Banner Portal
Mudanças e continuidades no movimento de direitos humanos: padrões organizacionais, relacionais e discursivos
PDF

Palavras-chave

Movimentos sociais. Engajamento institucional. Complexificação organizacional. Interação sociedade-Estado

Como Citar

CARLOS, Euzeneia. Mudanças e continuidades no movimento de direitos humanos: padrões organizacionais, relacionais e discursivos. Opinião Pública, Campinas, SP, v. 20, n. 3, p. 450–479, 2015. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/op/article/view/8641568. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Este artigo avalia as mudanças no padrão de ação coletiva de um movimento social decorrente dos efeitos de seu engajamento em instituições participativas de elaboração de políticas públicas, considerando três dimensões interdependentes – organizacional, relacional e discursiva. Os efeitos institucionais no movimento social são examinados a partir do estudo de caso do Centro de Defesa de Direitos Humanos da Serra (CDDH), localizado na região metropolitana do Espírito Santo, no contexto pós-1990, mediante instrumentos do método qualitativo e quantitativo. A correlação entre o engajamento institucional do movimento e as mudanças verificadas no seu padrão de ação coletiva apresenta efeitos de complexificação da estrutura organizacional, pluralização da rede de relações sociais e discurso de cooperação e contestação na interação sociedade-Estado.

 

Abstract:

This article assesses changes in the pattern of collective action of social movement arising of the effects of their engagement in participatory institutions of policy-making, considering three interdependent dimensions – organizational, relational and discursive. Institutional effects in the social movement are examined from the case study of the Center for the Defense of Human Rights of Serra, located in the metropolitan area of Espírito Santo, after 1990 through qualitative and quantitative method. The correlation between the institutional engagement of the movement and the changes in the pattern of collective action has effects of complexification organizational, pluralization of social network, and cooperation and contestation discourse in the society-state interaction.

Keywords: social movements; institutional engagement; complexification organizational; society-state interaction

PDF

Referências

ABERS, R.; SERAFIM, L.; TATAGIBA, L. “A participação no governo Lula: repertórios de interação em um Estado heterogêneo”. In: Anais do Encontro Anual da Anpocs, 35, 2011, Caxambu: Anpocs, p. 1-30, 2011.

ABERS, R.; VON BÜLOW, M. “Movimentos sociais na teoria e na prática: como estudar o ativismo através da fronteira entre Estado e sociedade?”. Sociologias, Porto Alegre, ano 13, n° 28, p. 52-84, set.-dez. 2011.

ALONSO, A.; COSTA, V.; MACIEL, D. “Identidade e estratégia na formação do movimento ambientalista brasileiro”. Novos Estudos, Cebrap, São Paulo, n° 79, p. 151-167, 2007.

ALVAREZ, S. et al. “Encontrando os feminismos latino-americanos e caribenhos”. Estudos Feministas, vol. 11, n° 2, p. 541-575, 2003.

AVRITZER, L. “Instituições participativas e desenho institucional: algumas considerações sobre a variação da participação no Brasil democrático”. Opinião Pública, Campinas, vol. 14, n° 1, p. 43-64, 2008.

CARLOS, E. “Movimentos sociais: revisitando participação e institucionalização”. Lua Nova, São Paulo, vol. 48, p. 118- 130, 2011.

CARLOS, E. “Movimentos sociais e instituições participativas: efeitos organizacionais, relacionais e discursivos”. São Paulo. Tese de Doutorado em Ciência Política. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo (USP), 2012.

CEDH. Cartilha 15 anos em revista. Vitória-ES: CEDH, 2011.

CLEMENS, E. “Repertórios organizacionais e mudança institucional: grupos de mulheres e a transformação na política dos Estados Unidos”. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n° 3, p. 161-218, jan./jul., 2010.

DAGNINO, E.; OLVERA, A.; PANFICHI, A. Para uma leitura da disputa pela construção democrática na América Latina. In: DAGNINO, E.; OLVERA, A.; PANFICHI, A. (orgs.). A disputa pela construção democrática na América Latina. São Paulo: Paz e Terra, p. 13-91, 2006.

DIANI, M. Introduction: social movements, contentious actions, and social networks: from metaphor to substance?. In: DIANI, M.; MCADAM, D. (org.). Social movements and networks. Relational approaches to collective action. Oxford: Oxford University, p. 1-18, 2003.

DOIMO, A. A vez e a voz do popular: movimentos sociais e participação política no Brasil pós-70. Rio de Janeiro: Relume Dumará/Anpocs, 1995.

DOOWON, S. “Civil society in political democratization: social movement impacts and institutional politics”, Development and Society, vol. 35, n° 2, p. 173-195, 2006.

DOWBOR, M. “A arte da institucionalização: estratégias de mobilização dos sanitaristas (1974-2006)”. São Paulo. Tese de Doutorado em Ciência Política. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo (USP), 2012.

GAMSON, W. The strategy of social protest. Belmont, California: Wadsworth, 1990.

GEORGE, A. L.; BENNETT, A. Case studies and theory development in the social sciences. Cambridge, MA: The MIT Press, 2004.

GIUGNI, M.; PASSY, F. Contentious politics in complex societies: new social movements between conflict and cooperation. In: GIUGNI, M.; MCADAM, D.; TILLY, C. (orgs.). From contention to democracy. Lanham, MA: Rowman & Littlefield, p. 81- 107, 1998.

GOLDSTONE, J. Bridging institucionalized and noninstitucionalized politics. In: ________. (ed.). States, parties, and social movements. Cambridge: Cambridge University Press, p. 1-24, 2003.

GURZA LAVALLE, A. “Após a participação: nota introdutória”. Lua Nova, São Paulo, vol. 48, p. 13-23, 2011.

GURZA LAVALLE, A; HOUTZAGER, P.; CASTELLO, G. La construcción política de las sociedades civiles. In: GURZA LAVALE, A. (org.). El horizonte de la política. Brasil y la agenda contemporánea de investigación en el debate internacional. México: Ciesas, p. 207-267, 2011.

HANAGAN, M. Social movements, incorporation, disengagement, and opportunities – a long view. In: GIUGNI, M. G.; MCDAM, D.; TILLY, C. (eds.). From contention to democracy. Rowman and Littlefiel Publishers, p. 3-29, 1998.

JENKINS, J. C. Social movements, political representation and the state: an agenda and comparative framework. In: JENKINS, J.C.; KLANDERMANS, B. (eds.). The politics of social protest: comparative perspectives on states and social movements. Minneapolis: University of Minnesota Press, p. 14-34, 1995.

KRIESI, H. The politics of new social movements in Western Europe: a comparative analysis. Minneapolis/London: University of Minnesota Press/University College of London Press, 1995.

KRIESI, H. La estructura organizacional de los nuevos movimientos sociales en su contexto político. In: MCADAM, D.; MCCARTHY, J.; ZALD, M. (eds.). Movimientos sociales: perspectivas comparadas. Madrid: Istmo, p. 221-261, 1999.

LANDIM, L. Notas para um perfil das ONGs – As pertencentes à Associação Brasileira de ONGs. Rio de Janeiro: Iser, 1995.

MCADAM, D.; TARROW, S.; TILLY, C. Dynamics of contention. Cambridge Studies in Contentious Politics. Cambridge: Cambridge University Press, 2001.

MCCARTHY, J.; ZALD, M. The trends of social movements in America: professionalization and resource mobilization. Morristown, NJ: General Learning Press, 1973.

MELUCCI, A. Challenging codes. Cambridge/New York: Cambridge University, 1996.

MEYER, D.; TARROW, S. (orgs.). The social movement society: contentions politics for a new century. Lanham, MA: Rowman & Littlefield, 1998.

MICHELS, R. Para uma sociologia dos partidos políticos na democracia moderna. Lisboa: Antígona, 2001 [1962].

MISCHE, A. Partisan publics: communication and contention across Brazilian youth activist networks. Princeton, NJ: Princeton University Press, 2008.

NEVES, E. P. “As Comunidades Eclesiais de Base e o Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Serra: um encontro de fé e vida na década de 1980”. Serra-ES. Monografia de Graduação em História. Centro de Ensino Superior Anísio Teixeira, 2006.

PIRES, R. R.; VAZ, A. Participação faz diferença? Uma avaliação das características e feitos da institucionalização da participação nos municípios brasileiros. In: AVRITZER, L. (org.). A dinâmica da participação local no Brasil. São Paulo: Cortez, p. 253-304, 2010.

PIVEN, F. F.; CLOWARD, R. Poor people’s movements: why they succeed and how they fail. New York: Vintage Books, 1979.

RUCHT, D. El impacto de los contextos nacionales sobre la estrutura de los movimientos sociales: un estudio comparado transnacional y entre movimientos. In: MCADAM, D.; MCCARTHY, J.; ZALD, M. (eds.). Movimientos sociales: perspectivas comparadas. Madrid: Istmo, p. 262-287, 1999.

SADER, E. Quando novos personagens entraram em cena. Experiências, falas e lutas dos trabalhadores da Grande São Paulo (1970-1980). São Paulo: Paz e Terra, 1988.

SKOCPOL, T. Protecting soldiers and mothers: the political origins of social policy in the United States. Cambridge: Belknap Press/Harvard University Press, 1992.

TARROW, S. El poder en movimiento: los movimientos sociales, la acción colectiva y la política. Madrid: Alianza, 1997.

TARROW, S. Democracy and disorder: protest and politics in Italy, 1965-1975. Oxford: Oxford University Press, 1989.

TATAGIBA, L. A institucionalização da participação: os conselhos municipais de políticas públicas na cidade de São Paulo. In: AVRITZER, L. (org.). A participação em São Paulo. São Paulo: Unesp, p. 323-370, 2004.

TATAGIBA, L. “Desafios da relação entre movimentos sociais e instituições políticas. O caso do movimento de moradia da cidade de São Paulo – Primeiras reflexões”. Colombia Internacional, vol. 71, p. 63-83, 2010.

TILLY, C. Regime and repertoire. Chicago: The University of Chicago Press, 2008.

TOURAINE, A. “An introduction to the study of social movements”. Social Research, vol. 52, p. 749-788, 1985.

A Opinião Pública utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.