Banner Portal
A figura do poder na fedra senequiana
PDF

Palavras-chave

Sêneca. Fedra. Retórica. Poder

Como Citar

FONTES, Joaquim Brasil. A figura do poder na fedra senequiana. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 11, p. 345–359, 2013. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8634638. Acesso em: 7 out. 2024.

Resumo

Resumo

 

Habituamo-nos a ver o teatro senequiano como exercícios livrescos, impregnados de retórica e destinados à “sala de recitações”. Antonin Artaud, entretanto, descobriu nessa dramaturgia a presença de “um iniciado nos Segredos e que, mais do que Ésquilo, soube faze-los palavra”. É a partir dessa intuição que tentamos entrar no teatro do grande latino, procurando o núcleo lexical, estilístico, retórico que o sustenta: ele parece encontrar-se numa oposição de forças, entre as quais não há síntese possível, o que dá à tragédia senequiana o aspecto de uma dialética travada, aparentemente imóvel, e progredindo por meio de explosões súbitas.

 

Abstract

 

We often see Seneca’s theatre as mere literay exercises, saturated of rhetoric and destined only for declamation. Antonin Artaud, however, discovered in this dramaturgy the presence of an initiated in the Mysteries, and who, more than Aeschylus, knew how to transform them into words. From this intuition we try to enter Seneca’s theatre looking for its stylistical, lexical and rhetorical nucleus: this seems to be an opposition of forces between which there is no possible synthesis, which gives Seneca’s tragedy the form of a blocked dialetics, apparently motionless and progressing through abrupt explosions.

PDF

Referências

ACHCAR, Francisco. Genealogia do Carpe Diem: Imagens do Efêmero de Homero a Catulo. In: Lírica e Lugar-Comum. São Paulo, Edusp, 1994.

ARTAUD, Antonin. Carta a Jean Paulhan. In: Oeuvres Complètes, Paris, Gallimard, s/d, p.335.

BARTHES, Roland. S/Z. Paris, Seuil, 1970, pp.48-49

BAYET, Jean. La religion romaine. Paris, Payot, 1969, pg.129.

CANETTI, Elias, in Massa e Poder, Brasília/ed. Universidade de Brasília/Melhoramentos, 1983.

CURTIUS, E.R. La topique, Héros et souverains. In: La Littérature Européenne et le Moyen Âge latin, Paris, P.U.F., 1986.

DEELEUZE, Gilles. Klossovski ou os corpos-linguagem. In: Lógica do sentido, São Paulo, Perspectiva, 1974, p.293.

ERNOUT, A. e MEILLET, A. verbete supplex. Dictionaire éymologique de la langue latine, Paris, Klincksieck, 1985.

LAUSBERG, Heinrich. Elementos de retórica literária. Lisboa, Calouste Gulbenkian, s/d, § 107.

LIVIO, Tito. 8, 24: in fata ruitur; En., 10, 811: quo ruis? En: 2, 290: ruit alto a culmine Troia. (Embora no último sentido ruere se use sobretudo com relação a construções, o verbo é também atestado com referência a sujeitos humanos: En., 10, 756: cadebant pariter pariter que ruebant uictores uictique).

Phaedra, texto estabelecido e anotado por F. Giancotti, in Giancotti, Poesia e filosofia in Seneca trágico (Torino, Celid, 1986). Verso 704.

Seneca, Medea/Fedra, introduzione e note de Giuseppe Gilberto Biondi (Milano, Laterza, 1987)

SÊNECA, Phaedra, versos 704-05. Edições consultadas: Sêneca, Tragedies, with an English traslation by Frank Justus Miller (London, Loeb Classical Library, 1979)

Sénèque, Tragédies, I, texte établi et traduit par Léon Herrmann (Paris, Les Belles Lettres, 1924)

Downloads

Não há dados estatísticos.