Banner Portal
A quem servem as conferências de políticas públicas? Desenho institucional e atores beneficiados
PDF

Palavras-chave

Conferências. Inclusão política. Desenho. Atores. Propostas.

Como Citar

PETINELLI, Viviane. A quem servem as conferências de políticas públicas? Desenho institucional e atores beneficiados. Opinião Pública, Campinas, SP, v. 23, n. 3, p. 612–646, 2017. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/op/article/view/8651192. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

Este artigo examina a relação entre o desenho institucional de conferências de políticas públicas e os atores beneficiados pelas propostas nelas aprovadas. Avalia-se se e em que medida as propostas finais da 1ª Conferência de Aquicultura e Pesca, de Cidades, de Meio Ambiente, de Esportes, de Políticas para Mulheres e de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, as quais interessavam diretamente a alguma(s) categoria(s) específica(s) do segmento estatal e não estatal presente(s) nestas, refletiram o grau de inclusão política da conferência, entendido aqui não só enquanto inclusão de vozes, mas também enquanto tradução do direito à voz em decisão. Para tanto, cada proposta aprovada foi classificada segundo a(s) categoria(s) às quais interessava diretamente. A análise permitiu constatar que diferentes desenhos produzem resultados distintos, sendo a combinação entre dinâmica representativa e deliberativa decisiva na capacidade de influência dos atores nas propostas finais aprovadas. 

PDF

Referências

ABERS, R. “Overcoming the dilemmas of participatory democracy: the participatory budget policy in Porto Alegre, Brazil”. In: XXII international Congress of the Latin American Studies Association. Miami, Florida, 16-18 march, 2000.

ABERS, R. “Practicing radical democracy. Lessons from Brazil”. DISP, vol. 147, n° 4, 2001.

ALMEIDA, D. R. Representação política e conferências: estabelecendo uma agenda de pesquisa. In: AVRITZER, L.; SOUZA, C. H. L. (orgs.). Conferências nacionais: atores, dinâmicas e efetividade. Brasília: Ipea, 2013.

AVRITZER, L. “Instituições participativas e desenho institucional: algumas considerações sobre a variação da participação no Brasil democrático”. Opinião Pública, Campinas, vol. 14, n° 1, p. 43-64, 2008.

AVRITZER, L. Participatory institutions in democratic Brazil. Baltimore: Jonhs Hopkins University Press, 2009.

AVRITZER, L. Conferências nacionais: ampliando e redefinindo os padrões de participação social no Brasil. In: AVRITZER, L.; SOUZA, C. H. L. (orgs.). Conferências nacionais: atores, dinâmicas e efetividade. Brasília: Ipea, 2013.

AVRITZER, L.; NAVARRO, Z. (orgs.). A inovação democrática no Brasil: o orçamento participativo. São Paulo: Cortez, 2003.

AVRITZER, L.; SOUZA, C. H. L. (orgs.). Conferências nacionais: atores, dinâmicas e efetividade. Brasília: Ipea, 2013.

BAIOCCHI, G. “Activism and politics. The Porto Alegre experiment and deliberative democratic theory”. Politics Society, vol. 29, n° 43, 2001.

BAIOCCHI, G. Militants and citizens: the politics of participatory democracy in Porto Alegre. Stanford: Stanford University Press, 2005.

BOSCHI, R. “Descentralização, clientelismo e capital social na governança urbana: comparando Belo Horizonte e Salvador”. Dados, Rio de Janeiro, vol. 42, n° 4, 1999.

BRASIL. Presidência da República. Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca – Seap/PR. Caderno de resoluções da 1ª Conferência Nacional de Aquicultura e Pesca. Brasília: Seap/PR, 2003a.

BRASIL. Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca – Seap/PR. Programação da 1ª Conferência Nacional de Aquicultura e Pesca. Brasília: Seap/PR, 2003b.

BRASIL. Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca – Seap/PR. Portaria Seap, nº 179, de 28 de agosto de 2003. Aprova o regimento da Conferência Nacional de Aquicultura e pesca e dá outras providências. Brasília: Seap/PR, 2003c.

BRASIL. Ministério das Cidades – MCidades. Resoluções da 1ª Conferência Nacional das Cidades. Brasil: Mcidades, 2003d.

BRASIL. Ministério das Cidades – MCidades. Regimento Interno da 1ª Conferência Nacional das Cidades. Brasil: MCidades, 2003e.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente – MMA. Portaria no 359, de 09 de setembro de 2003. Aprova o regulamento geral da Conferência Nacional do Meio Ambiente e as normas básicas de sua primeira reunião. Brasil: MMA, 2003f.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente – MMA. Propostas da 1ª Conferência Nacional de Meio Ambiente. Brasília: ministério do meio ambiente. Brasil: MMA, 2003g.

BRASIL. Ministério do Esporte – ME. Portaria nº 13 de 03 de fevereiro de 2004. Aprova o regulamento geral da Conferência Nacional do Esporte e as normas básicas de sua primeira reunião. Brasil: ME, 2004a.

BRASIL. Ministério do Esporte – ME. Conferência Nacional do Esporte. Esporte, lazer e desenvolvimento humano: documento final. Brasília: ME, 2004b.

BRASIL. Secretaria Especial de Políticas para Mulheres – SPM/PR. Anais da 1ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres. Brasil: SPM, 2004c.

BRASIL. Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – Seppir/PR. Relatório final da I Conferência Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Estado e sociedade promovendo igualdade racial. Brasil: Seppir, 2005.

BRASIL. Conferências Nacionais [online]. Secretaria de Governo, 2016. Disponível em http://www.secretariadegoverno.gov.br/participacao-social/conferencias. Acesso: 20 dez. 2016.

BUENO, L. “Políticas públicas do esporte no Brasil: razões para o predomínio do alto rendimento”. Tese de Doutorado em Administração Pública e Governo. Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, 2008.

CASTRO, L. A. B., et al. Situação atual da cadeia produtiva do pescado no litoral do estado de São Paulo. Governo do estado de São Paulo, Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios – Instituto de Pesca, Sér. Relat. Téc. São Paulo, n° 21, 2005.

COELHO, V. S. P. Conselhos de políticas enquanto instituições políticas: o que está faltando?. In: COELHO, V. S. P.; NOBRE, M. (orgs.). Participação e deliberação. Teoria democrática e experiências institucionais no Brasil contemporâneo. São Paulo: Editora 34, 2004.

COELHO, V. S. P. “A democratização dos Conselhos de Saúde: o paradoxo de atrair não aliados”. Novos Estudos Cebrap, São Paulo, n° 78, 2007.

COHEN, J.; FUNG, A. “Radical democracy”. Swiss Journal of Political Science, vol. 10, n° 4, p. 26-46, 2004.

COSTA, A. A. A. “O movimento feminista no Brasil: dinâmicas de uma intervenção política”. Niterói, vol. 5, n° 2, p. 9-35, 2005.

CUNHA, E. S. M. Conferências de políticas públicas e inclusão participativa. In: AVRITZER, L.; SOUZA, C. H. L. (orgs.). Conferências nacionais: atores, dinâmicas e efetividade. Brasília: Ipea, 2013.

FARIA, C. F. Do conflito jurídico ao consenso: uma versão da implementação do OP-RS. In: AVRITZER, L.; NAVARRO, Z. (orgs.). A inovação democrática no Brasil: o orçamento participativo. São Paulo: Cortez, 2003.

FARIA, C. F.; LINS, I. L. Participação e deliberação nas Conferências de Saúde: do local ao nacional. In: AVRITZER, L; SOUZA, C. H. L. (orgs.). Conferências nacionais: atores, dinâmicas participativas e efetividades. Brasília: Ipea, vol. 1, p. 73-94, 2013.

FARIA, C. F.; RIBEIRO, U. C. Entre o legal e o real: o que dizem as variáveis institucionais sobre os conselhos municipais de políticas públicas? In: AVRITZER, L. (org.). A dinâmica da participação no Brasil. São Paulo: Cortez, 2010.

FARIA, C. F.; SILVA, V. P.; LINS, I. L. “Conferências de políticas públicas: um sistema integrado de participação e deliberação?”. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n° 7, 2012.

FISHER, F. Policy discourse and the politics of Washington think tanks. In: FISHER, F.; FORESTER, J. (eds.). The argumentative turn in policy analysis and planning. North Carolina: Duke University Press, 1993.

FUNG, A. Receitas para esferas públicas: oito desenhos institucionais e suas consequências. In: COELHO, V. S. P.; NOBRE, M. (orgs.). Participação e deliberação. Teoria democrática e experiências institucionais no Brasil contemporâneo. São Paulo: Editora 34, 2004.

FUNG, A.; WRIGHT, E. O. Deepening democracy: institutional innovations in empowered participatory governance. London: Verso, 2003.

GOODIN, R. E. “Sequencing deliberative moments”. Acta Politica, vol. 40, n° 2, p. 182-196, 2005.

HAJER, M. A., WAGENAAR, H. (eds.). Deliberative policy analysis: understanding governance in the network society. New York: Cambridge University Press, 1995.

HENDRIKS, C. M. “When the forum meets interest politics: strategic uses of public deliberation”. Politics and Society, vol. 34, n° 4, 2006.

JACOBI, P. Movimento ambientalista no Brasil. Representação social e complexidade da articulação de práticas coletivas. In: RIBEIRO, W. (org.). Patrimônio ambiental. São Paulo: Edusp, p. 519-543, 2003.

MANSBRIDGE, J. Everyday talk in the deliberative system. In: MACEDO, S. (ed.). Deliberative politics: essays on democracy and disagreement. New York: Oxford University Press, 1999.

MANSBRIDGE, J. Deliberative democracy or democratic deliberation? In: ROSENBERG, S. W. (ed.). Deliberation, participation and democracy: can the people govern? New York: Palgrave Macmillan, 2007.

MANSBRIDGE, J. “The place of self-interest and the role of power in deliberative democracy”. The Journal of Political Philosophy, vol. 18, n° 1, p. 64-100, 2010.

MARICATO, E. Reforma urbana: limites e possibilidades. Uma trajetória incompleta. In: RIBEIRO, L. C. Q.; SANTOS JR., O. A. (orgs.). Globalização, fragmentação e reforma urbana. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, p. 309-325, 1997.

MANSBRIDGE, J. “Urbanismo na periferia do mundo globalizado: metrópoles brasileiras”. São Paulo em Perspectiva, vol. 14, n° 4, 2000.

PAPADOPOULOS, Y.; WARIN, P. “Are innovative, participatory, and deliberative procedures in policy making democratic and effective?”. European Journal of Political Research, vol. 46, n° 4, p. 445-472, 2007.

PETINELLI, V. “As conferências públicas nacionais e a formação da agenda de políticas públicas do governo federal (2003-2010)”. Opinião Pública, Campinas, vol. 17, n° 1, p. 228-250, 2011.

PETINELLI, V. Contexto político, natureza da política, organização da sociedade civil e desenho institucional: alguns condicionantes da efetividade das conferências nacionais. In: AVRITZER, L.; SOUZA, C. H. L. (orgs.). Conferências nacionais: atores, dinâmicas e efetividade. Brasília: Ipea, 2013.

PETINELLI, V. “Uma análise dos condicionantes da capacidade de influência das conferências de políticas públicas sobre os programas das respectivas políticas setoriais: o caso da 1ª CAP, 1ª ConCidades, 1ª CMA, 1ª CE, 1ª CPM e 1ª CPIR”. Tese de Doutorado em Ciência Política. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2014.

PETINELLI, V. “Aferindo a capacidade de influência das conferências de políticas públicas sobre os programas de políticas”. Opinião Pública, vol. 21, n° 3, p. 643-672, 2015.

POGREBINSCHI, T. Conferências nacionais e políticas públicas para grupos minoritários. In: AVRITZER, L.; SOUZA, C. H. L. (orgs.). Conferências nacionais: atores, dinâmicas e efetividade. Brasília: Ipea, 2013.

POGREBINSCHI, T.; SANTOS, F. “Participação como representação: o impacto das conferências nacionais de políticas públicas no Congresso Nacional”. Dados, vol. 54, n° 3, 2011.

RAMOS, A. Conferência nacional de política para as mulheres: interações discursivas e implicações para a legitimidade epistêmica. In: AVRITZER, L.; SOUZA, C. H. L. (orgs.). Conferências nacionais: atores, dinâmicas e efetividade. Brasília: Ipea, 2013.

RAMOS, A.; FARIA, C. F. “Las conferencias de políticas públicas en Brasil: hacia un sistema integrado de participación y deliberación a nivel nacional”. Revista Española de Ciencia Política, n° 32, p. 43-63, 2013.

RIBEIRO, M. “As políticas de igualdade racial no Brasil”. Revista Análises e Propostas, n° 35, 2009.

SCHEVISBISKI, R. S. “Regras institucionais e processo decisório de políticas públicas: uma análise sobre o Conselho Nacional de Saúde (1990-2006)”. Dissertação de Mestrado em Ciência Política. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.

SILVA-SÁNCHEZ, S. S. “Política de meio ambiente no Brasil: a construção da cidadania ambiental”. Revista Plural de Sociologia, vol. 6, p. 20-46, 1999.

SOUZA, C. H. L. A que vieram as conferências nacionais? Uma análise dos objetivos dos processos realizados entre 2003 e 2010. Brasil: Ipea, 2013.

TATAGIBA, L.; TEIXEIRA, A. C. “Dinâmicas participativas institucionalizadas e produção de políticas públicas”. In: Anais do 6º Encontro da ABCP, Campinas, 2008.

VIEIRA, L.; CADER, R. “A política ambiental do Brasil ontem e hoje”. Revista Eco 21, nº 129, ago. 2007.

VITALE, D. Democracia direta e poder local: a experiência brasileira do orçamento participativo. In: COELHO, V. S. P.; NOBRE, M. (orgs.). Participação e deliberação. Teoria democrática e experiências institucionais no Brasil contemporâneo. São Paulo: Editora 34, 2004.

A Opinião Pública utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.