devolvidos aos autores;
  • Os autores mantêm os direitos totais sobre seus trabalhos publicados na Trabalhos de Linguística Aplicada, ficando sua reimpressão total ou parcial, depósito ou republicação sujeita à indicação de primeira publicação na revista, por meio da licença CC-BY;
  • Deve ser consignada a fonte de publicação original;
  • As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.