Banner Portal
Vale quanto pesa? A influência das eleições de governador sobre a composição da Câmara dos Deputados no Brasil (1994-2018)
PDF

Palavras-chave

Partidos políticos
Eleições legislativas
Efeito coattails
Sistema partidário
Política brasileira

Como Citar

ALVES, Vinícius Silva. Vale quanto pesa? A influência das eleições de governador sobre a composição da Câmara dos Deputados no Brasil (1994-2018). Opinião Pública, Campinas, SP, v. 29, n. 3, p. 761–791, 2024. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/op/article/view/8675814. Acesso em: 17 jul. 2024.

Dados de financiamento

Resumo

Por mais de duas décadas, dois partidos protagonizaram a competição presidencial no Brasil, o que levou parte da literatura a considerar que o sistema partidário nacional estaria centrado na corrida presidencial. Estudos recentes, porém, têm destacado a influência do arranjo federativo e de eleições subnacionais para o entendimento do sistema político brasileiro. Este artigo emprega um modelo de regressão binomial negativo para examinar dados eleitorais de 1994 a 2018 e testar a hipótese de que as eleições para governador são mais influentes do que a corrida presidencial na distribuição de assentos na Câmara dos Deputados. Destacam-se os seguintes resultados: (i) liderar uma coligação presidencial não acresce o número de cadeiras conquistadas na Câmara; (ii) lançar candidatos a governador amplia a quantidade de deputados federais eleitos por cada partido.

PDF

Referências

ABRUCIO, F. L. “Os barões da federação”. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, nº 33, p. 165–183, 1994.

ABRUCIO, F. L.; SAMUELS, D. “A nova política dos governadores”. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, nº 40–41, p. 137–166, ago. 1997.

ANASTASIA, F.; NUNES, F.; MEIRA, J. F. A margem do meio da política: as coligações entre PT e PSDB em eleições majoritárias. In: KRAUSE, S.; DANTAS, H.; MIGUEL, L. F. (Eds.). Coligações eleitorais na nova democracia brasileira: perfis e tendências. Rio de Janeiro: Konrad-Adenauer-Stiftung, 2010.

ASSIS, P. P., et al. "Nem formal, nem informal: a diversidade das práticas nas organizações partidárias brasileiras". Revista de Sociologia e Política, vol. 31, p. e007, 2023.

BOHN, S.; PAIVA, D. “A volatilidade eleitoral nos estados: sistema partidário e democracia no Brasil”. Revista de Sociologia e Política, vol. 17, nº 33, p. 187–208, 2009.

BORGES, A. “Nacionalização partidária e estratégias eleitorais no presidencialismo de coalizão”. Dados, vol. 58, nº 3, p. 239–275, 2015.

BORGES, A. “Razões da fragmentação: coligações e estratégias partidárias na presença de eleições majoritárias e proporcionais simultâneas”. Dados, vol. 62, nº 3, p. 1-37, 2019.

BORGES, A.; SANCHES FILHO, A. O. “Federalismo, coalizões de governo e escolhas de carreira dos deputados federais”. Opinião Pública, Campinas, vol. 22, nº 1, p. 1–27, 2016.

BORGES, A.; TURGEON, M. “Presidential coattails in coalitional presidentialism”. Party Politics, vol. 25, nº 2, p. 192–202, 2019.

BRAGA, M. D. S. S. “Eleições e democracia no Brasil: a caminho de partidos e sistema partidário institucionalizados”. Revista Brasileira de Ciência Política, nº 4, p. 43–73, 2010.

CARNEIRO, L. P.; ALMEIDA, M. H. T. “Definindo a arena política local: sistemas partidários municipais na Federação Brasileira”. Dados, vol. 51, nº 2, p. 403–432, 2008.

CARREIRÃO, Y. S. “O sistema partidário brasileiro: um debate com a literatura recente”. Revista Brasileira de Ciência Política, nº 14, p. 255–295, 2014.

CARREIRÃO, Y. S.; NASCIMENTO, F. “As coligações nas eleições para os cargos de governador, senador, deputado federal e deputado estadual no Brasil (1986/2006)”. Revista Brasileira de Ciência Política, nº 4, p. 75–104, 2010.

CHHIBBER, P.; KOLLMAN, K. “Party Aggregation and the Number of Parties in India and the United States”. The American Political Science Review, vol. 92, nº 2, p. 329–342, 1998.

COX, G. W. Making votes count: strategic coordination in the world's electoral systems. New York: Cambridge University Press, 1997.

FERREIRA, D. P. PFL x PMDB: Marchas e contramarchas (1982-2000). Goiânia: Editora Alternativa, 2002.

FOX, J. Applied Regression Analysis and Generalized Linear Models. Third edition. Thousand Oaks, California: SAGE Publications, 2016.

GOLDER, M. “Presidential Coattails and Legislative Fragmentation”. American Journal of Political Science, vol. 50, nº 1, p. 34–48, 2006.

GOLOSOV, G. V. “The effective number of parties: A new approach”. Party Politics, vol. 16, nº 2, p. 171-192, 2010.

GUARNIERI, F. “A força dos partidos ‘fracos’”. Dados, vol. 54, nº 1, p. 235–258, 2011.

HARBERS, I. “Decentralization and the Development of Nationalized Party Systems in New Democracies: Evidence from Latin America”. Comparative Political Studies, vol. 43, nº 5, p. 606–627, 2010.

IGNAZI, P. “Power and the (il)legitimacy of political parties”. Party Politics, vol. 20, nº 2, p. 160–169, 23 mar. 2014.

IGNAZI, P. “The four knights of intra-party democracy: A rescue for party delegitimation”. Party Politics, vol. 26, nº 1, p. 9–20, 2018.

KATZ, R. S.; MAIR, P. “Changing models of party organization and party democracy”. Party Politics, vol. 1, nº 1, p. 5–28, 30 jan. 1995.

KINZO, M. D. G.; BRAGA, M. D. S. Eleitores e representação partidária no Brasil. São Paulo: FAPESP, 2007.

LAAKSO, M.; TAAGEPERA, R. “’Effective’ number of parties: a measure with application to West Europe”. Comparative Political Studies, vol. 12, nº 1, p. 3-27, 1979.

LAVAREDA, A. A democracia nas urnas: o processo partidário-eleitoral brasileiro (1945-1964). Rio de Janeiro: IUPERJ, 1991.

LAVAREDA, A.; ALVES, V. S. Eleições municipais como barômetros ideológicos e a ciclicalidade eleitoral da Nova República. In: LAVAREDA, A.; TELLES, H. (Eds.). Eleições municipais na pandemia. 1ª edição.Rio de Janeiro: FGV Editora, 2022.

LEAL, V. N. Coronelismo, Enxada e Voto: o município e o regime representativo no Brasil. 7ª edição. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

LEONI, E.; PEREIRA, C.; RENNÓ, L. “Estratégias para sobreviver politicamente: escolhas de carreiras na Câmara de Deputados do Brasil”. Opinião Pública, Campinas, vol. 9, nº 1, p. 44–67, maio 2003.

LIMA JUNIOR, O. B. Os Partidos Políticos Brasileiros. A experiência federal e regional (1945-64). Rio de Janeiro: Graal, 1983.

LIMA JUNIOR, O. B. Instituições Políticas Democráticas: o segredo da legitimidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997a.

LIMA JUNIOR, O. B. O sistema partidário brasileiro: diversidade e tendências (1982-1994). Rio de Janeiro: Editora FGV, 1997b.

LIMONGI, F.; CORTEZ, R. “As eleições de 2010 e o quadro partidário”. Novos Estudos Cebrap, nº 88, p. 21–37, 2010.

LIMONGI, F.; VASSELAI, F. “Entries and withdrawals: electoral coordination across different offices and the Brazilian party systems”. Brazilian Political Science Review, vol. 12, nº 3, 2018.

LUNA, J. P.; ALTMAN, D. “Uprooted but stable: Chilean parties and the concept of party system institutionalization”. Latin American Politics and Society, vol. 53, nº 2, p. 1–28, jan. 2011.

MAINWARING, S. Rethinking party systems in the third wave of democratization: the case of Brazil. Palo Alto: Stanford University Press, 1999.

MAINWARING, S.; SCULLY, T. Building Democratic Institutions: party systems in Latin America. Stanford: Stanford University Press, 1995.

MAINWARING, S.; TORCAL, M. “Teoria e institucionalização dos sistemas partidários após a terceira onda de democratização”. Opinião Pública, Campinas, vol. 11, nº. 2, p. 249–286, out. 2005.

MAIR, P. Party systems and structures of competition. In: LEDUC, L.; NIEMI, R. G.; NORRIS, P. (Eds.). Comparing Democracies: elections and voting in global perspective. London: Sage Publications, 1996.

MAIR, P. Party system change. In: KATZ, R.; CROTTY, W. J. (Eds.). Handbook of Party Politics. London: Sage Publications, 2006.

MEIRELES, F. “Carreiras políticas na Câmara dos Deputados: Uma Análise Quase-Experimental”. Dados, vol. 62, nº 4, p. 1-38, 2019.

MELO, C. R. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra: elementos para uma análise do sistema partidário brasileiro. In: MELO, C. R. (Ed.). A democracia brasileira: balanço e perspectivas para o século 21. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007.

MELO, C. R. “Eleições presidenciais, jogos aninhados e sistema partidário no Brasil”. Revista Brasileira de Ciência Política, nº 4, p. 13–41, 2010.

MELO, C. R. Os partidos nas democracias: passado, presente e futuro. In: MENDONÇA, R. F.; CUNHA, E. S. M. (Eds.). Introdução à teoria democrática: conceitos, histórias, instituições e questões transversais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2018.

MELO, C. R.; CÂMARA, R. “Estrutura da competição pela presidência e consolidação do sistema partidário no Brasil”. Dados, vol. 55, nº 1, p. 71–117, 2012.

MESQUITA, L. “Coordenação Eleitoral: o papel dos partidos políticos”. Tese de Doutorado em Ciência Política. Instituto de Estudos Sociais e Políticos - IESP/UERJ, Rio de Janeiro, 8 abr. 2016.

MIGUEL, L. F.; MACHADO, C. De partido de esquerda a partido do governo. O PT e suas coligações para prefeito (2000 a 2008). In: KRAUSE, S.; DANTAS, H.; MIGUEL, L. F. (Eds.). Coligações eleitorais na nova democracia brasileira: perfis e tendências. Rio de Janeiro: Konrad-Adenauer-Stiftung, 2010.

MIRANDA, G. “Coligações eleitorais: tendências e racionalidades nas eleições federais e majoritárias estaduais (1990-2010)”. Revista de Sociologia e Política, vol. 21, nº 47, 2013.

MIZUCA, H. D. “Coligações em eleições majoritárias municipais: a lógica do alinhamento dos partidos políticos brasileiros nas disputas de 2000 e 2004”. Tese de Doutorado em Ciência Política. Universidade de São Paulo - FFLCH/USP, 10 dez. 2007.

NICOLAU, J. “Os quatro fundamentos da competição política no Brasil (1994-2014)”. Journal of Democracy em Português, vol. 6, nº 01, p. 83-106, 2017.

PAIVA, D.; BATISTA, C.; STABILE, M. “A evolução do sistema partidário brasileiro: número de partidos e votação no plano subnacional 1982-2006”. Opinião Pública, Campinas, vol. 14, nº 2, p. 432–453, 2008.

PEIXOTO, V. Coligações eleitorais nos municípios brasileiros: competição e estratégia. In: KRAUSE, S.; DANTAS, H.; MIGUEL, L. F. (Eds.). Coligações eleitorais na nova democracia brasileira: perfis e tendências. Rio de Janeiro: Konrad-Adenauer-Stiftung, 2010.

PEREIRA, C.; RENNÓ, L. “O que é que o reeleito tem? O retorno: o esboço de uma teoria da reeleição no Brasil”. Brazilian Journal of Political Economy, vol. 27, nº 4, p. 664–683, 2007.

PEREIRA, C.; RENNÓ, L. “O que é que o reeleito tem? Dinâmicas político-institucionais locais e nacionais nas eleições de 1998 para a câmara dos deputados”. Dados, vol. 44, nº 2, p. 323–362, 2001.

RIBEIRO, P. F. “Acordos partidários nacionais, reflexos locais: o presidencialismo de coalizão enquanto fator estruturante das alianças eleitorais municipais”. In: Anais do 29º. Encontro Anual da ANPOCS, Caxambu, 2005.

SAMUELS, D. “The gubernatorial coattails effect: federalism and congressional elections in Brazil”. The Journal of Politics, vol. 62, nº 1, p. 240–253, 2000.

SOARES, M. M. “Influência majoritária em eleições proporcionais: os efeitos presidenciais e governatoriais sobre as eleições para a Câmara dos Deputados brasileira (1994-2010)”. Dados, vol. 56, nº 2, p. 413–437, 2013.

TAROUCO, G. “Institucionalização partidária no Brasil (1982- 2006)”. Revista Brasileira de Ciência Política, nº 4, p. 169–186, 2010.

WOLINETZ, S. Party systems and party system types. In: KATZ, R. S.; CROTTY, W. (Eds.). Handbook of Party Politics. London: Sage Publications, 2006.

WOOLDRIDGE, J. M. Econometric Analysis of Cross Section and Panel Data. 2nd ed. Cambridge, Mass: MIT Press, 2010.

ZUCCO JR., C. Esquerda, direita e governo. In: POWER, T. J.; Zucco JR., C. (Eds.). O Congresso por ele mesmo: autoperce

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2023 Opinião Pública

Downloads

Não há dados estatísticos.