Banner Portal
Padrões de votação no tempo e no espaço
PDF

Palavras-chave

Eleições presidenciais
Eleições críticas
Realinhamento
Comportamento eleitoral
Brasil

Como Citar

BRAGA, Maria do Socorro; ZOLNERKEVIC, Aleksei. Padrões de votação no tempo e no espaço: classificando as eleições presidenciais brasileiras. Opinião Pública, Campinas, SP, v. 26, n. 1, p. 1–33, 2020. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/op/article/view/8659514. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

Em 2018, o Brasil realizou seu oitavo pleito presidencial pós-redemocratização, acumulando evidências empíricas cruciais para a análise das características dos processos eleitorais que podem ser responsáveis por mudanças substanciais na distribuição do poder entre os partidos políticos. A partir de base conceitual alicerçada em literatura internacional sobre eleições críticas, este artigo visa criar uma classificação para as eleições brasileiras. Como subsídio principal para essa classificação, é analisado simultaneamente, no tempo e no espaço, por meio da análise fatorial, o desempenho eleitoral dos primeiros colocados nas eleições presidenciais desde 1989 até 2018 em primeiro turno na escala das microrregiões brasileiras, buscando identificar as regiões de apoio duradouro e os períodos de estabilidade e mudança nos padrões de votação. Como resultado, as eleições presidenciais são classificadas em três tipos: mantidas, desviantes e convertidas (críticas).

PDF

Referências

ARCHER, J. C.; TAYLOR, P. J. Section and party: a political geography of American presidential elections, from Andrew Jackson to Ronald Reagan. Chichester: Wiley, 1981.

BARTOLINI, S.; MAIR, P. Identity, competition and electoral availability: the stabilization of European electorates, 1885-1985. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.

BLONDEL, J. The discipline of politics. London & Boston: Butterworths, 1981.

BOHN, S. R. "Social policy and vote in Brazil: Bolsa Família and the shifts in Lula's electoral base". Latin American Research Review, vol. 46, nº 1, p. 54-69, 2011.

CAMPBELL, A. A classification of elections. In: CAMPBELL, A., et al. (eds.). Elections and the political order. New York: Wiley, 1966.

CAMPBELL, A., et al. The American voter. New York: Wiley, 1960.

CARAMANI, D. The dynamic perspective: state formation and mass democratization. In: CARAMANI, D. The nationalization of politics: Cambridge studies in comparative politics. Cambridge: Cambridge University Press, p. 195-250, 2004.

CARREIRÃO, Y. S. "Identificação ideológica e voto para presidente". Opinião Pública, Campinas, vol. 8, nº 1, p. 54-7, 2002.

________. "Identificação ideológica, partidos e voto na eleição presidencial de 2006". Opinião Pública, Campinas, vol. 13, nº 2, p. 307-339, 2007.

CARRERAS, M.; MORGENSTERN, S.; SU, Y. "Refining the theory of partisan alignments: evidence from Latin America". Party Politics, vol. 21, nº 5, p. 671-685, 2013.

CONVERSE, P. E. The concept of a normal vote. In: CAMPBELL, A., et al. (eds.). Elections and the political order. New York: Wiley, 1966.

DALTON, R. J.; MCALLISTER, I.; WATTENBERG, M. P. The consequences of partisan dealignment. In: DALTON, R. J.; WATTENBERG, M. P. (eds.). Parties without partisans: political change in advanced industrial democracies. Oxford: Oxford University Press, p. 37-63, 2000.

________. "Democracia e identificação partidária nas sociedades industriais avançadas". Análise Social, vol. 38, nº 167, p. 295-320, 2003.

DALTON, R. J.; SCOTT, C. F.; BECK, P. (eds.). Electoral change: realignment and dealigment in advanced industrial democracies. Princeton: Princeton University Press, 1984.

FIGUEIREDO, A. C., et al. “Partidos e distribuição espacial dos votos na cidade de São Paulo (1994-2000)”. Novos Estudos Cebrap, São Paulo, nº 64, p. 153-176, 2002.

FIGUEIREDO FILHO, D. B.; SILVA JUNIOR, J. A. "Visão além do alcance: uma introdução à análise fatorial". Opinião Pública, Campinas, vol. 16, nº 1, p. 160-185, 2010.

GALLAGHER, M.; LAVER, M.; MAIR, P. Cleavage structures and electoral change. In: GALLAGHER, M.; LAVER, M.; MAIR, P. Representative government in modern Europe. New York: McGraw-Hill Higher Education, p. 278-325, 2011.

HUNTER, W.; POWER, T. Recompensando Lula: Poder Executivo, política social e as eleições brasileiras de 2006. In: MELO, C. R.; MANUEL A. S. (orgs.). A democracia brasileira: balanço e perspectivas para o século 21. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007.

INGLEHART, R.; NORRIS, P. “Trump, Brexit, and the rise of populism: economic have-nots and cultural backlash”. In: American Political Science Association Annual Meeting, Philadelphia, 2016.

JACOB, C. R., et al. “A eleição presidencial de 2006 no Brasil: continuidade política e mudança na geografia eleitoral”. Revista Alceu, vol. 10, nº 9, p. 232-261, 2009.

JOHNSTON, R., et al. "Was the 2016 United States’ presidential contest a deviating election? Continuity and change in the electoral map – or “Plus ça change, plus c’est la mème géographie”. Journal of Elections, Public Opinion and Parties, vol. 27, nº 4, p. 369-388, 2017.

KEY, V. O. "A theory of critical elections". The Journal of Politics, vol. 17, nº 1, p. 3-8, 1955.

________. "Secular realignment and the party system". The Journal of Politics, vol. 21, nº 2, p. 198-210, 1959.

KNUCKEY, J. "Classification of presidential elections: an update". Polity, vol. 31, nº 4, p. 639-653, 1999.

LIMONGI, F.; GUARNIERI, F. "A base e os partidos: as eleições presidenciais no Brasil pós-redemocratização". Novos Estudos – Cebrap, São Paulo, nº 99, p. 5-24, 2014.

LIPSET, S. M.; ROKKAN, S. Cleavage structures, party systems, and voter alignments. In: MAIR, P. The West European party system. Oxford: Oxford University Press, 1990.

LÖWY, M. "Conservadorismo e extrema-direita na Europa e no Brasil". Serviço Social e Sociedade, São Paulo, nº 124, p. 652-664, 2015.

MAGALHÃES, A. M.; SILVA, M. E. A.; DIAS, F. M. "Eleição de Dilma ou segunda reeleição de Lula? Uma análise espacial do pleito de 2010". Opinião Pública, Campinas, vol. 21, nº 3, p. 535-573, 2015.

MARZAGÃO, T. "A dimensão geográfica das eleições brasileiras". Opinião Pública, Campinas, vol. 19, nº 2, p. 270-290, 2013.

MAYHEW, D. R. Electoral realignments: a critique of an American genre. New Haven, CT: Yale University Press, 2002.

MELO, M. A. “Lulismo ou ‘qualunquismo’”? Valor Econômico, 15 jan. 2014.
Disponível em: <https://qualidadedademocracia.com.br/lulismo-ou-qualunquismo-d8cea335e496>. Acesso em: out. 2019.

NICOLAU, J.; PEIXOTO, V. As bases municipais da votação de Lula em 2006. In: REIS VELLOSO, J. P. (coord.). Quem elegeu Lula? Cadernos do Fórum Nacional, nº 19866, 2007.

NORRIS, P. "A tese da ‘nova clivagem’ e a base social do apoio à direita radical". Opinião Pública, vol. 11, nº 1, p. 1-32, 2005.

PEDERSEN, M. N. "The dynamics of European party systems: changing patterns of electoral volatility". European Journal of Political Research, vol. 7, nº 1, p. 1-26, 1979.

POMPER, G. "Classification of presidential elections". The Journal of Politics, vol. 29, nº 3, p. 535-566, 1967.

RENNÓ, L. "Escândalos e voto: as eleições presidenciais brasileiras de 2006". Opinião Pública, vol. 13, nº 2, p. 260-282, 2007.

RIBEIRO, E.; CARREIRÃO, Y.; BORBA, J. "Sentimentos partidários e atitudes políticas entre os brasileiros". Opinião Pública, vol. 17, n° 2, p. 333-368, 2011.

________. "Sentimentos partidários e antipetismo: condicionantes e covariantes". Opinião Pública, Campinas, vol. 22, nº 3, p. 603-637, 2016.

SALLUM JR., B. "Governo Collor: o reformismo liberal e a nova orientação da política externa brasileira". Dados – Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, vol. 54, nº 2, p. 259-288, 2011.

SAMUELS, D. J.; ZUCCO, C. "The power of partisanship in Brazil: evidence from survey experiments". American Journal of Political Science, vol. 58, nº 1 p. 212-225, 2014.

________. Partisans, antipartisans, and nonpartisans: voting behavior in Brazil. Cambridge: Cambridge University Press, 2018.

SCHATTSCHNEIDER, E. E. The semisovereign people: a realist's view of democracy in America. Boston: Wadsworth, 1975.

SHELLEY, F. M., et al. Political geography of the United States. New York: The Guilford Press, 1996.

SIMONI JR., S. "Política distributiva e competição presidencial no Brasil: Programa Bolsa-Familia e a tese do realinhamento eleitoral". Tese de Doutorado, Departamento de Ciência Política, USP, São Paulo, 2017.

SINGER, A. "O lulismo e seu futuro". Revista Piauí, nº 49, 2010. Disponível em: <https://piaui.folha.uol.com.br/materia/o-lulismo-e-seu-futuro/>. Acesso em: nov. 2019.

SOARES, G. A. D.; TERRON, S. L. "Dois Lulas: a geografia eleitoral da reeleição (explorando conceitos, métodos e técnicas de análise geoespacial)". Opinião Pública, Campinas, vol. 14, nº 2, p. 269-301, 2008.

SUNDQUIST, J. L. Dynamics of the party system, alignment and realignment of political parties in the United States. Revised Edition. Washington, DC: Brookings Institution, 1983.

TERRON, S. L.; SOARES, G. A. D. "As bases eleitorais de Lula e do PT: do distanciamento ao divórcio". Opinião Pública, Campinas, vol. 16, nº 2, p. 310-337, 2010.

ZUCCO, C. "The president’s ‘new’ constituency: Lula and the pragmatic vote in Brazil’s 2006 presidential elections". Journal of Latin American Studies, vol. 40, nº 1, p. 29-49, 2008.

A Opinião Pública utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.