Banner Portal
Desventuras da influência política midiática no Brasil pós-1988: uma teoria da demanda por informação política
PDF

Palavras-chave

Teoria política. Influência midiática. Brasil. Eleições. Militância.

Como Citar

LATTMAN-WELTMAN, Fernando. Desventuras da influência política midiática no Brasil pós-1988: uma teoria da demanda por informação política. Opinião Pública, Campinas, SP, v. 24, n. 2, p. 239–269, 2018. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/op/article/view/8653384. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

O artigo apresenta uma teoria da demanda por informação política e seu modelo é aplicado à análise das sete eleições presidenciais brasileiras após o regime militar. O objetivo inicial da teoria é situar o potencial de influência política e eleitoral dos meios de comunicação sobre as escolhas dos chamados cidadãos comuns e dos militantes, conforme variáveis do contexto político e institucional. Ou seja: por que em determinadas circunstâncias a intervenção midiática parece influir decisivamente sobre as escolhas dos indivíduos e em outras não? Como é possível discernir tais variações sem os limites conhecidos das análises da oferta da informação política, que ou não dão conta da polissemia da recepção ou, quando o fazem, em escala mais reduzida e profunda, não podem ser generalizadas. De acordo com a teoria, a influência midiática é função da utilidade atribuída à informação política, a qual depende da fixação e da intensidade das preferências do eleitor e da margem de risco com que toma suas decisões, as quais, por sua vez, dependem da estabilidade e do grau de polarização política do sistema. São também brevemente indicados alguns dos outros potenciais da teoria.
PDF

Referências

ABRAMOWITZ, A. I. “An improved model for predicting election outcomes”. Political Science, Fall, 1988.

ABRAMOWITZ, A. I.; SAUNDERS, K. L. “Is polarization a myth?”. The Journal of Politics, vol. 70, n°2, 2008. ALDÉ, A. A construção da política. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005.

ALDÉ, A.; MENDES, G.; FIGUEIREDO, M. “Tomando partido: imprensa e eleições presidenciais em 2006”. Política & Sociedade, vol. 6, n° 10, 2007.

AZEVEDO, F. A. Mídia e democracia no Brasil: um balanço dos anos recentes. In: GOULART, J. (ed.). Mídia e democracia. São Paulo: Annablume, p. 23-46, 2006.

AZEVEDO, F. A. A grande imprensa e o PT. São Carlos: EdUFScar, 2017.

COIMBRA, M. A mídia teve algum papel durante o processo eleitoral de 2006?. In: LIMA, V. (org.). A mídia nas eleições de 2006. São Paulo: Perseu Abramo, p. 187-210, 2007.

COLLING, L. “Os estudos sobre mídia e eleições presidenciais no Brasil pós-ditadura”. Salvador, 432f. Tese de Doutorado em Comunicação e Cultura Contemporâneas. Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2006.

DAHL, R. A. Poliarquia: participação e oposição. São Paulo: Edusp, 1997. DELLI CARPINI, M.; KEETER, S. What Americans know about politics and why it matters. New Haven/London: Yale University Press, 1989.

DOWNS, A. An economic theory of democracy. New York: HarperCollins, 1957.

FIORINA, M. P.; ABRAMS, S. J.; POPE, J. C. Culture war? The myth of a polarized America. New York: Longman, 2011.

GROFMAN, B. (ed.). Information, participation and choice. Ann Arbor: University of Michigan Press, 1993.

GUAZINA, L. S.; PRIOR, H.; ARAÚJO, B. “Enquadramentos de uma crise: o impeachment de Dilma Rousseff em editoriais nacionais e internacionais”. In: 7º Congresso da Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação e Política, Porto Alegre, 2017.

LATTMAN-WELTMAN, F. “Mídia e democracia: indeterminação e representatividade da representação”. Compolítica, vol. 4, n° 2, 2014.

LATTMAN-WELTMAN, F. “Fidelidade ou credibilidade? Desafios políticos ao jornalismo brasileiro contemporâneo”. In: 10º Congresso da Associação Brasileira de Ciência Política – ABCP, Belo Horizonte, 2016.

LATTMAN-WELTMAN, F.; CHAGAS, V. “Insegurança (re)partidarização e ‘fogo amigo’: a economia política da mídia na Era Lula”. Revista Eptic, vol. 19, n° 2, 2017.

LATTMAN-WELTMAN, F.; RAMOS, P. A.; CARNEIRO, J. A. A imprensa faz e desfaz um presidente. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994.

LAZARSFELD, P.; KATZ, E. Personal influence: the part played by people in the flow of mass communications. New Brunswick: Transaction, 2006.

LEWIS-BECK, M.; RICE, T. W. “Forecasting presidential elections: a comparison of naïve models”. Political Behaviour, vol. 6, n° 1, 1984.

DESVENTURAS DA INFLUÊNCIA POLÍTICA MIDIÁTICA NO BRASIL PÓS-1988: UMA TEORIA DA DEMANDA POR INFORMAÇÃO POLÍTICA OPINIÃO PÚBLICA, Campinas, vol. 24, nº 2, maio-agosto, 2018 268 MARTUCCELLI, D. Esfera pública, movimentos sociais e juventude. In: SORJ, B.; FAUSTO, S. (orgs.). Internet e mobilizações sociais: transformações do espaço público e da sociedade civil. São Paulo: Edições Plataforma Democrática, 2015.

MUNDIM, P. S. “Para uma problematização do voto nos estudos sobre mídia e eleições no Brasil: Esboço de um modelo analítico”. In: XII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação da Região Sudeste da Intercom, Juiz de Fora, 2007.

PAGE, B.; SHAPIRO, R. Y. The rational public: fifty years of trends in Americans’ policy preferences. Chicago: University of Chicago Press, 1992. PAGE, S. E. The difference. Princeton: Princeton University Press, 2007.

POPKIN, S. L. The reasoning voter: communication and persuasion in presidential campaigns. Chicago/London: University of Chicago Press, 1994.

PORTO, M. “Enquadramentos da mídia e política”. In: 26º Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), Caxambu, 2002.

PRZEWORSKI, A. Self-enforcing democracy. In: WITMAN, D.; WEINGAST, B. (eds.). Oxford handbook of political economy. New York: Oxford University Press, 2006.

SCHUMPETER, J. Capitalismo, socialismo e democracia. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1961.

STIMSON, J. A. Tides of consent: how public opinion shapes American politics. Cambridge: Cambridge University Press, 2004.

TSEBELIS, G. Jogos ocultos. São Paulo: Edusp, 1998.

ZALLER, J. R. The nature and origins of mass opinion. New York: Cambridge University Press, 1993.

A Opinião Pública utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.