Banner Portal
Policiamento e gênero
PDF

Palavras-chave

Gênero
Polícia militar
Percepções
Pesquisa de survey
Paraná

Como Citar

LOPES, Cleber da Silva; RIBEIRO, Ednaldo Aparecido; SOUZA, Marcos Aparecido de. Policiamento e gênero: percepções entre policiais militares paranaenses. Opinião Pública, Campinas, SP, v. 27, n. 1, p. 298–322, 2021. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/op/article/view/8665638. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

A integração feminina à polícia vem encontrando obstáculos decorrentes do modo como policiais representam o policiamento e o papel que homens e mulheres deveriam desempenhar dentro dele. Este artigo pretende contribuir para o entendimento da natureza dessas representações e obstáculos. Ser homem ou mulher condiciona a percepção de que força física e coragem são atributos fundamentais para o policiamento? Influencia a visão segundo a qual os policiais masculinos são mais preparados para as atividades operacionais e as policiais femininas têm mais afinidade com as atividades de cuidado e assistência? O artigo analisa essas questões por meio de análise quantitativa de dados de uma pesquisa de survey realizada em 2012 na Polícia Militar do Paraná. Os dados indicam que homens e mulheres concordam igualmente com a visão de que o policiamento é uma atividade que demanda força física e coragem, mas mantêm perspectivas distintas sobre quem é mais apto a atuar nas atividades operacionais. Esses resultados sugerem dificuldades consideráveis para a integração das mulheres às atividades operacionais da polícia

PDF

Referências

ACKER, J. “From sex roles to gendered institutions”. Contemporary Sociology – American Sociological Association, vol. 21, nº 5, p. 565-569, 1992.

BAHIA, M. C. A.; FERRAZ, M. A. V. “Entre a exceção e a regra: a construção do feminino na polícia civil da Bahia”. Organizações & Sociedade, vol. 7, nº 18, p. 25-40, 2000.

BROWN, J. “European policewomen: a comparative research perspective”. International Journal of the Sociology of Law, vol. 25, p. 1-19, 1997.

BROWN, J. “‘You can’t have it both ways’: being an officer and a lady (woman) in a male dominated occupation”. In: Women and Policing Globally Conference, Canberra, 2002.

BROWN, J. From cult of masculinity to smart macho: gender perspectives on police occupational culture. In: O’NEILL, M.; MARKS, M.; SINGH, A-M. (Eds.). Police occupational culture: new debates and directions. Oxford: Elsevier, 2007.

CALAZANS, M. E. “A constituição de mulheres em policiais: um estudo sobre policiais femininas na Brigada Militar do Rio Grande do Sul”. Dissertação de Mestrado em Psicologia. Instituto de Psicologia. Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2003.

CALAZANS, M. E. “Mulheres no policiamento ostensivo e a perspectiva de uma segurança cidadã”. São Paulo em Perspectiva, vol. 18, nº 1, p. 142-150, 2004.

CAPPELLE, M. C. A. “O trabalho feminino no policiamento operacional: subjetividade, relações de poder e gênero na 8ª Região de Polícia Militar de Minas Gerais”. Tese de Doutorado em Administração. Centro de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2006.

CHAN, J.; DORAN, S.; MAREL, C. “Doing and undoing gender in policing”. Theoretical Criminology, vol. 14, p. 425-446, 2010.

CHU, D. “Gender integration in policing: a comparison of male and female police officers’ perceptions in Taiwan”. International Journal of Comparative and Applied Criminal Justice, vol. 37, nº 2, p. 143-157, 2013.

DICK, P.; CASSELL, C. “The position of policewomen: a discourse analytic study”. Work Employment & Society, vol. 18, nº 1, p. 51-72, 2004.

DICK, P.; JANKOWICZ, A. D. “A social constructionist account of police culture and its influence on the representation and progression of female officers: a repertory grid analysis in a UK police force”. Policing: An International Journal of Police Strategies and Management, vol. 24, nº 2, p. 181-99, 2001.

DONADIO, M. La mujer en las instituciones armadas y policiales: resolución 1325 y operaciones de paz en América Latina. Buenos Aires: Red de Seguridad y Defensa de América Latina, 2009.

FBSP. Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2015 (online). São Paulo, 2015. Disponível em: http://www.forumseguranca.org.br/produtos/anuario-brasileiro-de-seguranca-publica/9o-anuario-brasileiro-de-seguranca-publica. Acesso em: 2 nov. 2016.

GARFINKEL, H. Studies in ethnomethodology. Englewood Cliffs, NJ: Prentice-Hall, 1967.

GILLIGAN, C. In a different voice: psychological theory and women's development. Cambridge: Harvard University Press, 1982.

HAARR, R. “Patterns of interaction in a police patrol bureau: race and gender barriers to integration”. Justice Quarterly, vol. 14, p. 54-85, 1997.

HEIDENSOHN, F. Women in control? The role of women in law enforcement. Oxford: Clarendon Press, 1992.

HOLDAWAY, S.; PARKER, S. “Policing women police; uniform, patrol, promotion and representation in the CID”. British Journal of Criminology, vol. 38, p. 40-60, 1998.

HUNT, J. “The logic of sexism among police”. Women and Criminal Justice, vol. 1, p. 3-30, 1990.

MARTIN, S. Breaking and entering: policewomen on patrol. Berkeley: California University Press, 1980.

MARTIN, S. “Doing gender, doing police work: an examination of the barriers to the integration of women officers”. In: Australian Institute of Criminology Conference First Australasian Women Police Conference. Sydney, 1996.

MARTIN, S. E.; JURIK, N. C. Doing justice, doing gender: women in law and criminal justice occupations. Thousand Oaks: Sage, 2006.

MOREIRA, R. “Sobre mulheres e polícias: a construção do policiamento feminino em São Paulo (1955-1964)”. Tese de Doutorado em História. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2011.

MOREIRA, R.; WOLFF, C. “A ditadura militar e a face maternal da repressão”. Dossiê Gênero, Feminismos e Ditadura, Revista Espaço Plural, vol. 10, nº 29, p. 56-65, 2009.

OLIVEIRA, L. S. “‘Teto de vidro’: relações de gênero, relações de poder e empoderamento das mulheres na Polícia Militar”. Tese de Doutorado em Ciências Sociais. Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2012.

POTEYEVA, M.; SUN, I. “Gender differences in police officers’ attitudes: assessing current empirical evidence”. Journal of Criminal Justice, vol. 37, p. 512-522, 2009.

PRENZLER, T.; SINCLAIR, G. “The status of women police officers: an international review”. International Journal of Law, Crime and Justice, vol. 41, nº 2, p. 115-131, 2013.

REINER, R. A política da polícia. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004.

REUSS-IANNI, E.; IANNI, F. Street cops and management cops: the two cultures of policing. In: PUNCH, M. (Ed.). Control in the police organization. Cambridge: MIT Press, 1983.

RIBEIRO, E. et al. “Direitos humanos, igualdade de gênero e ação policial da Polícia Militar do Paraná”. Universidade Estadual de Maringá, 2012.

SACRAMENTO, J. S. “Polícia e gênero: percepções dos delegados e delegadas da Polícia Civil do Rio Grande do Sul acerca da mulher policial”. Dissertação de Mestrado em Sociologia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.

SADEK, M. T. Delegada: doutora e policial. In: SADEK, M.T. (Org.). Delegados de polícia. São Paulo: Editora Sumaré, 2003.

SCHACTAE, A. M. “Farda e batom, arma e saia: a construção da Polícia Militar feminina no Paraná (1977-2000)”. Tese de Doutorado em História. Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2011.

SENASP. Mulheres nas instituições de segurança pública: estudo técnico nacional (online). Brasília: Ministério da Justiça/Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), 2013. Disponível em: http://www.justica.gov.br/sua-seguranca/seguranca-publica/analise-e-pesquisa/download/estudos_diversos/4mulheres-na-seguranca-publica.pdf. Acesso em: 12 fev. 2014.

SILVEIRA, M. N. B. “As delegadas de polícia de São Paulo: profissão e gênero”. Dissertação de Mestrado em Sociologia. Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2009.

SOARES, B. M.; MUSUMECI, L. Mulheres policiais: presença feminina na Polícia Militar do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

SOUZA, M. S. “‘Elas não servem pra guerra’: presença feminina e representações sociais de gênero da Polícia Militar de Sergipe”. Monografia na área de Violência, Criminalidade e Políticas Públicas. Universidade Federal de Sergipe: São Cristóvão; Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública, 2009.

SOUZA, M. S. “‘Sou policial, mas sou mulher’: gênero e representações sociais na Polícia Militar de São Paulo”. Tese de Doutorado em Ciências Sociais. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2014.

SUN, I. “Police officers' attitudes toward their role and work: a comparison of black and white officers”. American Journal of Criminal Justice, vol. 28, p. 89-108, 2003.

SUN, I.; WASILESKI, G. “Gender differences in occupational attitudes among Slovak police”. International Criminal Justice Review, vol. 20, nº 3, p. 248-264, 2010.

WADDINGTON, P. A. J. “Police (canteen) sub-culture: an appreciation”. The British Journal of Criminology, vol. 39, nº 2, p. 287-309, 1999.

WEST, C.; ZIMMERMAN, D. H. “‘Doing gender’”. Gender & Society, vol. 1, nº 2, p. 125-151, 1987.

WESTMARLAND, L. Gender and policing: sex, power and police culture. Cullompton: Willan, 2001.

WORDEN, A. P. “The attitudes of women and men in policing: testing conventional and contemporary wisdom”. Criminology, vol. 31, nº 2, p. 203-241, 1993.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2021 Cleber da Silva Lopes, Ednaldo Aparecido Ribeiro, Marcos Aparecido de Souza

Downloads

Não há dados estatísticos.