Banner Portal
Deliberacionismo e os limites da crítica: uma resposta
PDF

Palavras-chave

Democracia deliberativa. Teoria democrática. Teoria crítica

Como Citar

MIGUEL, Luis Felipe. Deliberacionismo e os limites da crítica: uma resposta. Opinião Pública, Campinas, SP, v. 20, n. 1, p. 118–131, 2015. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/op/article/view/8641543. Acesso em: 24 abr. 2024.

Resumo

O artigo apresenta uma resposta ao texto “Teoria crítica e democracia deliberativa”, de Ricardo Fabrino Mendonça (Opinião Pública, vol. 19, nº 1). Em vez de analisar a fidelidade das atuais teorias democrático-deliberativas ao legado da Escola de Frankfurt, busca-se compreender o quanto elas mantêm do impulso emancipatório original. A avaliação é que a teoria deliberativa encontra-se presa a um trade-off entre uma normatividade abstrata, incapaz de uma intervenção efetiva na realidade, e a acomodação com as instituições e práticas das democracias liberais realmente existentes.

 

Abstract:

The article presents a response to the text “Critical theory and deliberative democracy” by Ricardo Mendonça Fabrino (Opinião Pública, vol. 19, n° 1). Instead of analyzing the fidelity of current democratic-deliberative theories to the legacy of the Frankfurt School, it seeks to understand how much they retain from their original emancipatory impulse. The assessment is that the deliberative theory is tied to a trade-off between an abstract normativeness, incapable of effective intervention in reality, and the accommodation with the institutions and practices of really existing liberal democracies.

Keywords: Deliberative democracy; Democratic theory; Critical theory

PDF

Referências

ALTHUSSER, L. Idéologie et appareils idéologiques d’État (notes pour une recherche). In: ________. Positions. Paris: Éditions Sociales, 1976.

BELL, D. A. Democratic deliberation: the problem of implementation. In: MACEDO, S. (ed.). Deliberative politics: essays on Democracy and disagreement. Oxford: Oxford University Press, 1999.

BENHABIB, S. Sobre um modelo deliberativo de legitimidade democrática. In: WERLE, D;. MELO, R. S. (orgs.). Democracia deliberativa. São Paulo: Esfera Pública, 2007 [1994].

BICKFORD, S. The dissonance of democracy: listening, conflict, and citizenship. Ithaca: Cornell University Press, 1996.

BOHMAN, J. “The coming age of deliberative democracy”. The Journal of Political Philosophy, vol. 6, nº 4, p. 400-425, 1998.

BOURDIEU, P. La distincton: critique sociale du jugement. Paris: Minuit, 1979.

BOURDIEU, P. Le sens pratique. Paris: Minuit, 1980.

BOURDIEU, P. Raisons pratiques: sur la théorie de l’action. Paris: Seuil, 1994.

BOURDIEU, P. Méditations pascaliennes. Paris: Seuil, 1997.

COHEN, J. Deliberation and democratic legitimacy. In: BOHMAN, J.; REHG, W. (eds.). Deliberative democracy: essays on reason and politics. Cambridge (MA): The MIT Press, 1997.

COOK, D. “The talking cure in Habermas’s republic”. New Left Review, segunda série, nº 12, p. 135-51, 2001.

DRYZEK, J. S. Deliberative democracy and beyond: liberals, critics, contestations. Oxford: Oxford University Press, 2000.

DRYZEK, J. S. Foundations and frontiers of deliberative democracy. Oxford: Oxford University Press, 2010.

FARIA, C. F. “Do ideal ao real: as consequências das mudanças conceituais na teoria deliberativa”. Lua Nova, n˚ 87, p.63-81, 2012.

FISHKIN, J. S. The voice of the people: public opinion and democracy. New Haven: Yale University Press, 1997.

FRASER, N. Rethinking the public sphere: a contribution to the critique of actually existing democracy. In: CALHOUN, C. (ed.). Habermas and the public sphere. Cambridge (MA): The MIT Press, 1992.

GINZBURG, C. Olhos de madeira: nove reflexões sobre a distância. São Paulo: Companhia das Letras, 2001 [1998].

HABERMAS, J. Mudança estrutural da esfera pública. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1984 [1962].

HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunicativo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989 [1983].

HABERMAS, J. Direito e democracia: entre facticidade e validade. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997 [1992].

HABERMAS, J. Teoría de la acción comunicativa, 2 vol. Madrid: Taurus, 2008 [1981].

HIRSCHMAN, A. O. De consumidor a cidadão: atividade privada e participação na vida pública. São Paulo: Brasiliense, 1983 [1982].

HONNETH, A. Redistribution as recognition: a response to Nancy Fraser. In: FRASER, N.; HONNETH, A. Redistribution or recognition? A political-philosophical exchange. London: Verso, 2003.

MACKINNON, C. A. Toward a feminist theory of the State. Cambridge (MA): Harvard Universiry Press, 1989.

MANSBRIDGE, J. et al. A systemic approach to deliberative democracy. In: PARKINSON, J.; MANSBRIDGE, J. (eds.).

Deliberative systems: deliberative democracy at the large scale. Cambridge: Cambridge University Press, 2012.

MARQUES, F. P. J. A. “Debates políticos na internet: a perspectiva da conversação civil”. Opinião Pública, vol. 12, n° 1, p. 164-187, 2006.

MCNAY, L. Against recognition. Cambridge: Polity, 2008.

MENDONÇA, R. F. “Teoria crítica e democracia deliberativa: diálogos instáveis”. Opinião Pública, vol. 19, nº 1, p. 49-64, 2013.

MENDONÇA, R. F.; CAL, D. G. “Quem pode falar no Facebook? O autocontrole em um grupo sobre o plebiscito acerca da divisão do Estado do Pará”. Revista Debates, vol. 6, nº 3, p. 109-128, 2012.

MENDONÇA, R. F.; PEREIRA, M. A. “Democracia digital e deliberação online: um estudo de caso sobre o VotenaWeb”. Revista Latinoamericana de Opinión Pública, nº 2, p. 109-158, 2012.

MIGUEL, L. F. “As duas lógicas da ação comunicativa: democracia e deliberação no debate contemporâneo”. Teoria & Sociedade, nº 10, p. 104-143, 2002.

MIGUEL, L. F. “Teoria democrática atual: esboço de mapeamento”. BIB - Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais, nº 59, p. 5-42, 2005.

MIGUEL, L. F. “Representação democrática: autonomia e interesse ou identidade e advocacy”. Lua Nova, nº 84, p. 25-63, 2011.

MIGUEL, L. F. Democracia e representação: territórios em disputa. São Paulo: Editora Unesp, 2014a.

MIGUEL, L. F. “Mecanismos de exclusão política e os limites da democracia liberal: uma conversa com Poulantzas, Offe e Bourdieu”. Novos Estudos Cebrap, nº 98, no prelo, 2014b.

OFFE, C. Dominação de classe e sistema político. Sobre a seletividade das instituições políticas. In: ________. Problemas estruturais do Estado capitalista. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1984 [1972].

OFFE, C.; WIESENTHAL, H. (1984 [1980]). Duas lógicas da ação coletiva: anotações teóricas sobre classe social e forma organizacional. In: OFFE, C. Problemas estruturais do Estado capitalista. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1984 [1980].

POULANTZAS, N. L’État, le pouvoir, le socialisme. Paris: Le Prairies Ordinaires, 2013 [1978].

RAWLS, J. Political liberalism. Expanded edition. New York: Columbia University Press, 2005 [1993].

SAMPAIO, R. C.; BARROS, S. A. R.; MORAIS, R. “Como avaliar a deliberação online? Um mapeamento de critérios relevantes”. Opinião Pública, vol. 18, nº 2, p. 470-489, 2012.

SAMPAIO, R. C.; MAIA, R. C. M.; MARQUES, F. P. J. A. “Participação e deliberação na internet: Um estudo de caso do Orçamento Participativo Digital de Belo Horizonte”. Opinião Pública, vol. 16, nº 2, p. 446-477, 2010.

SANDERS, L. “Against deliberation”. Political Theory, vol. 25, nº 3, p. 347-376, 1997.

SCHEUERMAN, W. E. Between radicalism and resignation: democratic theory in Habermas’s Between facts and norms. In: DEWS, P. (ed.). Habermas: a critical reader. Oxford: Blackwell, 1999.

SHAPIRO, I. Enough of deliberation: politics is about interests and power. In: MACEDO, S. (ed.). Deliberative politics: essays on Democracy and disagreement. Oxford: Oxford University Press, 1999.

TAVARES, F. M. M. “Em busca da deliberação: mecanismos de inserção das vozes subalternas no espaço público”.

Revista Brasileira de Ciência Política, nº 9, p. 39-70, 2012.

YOUNG, I. M. Justice and the politics of difference. Princeton: Princeton University Press, 1990.

YOUNG, I. M. Inclusion and democracy. Oxford: Oxford University Press, 2000.

YOUNG, I. M. “Activist challenges to deliberative democracy”. Political Theory, vol. 29, nº 5. p. 670-690, 2001.

A Opinião Pública utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.