Banner Portal
O eleitor antipetista: partidarismo e avaliação retrospectiva
PDF

Palavras-chave

Preferência partidária. Partidarismo. Petismo. Antipartidarismo. Antipetismo.

Como Citar

PAIVA, Denise; KRAUSE, Silvana; LAMEIRÃO, Adriana Paz. O eleitor antipetista: partidarismo e avaliação retrospectiva. Opinião Pública, Campinas, SP, v. 22, n. 3, p. 638–674, 2017. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/op/article/view/8648260. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

Há um grande número de estudos sobre o Partido dos Trabalhadores, abordando desde a sua origem, organização e dinâmica interna até a sua relação com o eleitorado. A legenda, ao longo dos anos, tem apresentado os maiores índices de preferência partidária vis-à-vis as demais, fenômeno esse conhecido como petismo. O artigo propõe-se a analisar a outra face desse fenômeno: a rejeição que parcela do eleitorado tem demonstrado a esse partido, o antipetismo. Queremos saber quem é o eleitor antipetista, com base nos dados do Estudo Eleitoral Brasileiro (Eseb) 2014. Nosso objetivo principal é identificar e caracterizar o perfil do eleitor antipetista, por meio da estatística descritiva, e estabelecer uma comparação com o eleitor antipartidário. Em seguida, recorrendo a um modelo de regressão logística ajustado, detectar o impacto de algumas variáveis sobre a probabilidade de o entrevistado ser identificado como antipetista. Os resultados mostraram que a avaliação negativa do desempenho do governo da presidente Dilma Rousseff e o voto nos candidatos do PSDB nas eleições presidenciais são variáveis determinantes para um eleitor ser antipetista.

PDF

Referências

AARTS, K.; BLAIS, A.; SCHMITT, H. (eds.). Political leaders and democratic elections. Oxford: Oxford University Press, 2013.

AMARAL, O. “As transformações na organização interna do Partido dos Trabalhadores”. Tese de Doutorado, Programa de Pós-Graduação em Ciência Política, Unicamp, Campinas, 2010.

ANGRIST, J. D.; KRUEGER, A. B. "Does compulsory school attendance affect schooling and earnings?". The Quarterly Journal of Economics, vol. 106, nº 4, p. 979-1.014, 1991. Disponível em: <http://doi.org/10.2307/2937954>. Acesso em: 15 out. 2016.

ANGRIST, J. D.; PISCHKE, J. S. Mostly harmless econometrics: an empiricist’s companion. Princeton: Princeton University Press, 2008.

BALBACHEWSKY, E. “Identidade partidária e instituições políticas no Brasil”. Lua Nova, nº 26, p. 133-66, 1992.

BALBACHEWSKY, E.; HOLZHACKER, D. O. “Identidade, oposição e pragmatismo: o conteúdo estratégico da decisão eleitoral em 13 anos de eleições”. Opinião Pública, Campinas, vol. X, nº 2, p. 242-253, 2004.

BARTOLINI, S.; MAIR, P. Identity, competition and electoral availability: the stabilisation of European electorates, 1885-1985. New York: Cambridge University Press, 1990.

BAQUERO, M.; LINHARES, B. F. “Por que os brasileiros não confiam nos partidos? Bases para compreender a cultura (anti)partidária e possíveis saídas”. Revista Debates, vol. 5, nº 1, p. 89-114, 2011.

BLAIS, A. Political leaders and democratic elections. In: AARTS, K.; BLAIS, A.; SCHMITT, H. (eds.). Political leaders and democratic elections. Oxford: Oxford University Press, 2013.

BOUND, J.; JAEGER, D. A; BAKER, R. “The cure can be worse than the disease: a cautionary tale regarding instrumental variables”. NBER Technical Paper Series, p. 1-23, 1995. Disponível em: <http://www.nber.org/papers/t0137.pdf>. Acesso em: 15 out. 2016.

BRAGA, M. S.; PIMENTEL JR., J. “Os partidos políticos brasileiros realmente não importam?”. Opinião Pública, vol. 17, nº 2, p. 271-303, nov. 2011.

CAMPBELL, A., et al. The American voter. New York: John Wile, 1960.

CARREIRÃO, Y. “Opiniões políticas e sentimentos partidários dos eleitores brasileiros”. Opinião Pública, vol. 14, nº 2, p. 319-351, nov. 2008.

CARREIRÃO, Y.; KINZO, M. D. G. “Partidos políticos, preferência partidária e decisão eleitoral no Brasil”. Dados, vol. 47, p. 131-168, 2004.

CÉSAR, B. T. PT: a contemporaneidade possível – base social e projeto político (1980-1991). Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2002.

CONVERSE, P. The nature of belief systems in mass publics. In: APTER, D. (ed.). Ideology and discontent. New York: The Free Press of Glencoe, 1964.

DALTON, R.; MCALLISTER, I.; WATTENBERG, M. The consequences of partisan dealignment. In: DALTON, R.; WATTENBERG, M. (eds.). Parties without partisans. Political change in advanced industrial democracies. Oxford: Oxford University Press, p. 37-63, 2002.

DALTON, R.; MCALLISTER, I.; WATTENBERG, M. “Democracia e identificação partidária nas sociedades industriais avançadas”. Análise Social, vol. XXXVIII, nº 167, p. 295-320, 2003.

DESCHOUWER, K. “Political parties and democracy: a mutual murder?”. European Journal of Political Research, vol. 29, p. 263-278, 1996.

DOWNS, A. An economic theory of democracy. New York: Harper & Row Publisher, 1957.

DRUCKER, P. Sociedade pós-capitalista. São Paulo: Pioneira, 1993.

FIORINA, M. Retrospective voting in American national elections. New Haven: Yale University Press, 1981.

GIMENES, E. R., et al. “Partidarismo no Brasil: análise longitudinal dos condicionantes da identificação partidária (2002-2014)”. Revista Debates, vol. 10, nº 2, p. 121-148, 2016.

GREENE, S. “Understanding party identification: a social identity approach”. Political Psychology, vol. 20, nº 2, p. 393-401, 1999.

GREENE, W. H. Econometric analysis. New York: New York University/ Pearson Education, Inc., 2008.

HIMMEWEIT, H., et al. How voters decide. London: Academic Press Incorporation Ltda., 1981.

HOSMER JR., D. W.; LEMESHOW, S. Applied logistic regression. New York: Wiley, 2005.

IGNAZI, P. “Power and the (il) legitimacy of political parties: an unavoidable paradox of contemporary democracy?”. Party Politics, vol. 20, nº 2, p. 160-169, 2014.

HUNTER, W. Corrupção no Partido dos Trabalhadores. O dilema do “sistema”. In: NICOLAU, J.; POWER, T. Instituições representativas no Brasil. Balanço e reforma. Belo Horizonte/Rio de Janeiro: Ed. UFMG/Iuperj/Ucam, p. 155-167, 2007.

KATZ, R.; MAIR, P. How parties organize. Change and adaptation in party organizations in Western democracies. London: Sage Publications, 1994.

KECK, M. The Workers’ Party and democratization in Brazil. New Haven: Yale University Press, 1992.

KEITH, B., et al. The myth of the independent voter. Berkeley: University of California Press, 1992.

KESTILÄ-KEKKONEN, E. “Anti-party sentiments among young adults. Evidence from fourteen West European countries”. Young, vol. 17, nº 2, p. 145-165, 2009.

KINZO, M. D. G. “A eleição presidencial brasileira de 1989: o comportamento eleitoral em uma cidade brasileira”. Dados, vol. 35, nº 1, p. 49-66, 1992.

KINZO, M. D. G. “Os partidos no eleitorado: percepções públicas e laços partidários no Brasil”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 20, nº 57, p. 65-81, 2005.

KOSIARA-PEDERSEN, K.; SCARROW, S.; VAN HAUTE, E. “Rules of engagement? Party membership costs, new forms of party affiliation, and partisan participation”. Paper presented at ECPR General Conference, Montreal, 26-29 August, 2015. Disponível em: <https://ecpr.eu/Filestore/PaperProposal/6a8a0774-2d50-4a79-a291-41a3de903dd8.pdf>. Acesso em: 15 set. 2016.

LACERDA, A. D. F. “O PT e a unidade partidária como um problema”. Dados, vol. 45, nº 1, p. 39-46, 2002.

LAVAREDA, A. “Governos, partidos e eleições segundo a opinião pública. O Brasil de 1989 comparado ao de 1964”. Dados, vol. 32, nº 3, p. 341-362, 1989.

LAWSON, K.; MERKL, P. When parties fail: emerging alternative organizations. Princeton: Princeton University Press, 1988.

LIPOW, A.; SEYD, P. “The politics of anti-partyism”. Parliamentary Affairs, vol. 49, nº 2, p. 273-284, April, 1996.

MAINWARING, S. Rethinking party systems in the third wave of democratization: the case of Brazil. Stanford: Stanford University Press, 1999.

MAIR, P. “Os partidos políticos e a democracia”. Análise Social, vol. XXXVIII, nº 167, p. 277-293, 2003.

MANIN, B. “As metamorfoses do governo representativo”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 10, nº 29, p. 5-34, 1995.

MARTINS JR., J. P. “Modelo sociológico de decisão de voto presidencial no Brasil 1994-2006”. Revista Debates, vol. 3, nº 2, p. 68-96, 2009.

MEDEIROS, M; NÖEL, A. “The forgotten side of partisanship: negative party identification in four Anglo-American democracies”. Comparative Political Studies, vol. 47, nº 7, p. 1.022-1.046, 2014.

MENEGUELLO, R. PT: a formação de um partido 1979-1982. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.

MOISÉS, J. A.; CARNEIRO, G. P. “Sobre o enraizamento dos partidos na sociedade brasileira”. Interesse Nacional, nº 28, 2014. Disponível em: <http://interessenacional.com/index.php/edicoes-revista/sobre-o-enraizamento-dos-partidos-politicos-na-sociedade-brasileira-2/>. Acesso em: 21 mar. 2016.

NORRIS, P. Democratic Phoenix: reinventing political activism. Cambridge: Cambridge University Press, 2002.

PAIVA, D.; BRAGA, M. S. S.; PIMENTEL JR., J. “Eleitorado e partidos políticos no Brasil”. Opinião Pública, vol. 13, nº 2, p. 388-408, nov. 2007.

PAIVA, D.; TAROUCO, G. “Voto e identificação partidária: os partidos brasileiros e a preferência dos eleitores”. Opinião Pública, nº 2, vol. 17, p. 426-45, 2011.

PEDERSEN, H.; SCARROW, S.; VAN HAUTE, E. “Rules of engagement? Party membership costs, new forms of party affiliation, and partisan participation”. Paper presented at ECPR General Conference, Montreal, August 2015. Disponível em: <http://www.politicalpartydb.org/working-papers/>. Acesso em: mar. 2016.

POGUNTKE, T.; SCARROW, S. “The politics of anti-party sentiment: Introduction”. European Journal of Political Research, vol. 29, nº 3, p. 257-262, 1996.

POMPER, G. Voter’s choices. New York: Harper & Row, 1975.

POPKIN. S. The reasoning voter. Chicago: The University of Chicago Press, 1994.

RIBEIRO, E.; CARREIRÃO, Y.; BORBA, J. “Sentimentos partidários e atitudes políticas entre brasileiros”. Opinião Pública, vol. 17, nº 2, p. 333-368, nov. 2011.

RIBEIRO, P. F. O Partido dos Trabalhadores e a política brasileira (1980-2006). São Carlos: Editora da UFSCar, p. 183-217, 2009.

ROSE, R.; MISHLER, W. “Negative and positive party identification in post-communist countries”. Electoral Studies, vol. 17, nº 2, p. 217-234, 1998.

SAMUELS, D. “As bases do petismo”. Opinião Pública, Campinas, vol. 10, nº 2, p. 221-241, 2004.

SAMUELS, D. “Sources of mass partisanship in Brazil”. Latin American Politics and Society, vol. 48, nº 1, p. 1-27, 2006.

SAMUELS, D. “A evolução do petismo (2002/2008)”. Opinião Pública, Campinas, vol. 14, nº 2, p. 302-318, 2008.

SAMUELS, D.; ZUCCO, C. “Lulismo, petismo and the future of Brazilian politics”. Journal of Politics in Latin America, vol. 6, nº 3, p. 129-158, 2014.

SAMUELS, D.; ZUCCO, C. “Partisans, anti-partisans and voting behavior in Brazil”. Paper apresentado no Encontro da American Political Science Association (APSA), San Francisco, 2-6 de setembro, 2015.

SARTORI, G. Partidos e sistemas partidários. Brasília: Editora da UnB, 1982.

SCARROW, S. Parties without members? In: DALTON, R. J.; WATTENBERG, M. P. (eds.). Parties without partisans. Political change in advanced industrial democracies. Oxford: Oxford University Press, p. 79-101, 2000.

SCARROW, S. '' Beyond party members: changing approaches to partisan mobilization. London: Oxford University Press, 2015a.

SCARROW, S. “Boosting partisan engagement by re-thinking party membership”, 2015b. Disponível em: <http://21cparties.org/post/138934648583/boosting-partisan-engagement-by-re-thinking-party>. Acesso em: mar. 2016.

SCHMITT, H. “On party attachment in Western Europe and the utility of the Eurobarometer data”. West European Politics, vol. 12, p. 122-139, 1989.

SCHMITTER, P. Parties are not what they once were. In: DIAMOND, L.; GUNTHER, R. (eds.). Political parties and democracy. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2001.

SILVEIRA, F. A decisão de voto no Brasil. Porto Alegre: Editora PUC-RS, 1998.

SINGER, A. Esquerda e direita no eleitorado brasileiro. São Paulo: Edusp, 2000.

TATAGIBA, L.; TRINDADE, T.; CHAVES TEIXEIRA, A. C. Protestos à direita no Brasil - 2007/2015. In: VELASCO E CRUZ, S.; KAYSEL, A.; CODAS, G. (orgs.). Direita, volver! O retorno da direita no ciclo político brasileiro. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, p. 197-212, 2015.

TELLES, H. S. “Corrupção, legitimidade democrática e protestos; o boom da direita política nacional”. Interesse nacional, nº 30, p. 28-46, 2015a. Disponível em: <http://interessenacional.com/index.php/edicoes-revista/corrupcao-legitimidade-democratica-e-protestos-o-boom-da-direita-na-politica-nacional/>. Acesso em: 26 mar. 2016.

TELLES, H. S. “Corrupção, antipetismo e nova direita: elementos da crise político institucional”. GVExecutivo, vol. 14, nº 2, p. 37-39, 2015b.

TEIXEIRA, C. P.; TSATSANIS, E.; BELCHIOR, A. M. “A ‘necessary evil’ even during hard times? Public suport for political parties in Portugal before and after the bailout”. Party Politics, vol. 20, nº 2, p. 160-169, 2014.

TORCAL, M.; GUNTHER, R.; MONTERO, J. R. “Anti-party sentiments in Southern Europe”. Working Paper, nº 170, 2001.

VEIGA, L. “Os partidos brasileiros na perspectiva dos eleitores: mudanças e continuidades na identificação partidária e na avaliação das principais legendas após 2002”. Opinião Pública, vol. 13, nº 2, p. 340-365, 2007.

VENTURI, G. PT 30 anos: crescimento e mudanças na preferência partidária. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2010. Disponível em: <http://novo.fpabramo.org.br/sites/default/files/6.perseu5.venturi.pt30.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2016.

VILLA, M. A., et al. (orgs.). Uma história revisitada: o Partido dos Trabalhadores e a política brasileira (1980-2006). São Carlos: Editora da UFSCar, 2009.

WATTENBERG, M. Without partisans: political change in advanced industrial democracies. Oxford: Oxford University Press, 2002.

WHITELEY, P. “Is the party over? The decline of party activism and membership across the democratic world”. Party Politics, vol. 17, nº 1, p. 21-44, 2011.

ZELLE, C. “Social dealignment vs. political frustration: contrasting explanations of the floating vote in Germany”. European Journal of Political Research, vol. 27, p. 319-345, 1995.

A Opinião Pública utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.