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O comportamento eleitoral dos paulistas e dos brasileiros nas eleições de 2002 e 2014
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Palavras-chave

Comportamento político. Eleitorado paulista. Eseb.

Como Citar

KERBAUY, Maria Teresa Miceli; DIAS, André Luiz Vieira. O comportamento eleitoral dos paulistas e dos brasileiros nas eleições de 2002 e 2014. Opinião Pública, Campinas, SP, v. 23, n. 1, p. 60–95, 2017. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/op/article/view/8650171. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

A hipótese deste artigo é a de que existem distinções em relação ao comportamento eleitoral entre os eleitorados paulista e brasileiro. No caso, os aspectos sociodemográficos, quando comparados aos identitários e pragmáticos, influenciam menos o comportamento dos eleitores paulistas do que o dos brasileiros em geral. Em síntese, os paulistas tenderiam a considerar menos os aspectos sociais, econômicos e identitários e mais os aspectos pragmáticos. Para isso, aplicamos o modelo de regressão logística binária sobre os votos para presidente e para governador de São Paulo no 1° turno das eleições de 2002 e 2014. A seleção de variáveis previsoras considerou algumas das que já foram e/ou ainda costumam ser indicadas por diversas pesquisas nacionais, além de outras sugeridas por este artigo, divididas em três grupos: variáveis sociodemográficas (renda familiar mensal, escolaridade, idade, sexo e religião), identitárias (interesse por política e posicionamento ideológico) e pragmáticas (rejeição partidária, beneficiário do Programa Bolsa Família, avaliação em relação ao governo, à economia e à democracia). Finalmente, acreditamos que este artigo possa contribuir como um estudo preliminar capaz de identificar aspectos e conjuntos de variáveis que explicam possíveis mudanças e tendências do comportamento político dos eleitorados paulista e brasileiro
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