Banner Portal
Audiências públicas no supremo tribunal federal
PDF (English)

Palavras-chave

Supremo tribunal federal
Audiências públicas
Litígio

Como Citar

SILVA, Eduardo Moreira da; RIBEIRO, Antonio Carlos Andrade; MARONA, Marjorie; MAGALHÃES, Lucas Fernandes de. Audiências públicas no supremo tribunal federal: do litígio estratégico à resolução. Opinião Pública, Campinas, SP, v. 28, n. 2, p. 462–486, 2022. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/op/article/view/8671057. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

O artigo busca avançar na agenda de investigações sobre o poder judiciário, aproximando as pesquisas sobre resolução de conflitos nos tribunais constitucionais àquelas sobre a mobilização de leis por grupos de interesse e movimentos sociais. As Audiências Públicas (APs) realizadas pelo Supremo Tribunal Federal são analisadas como arenas estratégicas de processamento de temas contenciosos nas quais atores diversos têm oportunidades de contribuir com as práticas jurídicas. O objetivo central do artigo é identificar os mecanismos de conexão e de transmissão das deliberações presentes nas audiências públicas realizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no período de 2007 a 2019. O problema de pesquisa foi formulado com o propósito de se investigar e analisar como a sociedade civil atua no âmbito do Supremo Tribunal Federal. O resultado do artigo confirma as organizações da sociedade civil como principal conector das APs realizadas no STF, pois representam cerca de 40% das organizações presentes, simultaneamente, em mais de duas audiências.

PDF (English)

Referências

ALMEIDA, E. M. “Amicus curiae no Supremo Tribunal Federal”. Tese de Doutorado em Direito. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016.

ALMEIDA, E. M. “Institutional capabilities of amici curiae in the Supremo Tribunal Federal: accessibility, admissibility and influence”. Revista Direito e Práxis, vol. 10, n° 1, p. 678-707, 2019.

ANDERSEN, E. A. Out of the closets, into the courts: legal opportunity structure and gay rights litigation. Ann Arbor: University of Michigan Press, 2005.

ARANTES, R. B.; COUTO, C. G. A Constituição sem fim. In: DINIZ, S.; PRAÇA, S. (eds.). Vinte anos da Constituição. São Paulo: Paulus, 2008, p. 31-60.

ARANTES, R. B.; COUTO, C. G. “Construção democrática e modelos de constituição”. Dados, Rio de Janeiro, vol. 53, p. 545-585, 2010.

ARIEDE, E. “Audiências públicas no Supremo Tribunal Federal: um estudo comparativo de sua prática, antes e após o advento da Emenda Regimental n° 29”. Dissertação de Especialização em Direito Público. Sociedade Brasileira de Direito Público, São Paulo, 2011.

AVRITZER, L.; MARONA, M. C. “Judicialização da política no Brasil: ver além do constitucionalismo liberal para ver melhor”. Revista Brasileira de Ciência Política, vol. 1, p. 69-94, 2014.

BICKEL, A. M. The least dangerous branch: the Supreme Court at the bar of politics. Indianapolis; New York: The Bobbs-Merrill Company, 1962.

BOSWELL, J.; HENDRIX, C. M.; ERCAN, S. A. “Message received? Examining transmission in deliberative systems”. Critical Policy Studies, vol. 10, n° 3, p. 263-283, 2016.

CARVALHO NETO, E. R. “Revisão abstrata de legislação e a judicialização da política no Brasil”. Tese de Doutorado em Ciência Política. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

COUSO, J. A.; HUNEEUS, A.; SIEDER, R. (eds.). Cultures of legality: judicialization and political activism in Latin America. New York: Cambridge University Press, 2010.

COUTO, C. G.; ARANTES, R. B. ¿Constitución o políticas públicas? Una evaluación de los años FHC. In: PALERMO, V. (ed.). Política brasileña contemporánea: de Collor a Lula en años de transformación. Buenos Aires: Siglo Veintiuno Editores, 2003.

COUTO, C. G.; ARANTES, R. B. “Constituição, governo e democracia no Brasil”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 21, p. 41-62, 2006.

DRYZEK, J. S. Foundations and frontiers of deliberative governance. Oxford: Oxford University Press, 2010a.

DRYZEK, J. S. “Rhetoric in democracy: a systemic appreciation”. Political theory, vol. 38, n° 3, p. 319-339, 2010b.

DRYZEK, J. S.; NIEMEYER, S. Foundations and frontiers of deliberative governance. Oxford: Oxford University Press, 2010.

ELSTUB, S.; ERCAN, S.; MENDONÇA, R. F. “The fourth generation of deliberative democracy”. Critical Policy Studies, vol. 10, n° 2, p. 139-151, 2016.

ELY, J. Democracy and distrust. Cambridge: Harvard University Press, 1980.

FARIA, C. F. “Sistema deliberativo, formas de conexão e inclusão política: alcance teórico e prático”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 32, n° 95, p. 1-15, 2017.

FUNG, A.; WRIGHT, E. (eds.). Deepening Democracy. London: Verso, 2003.

GASTIL, J.; LEVINE, P. (eds.). The deliberative democracy handbook: strategies for effective civic engagement in the twenty-first century. San Francisco: Jossey-Bass, 2005.

GOODIN, R. Innovating democracy. Cambridge: Cambridge University, 2008.

GUIMARÃES, L. G. “Participação Social no STF: repensando o papel das audiências públicas”. Revista Direito e Práxis, Rio de Janeiro, vol. 11, n° 1, p. 236-271, 2020.

HÄBERLE, P. “Hermenêutica constitucional: a sociedade aberta dos intérpretes da constituição: contribuição para a interpretação pluralista e 'procedimental' da constituição”. Direito Público, vol. 11, n° 60, p. 25-50, 2015.

HABERMAS, J. “Três modelos normativos de democracia”. Lua Nova, vol. 36, p. 39-53, 1995.

HABERMAS, J. Direito e Democracia I e II. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997.

HABERMAS, J. “Political communication in media society: does democracy still enjoy an epistemic dimension? The impact of normative theory on empirical research”. Communication Theory, vol. 16, n° 4, p. 411-426, 2006.

HILSON, C. “New social movements: the role of legal opportunity”. Journal of European Public Policy, n° 9, vol. 2, p. 238-255, 2002.

HIRSCHL, R. “The judicialization of mega-politics and the rise of political courts”. Annual Review of Political Science, vol. 11, p. 93-118, 2008.

KAPISZEWSKI, D.; TAYLOR, M. “Doing courts justice? Studying judicial politics in Latin America”. Perspectives in Politics, vol. 6, n° 4, p. 741-767, 2008.

KOOPMANS, R. “Political. Opportunity. Structure. Some splitting to balance the lumping”. Sociological Forum, vol. 14, n° 1, p. 93-105, 1999.

LEAL, F.; HERDY, R.; MASSADAS, J. “Uma década de audiências públicas no Supremo Tribunal Federal (2007-2017)”. Revista de Investigações Constitucionais, Curitiba, vol. 5, n° 1, p. 331-372, jan./abr. 2018.

LINS, I. L. “O idoso e a construção participativa de políticas públicas: uma análise sobre a articulação entre arenas nacionais”. Dissertação de Mestrado em Ciência Política. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2017.

MANSBRIDGE, J. “Everyday talk in deliberative systems”. In: MACEDO, S. Deliberative politics: essays on democracy and disagreement, p. 211–239. New York: Oxford University Press, 1999.

MARONA, M. C.; ROCHA, M. M. “As audiências públicas do Supremo Tribunal Federal: ampliando sua legitimidade democrática?”. Teoria & Sociedade, vol. 1, p. 26-58, 2014.

MARONA, M. C.; ROCHA, M. M. “Democratizar a jurisdição constitucional? O caso das audiências públicas no Supremo Tribunal Federal”. Revista de Sociologia e Política, vol. 25, n° 62, 2017.

MCCANN, M. Rights at work: pay equity reform and the politics of legal mobilization. Chicago: University of Chicago Press, 1994.

MENDONÇA, R. F. “Mitigating systemic dangers: the role of connectivity inducers in a deliberative system”. Critical Policy Studies, vol. 10, p. 120, 2016.

NAVIA, P.; RÍOS-FIGUEROA, J. “The constitutional adjudication mosaic in Latin America”. Comparative Political Studies, vol. 38, n° 2, p. 189-217, 2005.

NINO, C. S. The constitution of deliberative democracy. Yale University Press, 1998.

OLIVEIRA, V. E. (ed.). Judicialização de políticas públicas no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2019.

PARKINSON, J.; MANSBRIDGE, J. (eds.). Deliberative systems: deliberative democracy at a large scale. Cambridge: Cambridge University Press, 2012.

PERELMAN, C.; OLBRECHTS-TYTECA, L. Tratado da Argumentação: a nova retórica. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

QUIRK, P.; BENDIX, W.; BÄCHTIGER, A. Institutional deliberation. In: BÄCHTIGER, A., et al. (eds.). The Oxford handbook of deliberative democracy. Oxford: Oxford University Press, 2018.

RESENDE, C. A. S. “Representação de interesses na Câmara dos Deputados: estratégias, atores e agenda política”. Revista Brasileira de Ciência Política, n° 23, p. 217-258, 2017.

RODRIGUEZ, J. R. “A desintegração do status quo: direito e lutas sociais”. Novos estudos Cebrap, n° 96, p. 49-66, 2013.

SADEK, M. T. “Judiciário: mudanças e reformas”. Estudos Avançados, vol. 18, n° 51, p. 79-101, 2004.

SHAPIRO, M. The success of judicial review. In: KENNEY, S. J.; REISINGER, W. M.; REITZ, J. C. (eds.). Constitutional dialogues in comparative perspective. London: Palgrave Macmillan, p. 193-219, 1999.

SIEDER, R.; SCHJOLDEN, L.; ANGELL, A. (eds.). The judicialization of politics in Latin America. New York: Plagrave Macmillan, 2005.

SILAME, T., et al. “A participação e a deliberação como antídoto para a crise de representação: um estudo de caso da Assembleia Legislativa de Minas Gerais”. In: Anais do 43º Encontro Anual da Anpocs, Caxambu, p. 1-24, 2019.

SILVA, F. S. Desenho, contexto e qualidade deliberativa em conferências nacionais: uma análise dos debates e proposições sobre o sistema penitenciário na I Conferência Nacional de Segurança Pública – I CONSEG. In: INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Brasil em desenvolvimento: Estado, planejamento e políticas públicas, vol. 3. Brasília: Ipea, 2010.

SILVA, E., et al. “Deliberative systems in meso perspective: the subsystem of policy councils in the state of Minas Gerais”. In: Anais da 2016 ECPR Joint Sessions, Pisa, 2016.

SILVA, E. M.; RIBEIRO, A. C. A. “Sistemas deliberativos em perspectiva meso: a abordagem dos subsistemas aplicada aos conselhos de políticas públicas em Belo Horizonte”. Opinião Pública, vol. 22, n° 1, p. 167-194, 2016.

SILVA, E. M.; RIBEIRO, A. C. A. Between councils and conferences: the human rights subsystems of councils and conferences in Minas Gerais. In: Anais do Evento Deliberative approach to democracy, Cascais, 2018.

SILVA, E. M.; RIBEIRO, A. C. A.; RAMOS, L. B. “Sistemas deliberativos em perspectiva meso: o subsistema dos conselhos nacionais de políticas públicas e seus conectores”. In: Anais do XI Encontro da Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP), Curitiba, 2018.

SILVA, P. S. M. L. “Analisando determinantes de políticas públicas de inclusão educacional: modelo econômico, vontade política, sociedade civil e sua relação com o fundo de financiamento ao estudante do ensino superior (Fies)”. Dissertação de Mestrado em Administração Pública. Instituto Brasiliense de Direito Público, Brasília, 2017.

SKAAR, E.; GARGARELLA, R.; GLOPPEN, S. Democratization and the judiciary: the accountability function of courts in new democracies. London: Routledge, 2004.

SMITH, G. Democratic innovations: designing institutions for citizen participation. Cambridge: Cambridge University Press, 2009.

SUNSTEIN, C. R. “Incompletely theorized agreements”. Harvard Law Review, vol. 108, n° 7, p. 1.733-1.772, 1995.

TARROW, S. Estado y oportunidades: la estructuración política de los movimientos sociales. In: MCADAM, D.; MCCARTHY, J. D.; ZALD, M. N. (eds.). Movimientos Sociales: perspectivas comparadas. Madrid: Istmo, p. 25-29, 1999.

TAYLOR, M. M.; RÍOS-FIGUEROA, J. “Institutional determinants of the judicialisation of policy in Brazil and México”. Journal of Latin American Studies, vol. 38, n° 4, p. 739-766, 2006.

VANHALA, L. “Fighting discrimination through litigation in the UK: the social model of disability and the EU anti-discrimination directive”. Disability & Society, vol. 21, n° 5, p. 551-565, 2006.

VIANNA, L. W. A democracia e os três poderes no Brasil. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

VIEIRA, O. V. “Supremocracia”. Revista Direito GV, vol. 4, p. 441-459, 2008.

WILSON, B.; CORDERO, J. C. R. “Legal opportunity structures and social movements: the effects of institutional change on Costa Rican politics”. Comparative Political Studies, vol. 39, n° 3, p. 325-351, 2006.

WOOLMAN, S.; BISHOP, M. Constitutional conversations. Cape Town: Pretoria University Law Press, 2008.

YOUNG, I. M. Inclusion and democracy. Oxford: Oxford University Press on Demand, 2002.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2022 Opinião Pública

Downloads

Não há dados estatísticos.