Notas sobre o jovem Kant, sua distinção dos domínios de aplicação e algumas de suas fontes científicas
PDF

Palavras-chave

Kant
Forças vivas
Metafísica
Método

Como Citar

Farhat, P. (2023). Notas sobre o jovem Kant, sua distinção dos domínios de aplicação e algumas de suas fontes científicas. Kant E-Prints, 17(3), 95–112. https://doi.org/10.20396/kant.v17i3.8673613

Resumo

Buscando fontes para o estudo da relação histórica entre Kant e as ciências da natureza, analisaremos a relevância inicial do debate entre duas figuras importantes na filosofia e nas ciências do século XVIII sobre ele: J.-J. d’O. de Mairan e Madame du Châtelet. Tratando de um aspecto da tese geral do primeiro escrito de Kant, Pensamentos sobre a verdadeira estimação das forças vivas (1747) e da forma como incidiram neste, em seguida discutiremos o debate entre eles acerca das forças vivas, localizando-os conceitual e historicamente nesta disputa. Com isso, pretendemos mostrar que Kant estava ensaiando aqui uma primeira versão de um movimento que se tornaria característico seu, basilar para a elaboração da filosofia crítica.

https://doi.org/10.20396/kant.v17i3.8673613
PDF

Referências

Barra, E. S. de O. (2010). A primazia das relações sobre as essências: as forças como entidades matemáticas nos Principia de Newton. Scientiae Studia, 8(4), 547–569, https://doi.org/10.1590/S1678-31662010000400003

Cañedo-Argüelles, J. A. (1988). Comentario. In I. Kant, Pensamientos sobre la verdadeira estimación de las fuerzas vivas (pp. 195–476). Peter Lang.

Châtelet, G. E. M. du. (1740). Institutions de Physique. Prault. Disponibilizado pelo sistema Gallica, da Bibliothèque nationale de France (BnF). Recuperado em 21 de dezembro de 2020, de https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k75646k

Châtelet, G. E. M. du. (1741). Réponse sur la question des forces vives. Foppens. Disponibilizado pelo sistema Gallica, da Bibliothèque nationale de France (BnF). Recuperado em 11 de agosto de 2021, de https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k75679j

Châtelet, G. E. M. du. (2009). Selected Philosophical and Scientific Writings (J. Zinsser, Ed.; I. Bour e J. Zinsser, Trad.). University of Chicago Press.

Detlefsen, K. (2018). Émilie du Châtelet. In E. N. Zalta (Ed.), The Stanford Encyclopedia of Philosophy. Stanford university. Recuperado em 07 de janeiro de 2020, de https://plato.stanford.edu/archives/win2018/entries/emilie-du-chatelet/

Farhat, P. C. (2021). Método e metafísica na gênese da filosofia crítica de Immanuel Kant [Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do ABC]. Recuperado em 03 de outubro de 2022, de http://biblioteca.ufabc.edu.br/index.php?codigo_sophia=122492

Fragelli, I. C. (2018). A linguagem e as formas da natureza: breve estudo da noção de força na filosofia e nas ciências do século XVIII. doispontos, 15(1), 143–159. http://dx.doi.org/10.5380/dp.v15i1.57210

Giusti, E. M. (2004). A filosofia da matemática no Preisschrift de Kant: um estudo sobre as interpretações de Parsons e Hintikka. Educ; Fapesp.

Hagengruber, R. (2019). Émilie Du Châtelet zwischen Leibniz und Kant. Du Châtelet in der Eberhard-Kant-Kontroverse. In R. Hagengruber & H. Hecht (Eds.), Emilie Du Châtelet und die deutsche Aufklärung. Frauen in Philosophie und Wissenschaft. Women Philosophers and Scientists (pp. 173–196). Springer. https://doi.org/10.1007/978-3-658-14022-9_6

Hagengruber, R. (Ed.). (2012). Emilie du Châtelet between Leibniz and Newton. Springer. https://doi.org/10.1007/978-94-007-2093-0

Hagengruber, R., & Hecht, H. (Eds.). (2019). Emilie Du Châtelet und die deutsche Aufklärung. Frauen in Philosophie und Wissenschaft. Women Philosophers and Scientists. Springer. https://doi.org/10.1007/978-3-658-14022-9

Hine, E. M. (1995). Dortous de Mairan and eighteenth century “systems theory”. Gesnerus, 52, 54-65.

Hine, E. M. (2008). Jean-Jaques d’Ortous de Mairan. In N. Koertge (Ed.), New dictionary of scientific biography (Vol. V, pp. 10–13). Charles Scribner’s Sons.

Jammer, M. (2011). Conceitos de força: estudo sobre os fundamentos da dinâmica (V. Ribeiro, Trad.; W. M. da Silva Junior, Rev. técnica; A. Mattoso, Trad. das passagens em latim). Contraponto: Ed. PUC-Rio.

Kant, I. (1902-). Gesammelte Schriften herausgegeben von der Deutschen Akademie der Wissenschaften (anteriormente Königlichen Preussischen Akademie der Wissenschaften, 29 vols). De Gruyter. Recuperado em 21 de julho de 2020, de https://korpora.zim.uni-duisburg-essen.de/kant/verzeichnisse-gesamt.html

Kant, I. (1988). Pensamientos sobre la verdadeira estimación de las fuerzas vivas (J. A. Cañedo-Argüelles, Tradução e comentário). Peter Lang.

Kant, I. (1992). Theoretical Philosophy 1755-1770 (D. Walford, Ed. & Trans.). Cambridge University Press.

Kant, I. (1993). Observações sobre o sentimento do belo e do sublime; Ensaio sobre as doenças mentais (V. de Figueiredo, Trad.). Papirus [3a ed., com estudo pelo tradutor: Editora Clandestina, 2018]. Recuperado em 09 de junho de 2021, de https://5549e55e-94de-4f3c-8552-ca9b392d3230.filesusr.com/ugd/3adc88_045dc4023270449085ea95a217a6324d.pdf

Kant, I. (2004). Observaciones sobre el sentimiento de lo bello y lo sublime. Edición bilíngue alemão-espanhol. (D. M. G. Castro, Tradução, estudo, notas e índice). Fondo de Cultura Económica.

Kant, I. (2005). Escritos pré-críticos (J. Barbosa, J. Beckenkamp, L. Codato, P. Licht dos Santos e V. de Figueiredo, Trad.). Editora UNESP.

Kant, I. (2012). Natural Science (E. Watkins, Ed.; L. W. Beck, J. B. Edwards, O. Reinhardt, M. Schönfeld e E. Watkins, Trans.). Cambridge University Press.

Kant, I. (2015). Crítica da razão pura (F. C. Mattos, Trad.; 4a ed.). Vozes; Editora Universitária São Francisco.

Kant, I. (2016). Crítica da faculdade de julgar (F. C. Mattos, Trad.; 4a ed.). Vozes; Editora Universitária São Francisco.

Laudan, L. (1968). The Vis Viva Controversy: A Post-Mortem. Isis, 59, 131–143.

Le Lay, C. Rémy, F. (2015). La Dissertation sur la glace (1749). Revue d’histoire des sciences. Tomo 68, 2015/2, pp. 359–374. Recuperado em 12 de setembro de 2022, de https://www.cairn.info/revue-d-histoire-des-sciences-2015-2-page-359.htm

Loparic, Z. (1997). Descartes Heurístico. UNICAMP, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas.

Loparic, Z. (2005). A semântica transcendental de Kant (3a ed.). UNICAMP, Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência.

Lu-Adler, H. (2018). Between Du Châtelet’s Leibniz Exegesis and Kant’s Early Philosophy: A Study of Their Responses to the vis viva Controversy. In K. L. Dunlop & S. Levey (Eds.), From Leibniz to Kant (pp. 177–194). Brill-Mentis. https://doi.org/10.30965/9783957437907_011

Mairan, J.-J. d’O. de. (1728). Dissertation sur l’estimation et la mésure des forces motrices des corps. In ACADÉMIE DES SCIENCES (FRANÇA). Histoire de l’Académie royale des sciences […] avec les mémoires de mathématique & de physique […] tirez des registres de cette Académie. Imprimerie Royale. Disponibilizado pelo sistema Gallica, da Bibliothèque nationale de France (BnF). Recuperado em 11 de agosto de 2021, de https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k35908

Mairan, J.-J. d’O. de. (1741). Lettre à Mme de Châtelet sur la question des forces vives. Charles-Antoine Jombert. Recuperado em 21 de julho de 2020, de https://archive.org/details/A2990472

Mairan, J.-J. d’O. de. (1749). Dissertation sur la Glace ou Explication physique de la formation de la Glace, & de ses divers phénomènes. Imprimeire Royale.

Mairan, J.-J. d’O. de. (1752). Abhandlung von dem Eisse oder physikalische Erklärung der Entstehung des Eisses. F. L. Erben. Recuperado em 25 de julho de 2020, de https://books.google.ca/books?id=R4k5AAAAcAAJ&pg=PP7#v=onepage&q&f=false

Massimi, M., & De Bianchi, S. (2013). Cartesian echoes in Kant’s philosophy of nature. Studies in History and Philosophy of Science, 44(3), 481–492. http://dx.doi.org/10.1016/j.shpsa.2012.10.011

Papineau, D. (1977). The Vis Viva Controversy. Studies in History and Philosophy of Science, 8, 111–142.

Perez, D. O. (1998). Kant pré-crítico: a desventura filosófica. Edunioeste.

Perez, D. O. (2008). Kant e o problema da significação. Champagnat.

Perin, A. (2019). Da Investigação à Crítica: a busca kantiana pela definição do método da filosofia. Kant e-Prints, 14(3), 6–35.

Reichenberger, A. (2019). Die Rolle der Familie Keyserlingk und des Gottsched-Kreises für Kants Du Châtelet-Rezeption. In R. Hagengruber & H. Hecht (Eds.), Emilie Du Châtelet und die deutsche Aufklärung. Frauen in Philosophie und Wissenschaft. Women Philosophers and Scientists (pp. 245–271). Springer. https://doi.org/10.1007/978-3-658-14022-9_8

Santos, P. R. L. dos. (2004). Ensaios sobre o problema antinômico na filosofia kantiana [Tese de doutorado, Universidade de São Paulo].

Scherer, F. C. (2022). Análise das primeiras diretrizes metodológicas de Kant – O caso da solução kantiana à polêmica cartesiana-leibniziana das forças vivas. Kant e-Prints, 17(1), 49–74.

Silva, M. S. da. (2020). Émilie du Châtelet. Blogs de Ciência da Universidade Estadual de Campinas: Mulheres na Filosofia, 6(3), 76–88. Recuperado em 07 de janeiro de 2020, de https://www.blogs.unicamp.br/mulheresnafilosofia/emilie-du-chatelet/

Terrall, M. (1995). Émilie Du Châtelet and the Gendering of Science. History of Science, 33(3), 283–310. http://doi.org/10.1177/007327539503300302

Terrall, M. (2004). Vis Viva Revisited. History of Science, 42(2), 189–209. https://doi.org/10.1177%2F007327530404200202

Tonelli, G. (1959). Elementi metodologici e metafisici in Kant dal 1745 al 1768. Saggio di sociologia della conoscenza. Edizioni di Filosofia.

Trevisan, D. K. (2015). O Tribunal da Razão: Um Estudo Histórico e Sistemático sobre as Metáforas Jurídicas na Crítica da Razão Pura [Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo].

Trevisan, D. K. (2016). Os pensamentos sobre a verdadeira estimação das forças vivas e o surgimento de motivos críticos no pensamento de Kant. Revista de Filosofia Aurora, 28(44), 433–457. https://doi.org/10.7213/aurora.28.044.DS03

Waithe, M. E. (Ed.). (1991). A History of Women Philosophers. Vol. 3 (1600-1900). Springer.

Warda, A. (1922). Immanuel Kants Bücher. Mit einer getreuen Nachbildung des bisher einzigen bekannten Abzuges des Versteigerungskataloges der Bibliothek Kants (M. Breslauer, . Hrsg.). Bibliographien und Studien 3. Martin Breslauer. Recuperado em 07 de janeiro de 2020, transcrição disponível https://publish.uwo.ca/~cdyck5/UWOKRG/kantsbooks.html

Westfall, R. S. (1971). Force in Newton’s Physics. The Science of Dynamics in the Seventeenth Century. Macdonald & Co.; American Elsevier.

Winter, U. (2019). „Metaphysik der Natur“ und „würkende Kräfte“. In R. Hagengruber & H. Hecht (Eds.), Emilie Du Châtelet und die deutsche Aufklärung. Frauen in Philosophie und Wissenschaft. Women Philosophers and Scientists (pp. 197–244). Springer. https://doi.org/10.1007/978-3-658-14022-9_7

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2023 Pedro Farhat

Downloads

Não há dados estatísticos.