Resumo
Neste artigo propõe-se uma análise do filme “O Bandido da Luz Vermelha” (1968), do diretor Rogério Sganzerla. Considerado como um dos precursores do “Cinema Marginal”, o filme é abordado sob a perspectiva da História Urbana, de modo a compreender como se deu o processo de estigmatização da região central da cidade de São Paulo, particularmente da área denominada “Boca do Lixo”, apontada como o lócus da criminalidade e da violência. Partindo do pressuposto de que o imaginário do “submundo” é uma construção social, pretende-se perscrutar qual o papel dos meios de comunicação de massa e da indústria cultural, particularmente do cinema, neste processo.
Referências
ABREU, Nuno. Boca do Lixo: cinema e classes populares. São Paulo; UNICAMP, 2015
ANELLI, Renato. Redes de mobilidade e urbanismo em São Paulo. das radiais/perimetrais do Plano de Avenidas à malha direcional PUB. In: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/07.082/259, disponível em 05/02/2017.
BERNARDET, Jean-Claude. O Bandido da Luz Vermelha. São Paulo; FDE, 1990
CAMPOS, Candido Malta. Os rumos da cidade: urbanismo e modernização em São Paulo. São Paulo; SENAC, 2002.
CAMPOS, Candido Malta. Construção e desconstrução do Centro de São Paulo. http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252004000200018&script=sci_arttext, disponível em 03/02/2017
CANDEIAS, Ozualdo. Uma rua chamada Triumpho. 2. Edição. São Paulo, IMESP, 2002.
FERREIRA, Jairo. Cinema de invenção. São Paulo; Azougue, 2016.
FRANCO, Herta. Políticas de preservação e construção da memória urbana: o caso de Santa Efigênia (SP). Revista CPC. São Paulo (16), maio/out 2013, p. 7-35.
GUERRA,Abílio. A antiga Rodoviária da Luz: Sobre a autoria do projeto do edifício http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/10.108/5959, disponível em 03/02/2017.
HORKHEIMER, M., e ADORNO, T. W., Dialética do Esclarecimento: Fragmentos filosóficos. Trad. Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.
JOANIDES, Hiroito. Boca do lixo.São Paulo; Ed. Populares, 1977.
KALIFA, Dominique. Les bas-fond: histoire d´un imaginaire. Paris; Seuil, 2013
KARA-JOSÉ, Beatriz. Políticas culturais e negócios urbanos: a instrumentalização da cultura na revalorização do Centro de São Paulo 1975-2000. São Paulo; Annablume, 2007.
LIPOVETSKY, Gilles e SERROY, Gilles. A estetização do mundo: viver na era do capitalismo artista. São Paulo; Cia das Letras, 2015.
NAPOLITANO, Marcos. O Olhar tropicalista sobre São Paulo. In: Varia História. Belo Horizonte, vol. 31, n.34, p.504-520, jul 2005.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/circulo/historia_folha.htm, disponível em 20/02/3017
http://fcl.com.br/tv-gazeta/historia/, disponível em 20/02/2017
SGANZERLA, Rogério. Encontros. Organização Roberta Canuto. Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2007.
SOUZA, José Inácio de Melo Souza. Salas de cinema e história urbana de São Paulo (1895-1930). São Paulo; SENAC, 2016.
TELES, Angela. Ozualdo Candeias na Boca do Lixo: a estética da precariedade no cinema paulista. São Paulo; EDIC; FAPESP, 2012.
VASCONCELOS, Gilberto Felisberto. Sganzerla era um brasileiro que amava o cinema. In: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2601200408.htm, disponível em 22/02/2017
XAVIER, Ismail, Alegorias do Subdesenvolvimento: Cinema Novo, Tropicalismo, Cinema Marginal. São Paulo: Brasiliense, 1993.
WACQUANT, Loïc; SLATER, Tom; PEREIRA, Virgílio. Territorial stigmatization in action. In: http://www.geos.ed.ac.uk/homes/tslater/terstiginaction.pdf, disponível em 05/02/2017.
Filme: O BANDIDO DA LUZ VERMELHA São Paulo, 1968, 35 mm, PB, 92 min Direção e roteiro: Rogério Sganzerla Montagem: Sílvio Renoldi Fotografia: Peter Overbeck Câmera: Carlos Alberto Ebert Elenco: Paulo Villaça, Helena Ignez, Pagano Sobrinho, Luiz Linhares, Roberto Luna.
A URBANA: Revista Eletrônica do Centro Interdisciplinar de Estudos sobre a Cidade utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.