Resumo
O artigo analisa estratégias de autorrepresentação que reverberam na escrita e na performance em poesias declamadas em batalhas de poesia, ou slam de poesia, que contam com participação exclusiva de mulheres, com destaque para narrativas de poetas negras conectadas à experiência pessoal e coletiva. A partir de uma abordagem centrada no feminismo decolonial e nos Estudos da Performance, a análise articula o conceito de ‘espaço biográfico’ às noções de memória coletiva e de trauma.
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