Banner Portal
Voto e identificação partidária em 2018
PDF

Palavras-chave

Ordenação social
Identidade social
Partidarismo
Comportamento eleitoral
Bolsonarismo

Como Citar

GUEDES-NETO, João Victor. Voto e identificação partidária em 2018: ordenação social na política brasileira. Opinião Pública, Campinas, SP, v. 26, n. 3, p. 431–451, 2021. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/op/article/view/8663853. Acesso em: 16 abr. 2024.

Resumo

A teoria da ordenação social explica o comportamento do eleitorado brasileiro na disputa presidencial de 2018? A literatura americanista demonstra que o alinhamento de identidades sociais gera e reforça o partidarismo como uma identidade principalmente no campo da direita. Tendo em vista a relevância de temáticas de crença religiosa, raça e gênero nas eleições de 2018, cabe compreender se o mesmo fenômeno também se verifica no Brasil. Essa pergunta é respondida com testes econométricos baseados em dados de um survey nacionalmente representativo conduzido com 1.498 eleitores no primeiro semestre de 2019. As regressões logísticas binomiais e multinomiais demonstram que protestantes, brancos e homens têm preferência substantivamente superior pelo PSL em comparação aos demais partidos, tanto em termos de definição de voto como de identificação partidária.

PDF

Referências

ACHEN, C. H. "Let’s put garbage-can regressions and garbage-can probits where they belong". Conflict Management and Peace Science, vol. 22, n° 4, p. 327-339, 2005.

AHLER, D. J.; SOOD, G. "The parties in our heads: misperceptions about party composition and their consequences". Journal of Politics, vol. 80, n° 3, p. 964-981, 2018.

ALMEIDA, R. "Bolsonaro presidente: conservadorismo, evangelismo e a crise brasileira". Novos Estudos Cebrap, vol. 38, n° 1, p. 185-213, 2019.

AMES, B.; GARCÍA-SÁNCHEZ, M.; SMITH, A. E. "Keeping up with the Souzas: social influence and electoral change in a weak party system, Brazil 2002-2006". Latin American Politics & Society, vol. 54, n° 2, p. 51-78, 2012.

AMES, B.; SMITH, A. E. "Knowing left from right: ideological identification in Brazil, 2002-2006".Journal of Politics in Latin America, vol. 2, n° 3, p. 3-38, 2010.

BAKER, A.; AMES, B.; RENNÓ, L. "Social context and campaign volatility in new democracies: networks and neighborhoods in Brazil’s 2002 elections". American Journal of Political Science, vol. 50, n° 2, p. 382-399, 2006.

BAKER, A.; RENNÓ, L. "Nonpartisans as false negatives: the mismeasurement of party identification in public opinion surveys". Journal of Politics, vol. 81, n° 3, p. 906-922, 2019.

BAKER, A., et al. "The dynamics of partisan identification when party brands change: the case of the Workers Party in Brazil". Journal of Politics, vol. 78, n° 1, p. 197-213, 2015.

BALBACHEVSKY, E. "Identidade partidária e instituições políticas no Brasil". Lua Nova, vol. 26, p. 133-165, 1992.

BOAS, T.; SMITH, A. E. "Looks like me, thinks like me: descriptive representation and opinion congruence in Brazil". Latin American Research Review, vol. 54, n. 2, p. 310-328, 2019.

BRAGA, M. S.; PIMENTEL, J. "Os partidos brasileiros realmente não importam?". Opinião Pública, vol. 17, n. 2, p. 271-303, 2011.

CARNIEL, F.; RUGGI, L.; RUGGI, J. O. "Gênero e humor nas redes sociais: a campanha contra Dilma Rousseff no Brasil". Opinião Pública, vol. 24, n. 3, p. 523-546, 2018.

CARREIRÃO, Y.; KINZO, M. D. "Partidos políticos, preferência partidária e decisão eleitoral no Brasil (1989-2002)". Dados: Revista de Ciências Sociais, vol. 47, n. 1, p. 131-168, 2004.

DOWNS, A. An economic theory of democracy. New York: Harper & Row, 1957.

DUQUE, D.; SMITH, A. E. "The establishment upside down: a year of change in Brazil". Revista de Ciencia Política, vol. 39, n. 2, p. 165-189, 2019.

ACHEN, C. H. "Let’s put garbage-can regressions and garbage-can probits where they belong". Conflict Management and Peace Science, vol. 22, n. 4, p. 327-339, 2005.

AHLER, D. J.; SOOD, G. "The parties in our heads: misperceptions about party composition and their consequences". Journal of Politics, vol. 80, n° 3, p. 964-981, 2018.

ALMEIDA, R. "Bolsonaro presidente: conservadorismo, evangelismo e a crise brasileira". Novos Estudos Cebrap, vol. 38, n. 1, p. 185-213, 2019.

AMES, B.; GARCÍA-SÁNCHEZ, M.; SMITH, A. E. "Keeping up with the Souzas: social influence and electoral change in a weak party system, Brazil 2002-2006". Latin American Politics & Society, vol. 54, n. 2, p. 51-78, 2012.

AMES, B.; SMITH, A. E. "Knowing left from right: ideological identification in Brazil, 2002-2006".Journal of Politics in Latin America, vol. 2, n. 3, p. 3-38, 2010.

BAKER, A.; AMES, B.; RENNÓ, L. "Social context and campaign volatility in new democracies: networks and neighborhoods in Brazil’s 2002 elections". American Journal of Political Science, vol. 50, n. 2, p. 382-399, 2006.

BAKER, A.; RENNÓ, L. "Nonpartisans as false negatives: the mismeasurement of party identification in public opinion surveys". Journal of Politics, vol. 81, n° 3, p. 906-922, 2019.

BAKER, A., et al. "The dynamics of partisan identification when party brands change: the case of the Workers Party in Brazil". Journal of Politics, vol. 78, n. 1, p. 197-213, 2015.

BALBACHEVSKY, E. "Identidade partidária e instituições políticas no Brasil". Lua Nova, vol. 26, p. 133-165, 1992.

BOAS, T.; SMITH, A. E. "Looks like me, thinks like me: descriptive representation and opinion congruence in Brazil". Latin American Research Review, vol. 54, n. 2, p. 310-328, 2019.

BRAGA, M. S.; PIMENTEL, J. "Os partidos brasileiros realmente não importam?". Opinião Pública, vol. 17, n. 2, p. 271-303, 2011.

CARNIEL, F.; RUGGI, L.; RUGGI, J. O. "Gênero e humor nas redes sociais: a campanha contra Dilma Rousseff no Brasil". Opinião Pública, vol. 24, n. 3, p. 523-546, 2018.

CARREIRÃO, Y.; KINZO, M. D. "Partidos políticos, preferência partidária e decisão eleitoral no Brasil (1989-2002)". Dados: Revista de Ciências Sociais, vol. 47, n. 1, p. 131-168, 2004.

DOWNS, A. An economic theory of democracy. New York: Harper & Row, 1957.

DUQUE, D.; SMITH, A. E. "The establishment upside down: a year of change in Brazil". Revista de Ciencia Política, vol. 39, n. 2, p. 165-189, 2019.

EXTRA."Lula chama feministas do PT de 'mulheres do grelo duro' e internautas reagem". 17 mar. 2016.

FIORINA, M. P. "Economic retrospective voting in American national elections: a micro-analysis". American Journal of Political Science, vol. 22, n° 2, p. 426-443, 1978.

FREITAS, F. C. "O primeiro grande antagonismo entre PSDB e PT". Opinião Pública, vol. 24, n. 3, p. 547-595, 2018.

GOGGIN, S.; HENDERSON, J. A.; THEODORIDIS, A. G. "What goes with red and blue? Mapping partisan and ideological associations in the minds of voters". Political Behavior, p. 1-29, no prelo.

GREEN, D. P.; PALMQUIST, B.; SCHICKLER, E. Partisan hearts and minds: political parties and the social identity of voters. New Haven: Yale University Press, 2004.

HOLZHACKER, D. O.; BALBACHEVSKY, E. "Classe, ideologia e política: uma interpretação dos resultados das eleições de 2002 e 2006". Opinião Pública, vol. 13, n° 2, p. 283-306, 2007.

HUBER, G. A.; MALHOTRA, N. "Political homophily in social relationships: evidence from online dating behavior". Journal of Politics, vol. 79, n. 1, p. 269-283, 2016.

HUNTER, W.; POWER, T. J. "Bolsonaro and Brazil’s illiberal backlash". Journal of Democracy, vol. 30, n. 1, p. 68-82, 2019.

IYENGAR, S.; KRUPENKIN, M. "The strengthening of partisan affect". Advances in Political Psychology, vol. 39, n° 1, p. 201-218, 2018.

IYENGAR, S.; SOOD, G.; LELKES, Y. "Affect, not ideology: a social identity perspective on polarization". Public Opinion Quarterly, vol. 76, n. 3, p. 405-431, 2012.

KINGSTONE, P.; POWER, T. A fourth decade of Brazilian democracy: achievements, challenges, and polarization. In: KINGSTONE, P.; POWER, T. (Eds.). Democratic Brazil divided. Pittsburgh: University of Pittsburgh Press, 2017.

KROOK, M. L.; SANÍN, J. R. "The cost of doing politics? Analyzing violence and harassment against female politicians". Perspectives on Politics, vol. 18, nº 3, p. 740-755, 2020.

KUKLINSKI, J. H., et al. "Racial prejudice and attitudes toward affirmative action". American Journal of Political Science, vol. 41, n. 2, p. 402-419, 1997.

LAPOP. AmericasBarometer 2018/19: Brazil – Technical InformationVanderbilt University, 2019. Disponível em: https://www.vanderbilt.edu/lapop/Brazil_AmericasBarometer_2018-19_Technical_Report_W_101019.pdf. Acesso em: 16 dez. 2019.

LAZARSFELD, P. F.; BERELSON, B.; GAUDET, H. The people’s choice: how the voter makes up his mind in a presidential campaign. New York: Columbia University Press, 1944.

LELKES, Y. "Affective polarization and ideological sorting: a reciprocal, albeit weak, relationship". Forum, vol. 16, n. 1, p. 67-79, 2018.

MASON, L. "A cross-cutting calm: how social sorting drives affective polarization". Public Opinion Quarterly, vol. 80, n. S1, p. 351-377, 2016.

_______. "Losing common ground: social sorting and polarization". Forum, vol. 16, n. 1, p. 47-66, 2018.

MASON, L.; WRONSKI, J. "One tribe to bind them all: how our social group attachments strengthen partisanship". Advances in Political Psychology, vol. 39, n. S1, p. 257-277, 2018.

MUNIZ, J. O.; PORTO, N.; FUKS, M. "Groupnessracial e flutuações atitudinais de pardos entre fronteiras simbólicas e sociais". Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 34, n. 101, p. 1-30, 2019.

PAIVA, D.; BRAGA, M. S.; PIMENTEL, J. "Eleitorado e partidos políticos no Brasil". Opinião Pública, vol. 13, n. 2, p. 388-408, 2007.

PAIVA, D.; KRAUSE, S.; LAMEIRÃO, A. P. "O eleitor antipetista: partidarismo e avaliação retrospectiva". Opinião Pública, vol. 22, n. 3, p. 638-674, 2016.

PAIVA, D.; TAROUCO, G. S. "Voto e identificação partidária: os partidos brasileiros e a preferência dos eleitores". Opinião Pública, vol. 17, n. 2, p. 426-451, 2011.

PEIXOTO, V.; RENNÓ, L. "Mobilidade social ascendente e voto: as eleições presidenciais de 2010 no Brasil".Opinião Pública, vol. 17, n. 2, p. 304-332, 2011.

QUADROS, M. P. R.; MADEIRA, R. M. "Fim da direita envergonhada? Atuação da bancada evangélica e da bancada da bala e os caminhos da representação do conservadorismo no Brasil". Opinião Pública, vol. 24, n. 3, p. 486-522, 2018.

REIS, F. W.; CASTRO, M. M. M. "Regiões, classe e ideologia no processo eleitoral brasileiro". Lua Nova, vol. 26, p. 81-131, 1992.

RENNÓ, L.; AMES, B. "PT no purgatório: ambivalência eleitoral no primeiro turno das eleições presidenciais de 2010". Opinião Pública, vol. 20, n. 1, p. 1-25, 2014.

RENNÓ, L.; CABELLO, A. "As bases do lulismo: a volta do personalismo, realinhamento ideológico ou não alinhamento?".Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 25, n. 74, p. 39-60, 2010.

RESENDE, S. M. "'No que depender de mim, não tem mais demarcação de terra indígena', diz Bolsonaro à TV". Folha de S. Paulo, 11 maio 2018.

RIBEIRO, E.; CARREIRÃO, Y.; BORBA, J. "Sentimentos partidários e atitudes políticas entre os brasileiros". Opinião Pública, vol. 17, n. 2, p. 333-368, 2011.

RIBEIRO, E.; CARREIRÃO, Y.; BORBA, J. "Sentimentos partidários e antipetismo: condicionantes e covariantes". Opinião Pública, vol. 22, n. 3, p. 603-637, 2016.

RODRIGUES, G. A.; FUKS, M. "Grupos sociais e preferência política: o voto evangélico no Brasil". Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 30, n. 87, p. 115-128, 2015.

SAMUELS, D. "As bases do petismo". Opinião Pública, vol. 10, n. 2, p. 221-241, 2004.

SAMUELS, D.; ZUCCO, C. "Lulismo, petismo, and the future of Brazilian politics". Journal of Politics in Latin America, vol. 6, n. 3, p. 129-158, 2014.

_______. "Crafting mass partisanship at the grass roots". British Journal of Political Science, vol. 45, n. 4, p. 755-775, 2015.

_______. Partisans, antipartisans, and nonpartisans: voting behavior in Brazil. Cambridge: Cambridge University Press, 2018.

SILVA, A. J. B.; LARKINS, E. R. "The Bolsonaro election, antiblackness, and changing race relations in Brazil". Journal of Latin American and Caribbean Anthropology, vol. 24, n. 4, p. 893-913, 2019.

SINGER, A. "Raízes sociais e ideológicas do lulismo". Novos Estudos Cebrap, vol. 95, p. 83-103, 2009.

SMITH, A. E. "When clergy are threatened: catholic and protestant leaders and political activism in Brazil". Politics and Religion, vol. 9, n. 3, p. 431-455, 2016.

SMITH, A. E. "Democratic talk in church: religion and political socialization in the context of urban inequality". World Development, vol. 99, p. 441-451, 2017.

_______. Religion and Brazilian democracy: mobilizing the people of God. Cambridge: Cambridge University Press, 2019.

SPECK, B. W.; BALBACHEVSKY, E. "Identificação partidária e voto. As diferenças entre petistas e peessedebistas". Opinião Pública, vol. 22, n. 3, p. 569-602, 2016.

TAJFEL, H. "Social identity and intergroup behaviour". Social Science Information, vol. 13, n. 2, p. 65-93, 1974.

VEIGA, L. F. "Os partidos brasileiros na perspectiva dos eleitores: mudanças e continuidades na identificação partidária e na avaliação das principais legendas após 2002". Opinião Pública, vol. 13, n. 2, p. 340-365, 2007.

_______. "O partidarismo no Brasil (2002/2010)". Opinião Pública, vol. 17, n. 2, p. 400-425, 2011.

VINHAL, G. "Julgamento marcado no STF". Correio Braziliense, p. 3, 9 nov. 2018.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2020 Oplinião Pública

Downloads

Não há dados estatísticos.