Quando a loucura é da cabeça
PDF

Palavras-chave

Kant
Filosofia crítica
Antropologia
Ilusão transcendental

Como Citar

Bocca, F. V. (2023). Quando a loucura é da cabeça . Kant E-Prints, 18(00), 35–49. https://doi.org/10.20396/kant.v18i00.8674732

Resumo

Este artigo apresenta o desenvolvimento da etiologia das doenças mentais no projeto crítico de Immanuel Kant. Desenvolvimento que produziu uma revisão de suas noções inicias de loucura e de metafísica, que teve como desfecho a identificação de um tipo de ilusão que chamou transcendental. Sustentada na analogia entre loucura e metafísica, sua crítica indicou não só os limites do conhecimento, mas também da sanidade mental, ou seja, ao revelar a potência patológica da razão revelou que não se pode conhecer tudo na mesma proporção em que não se pode ser mentalmente saudável. Derivando a loucura de um conflito da razão consigo mesma, foi na razão e seu funcionamento, mais do que no corpo, que a loucura encontrou sua morada, o que repercutiu no deslocamento do prestígio inicial concedido à medicina na etiologia e no tratamento da loucura, concedendo-o à filosofia. Em adição, obstaculizou seu projeto iluminista de progresso social.

https://doi.org/10.20396/kant.v18i00.8674732
PDF

Referências

Bocca, F. V., & Xavier, L. A. F. (2014). Considerações sobre a noção e a função da ilusão na filosofia crítica de Kant e na psicanálise freudo-lacaniana. Kant e-Prints, 9(2), 112–135.

Bocca, F. V. (2017). Das leis naturais ao entusiasmo pela República. Studia kantiana, 15(1), 87–121.

Bocca, F. V., & Perez, D. O. (2019). O pêndulo de Epicuro. CRV.

Conceição, J. (2012). Onomástica da perturbação de ânimo de acordo com Kant. Páginas de Filosofia, 4(1), 71–90.

Conceição, J. (2014). O gemüt e as doenças da cabeça: o lado obscuro da Antropologia. Revista Philósophos, 19(1), 63–96.

David-Ménard, M. (1996). A loucura na Razão Pura. Editora 34.

Dias, R. T. (2021). Naturaleza, conflicto y locura en Kant: el concepto de sinrazón positiva. Con-textos Kantianos, 13, 35–65.

Foucault, M. (2004). História da loucura na idade clássica. Ed. Perspectiva. (Trabalho original publicado em 1972)

Kant, I. (2010). Ensaio sobre a doença das cabeças (P. M. Panarra, Trad. e introd.). Revista Filosófica de Coimbra, 37, 201–224. (Trabalho original publicado em 1764)

Kant, I. (2005). Sonhos de um visionário explicados por sonhos da metafísica. In Kant, I. Escritos pré-críticos. Ed. UNESP. (Trabalho original publicado em 1766)

Kant, I. (2009). Antropologia de um ponto de vista pragmático. Iluminuras. (Trabalho original publicado em 1798)

Perez, D. O. (2009). A loucura como questão semântica: uma interpretação kantiana. Trans/Form/Ação, 32(1), 95–117.

Rauer, C. (2010, jan.-jun.). Kant e a loucura. Kant e-prints, 5(1), 61–74.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2023 Francisco Verardi Bocca

Downloads

Não há dados estatísticos.