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“Na minha época não tinha escapatória”: teleologias, temporalidades e heteronormatividade
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Palavras-chave

Teleologias heteronormativas. Teoria Queer. Temporalidades reprodutivas. Homoerotismo masculino. Curso da vida

Como Citar

HENNING, Carlos Eduardo. “Na minha época não tinha escapatória”: teleologias, temporalidades e heteronormatividade. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 46, p. 341–371, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8645912. Acesso em: 16 out. 2024.

Resumo

Este artigo se volta a analisar alguns elementos recorrentes que se fizeram presentes nos relatos de campo ao longo de minha etnografia para o doutorado em Antropologia Social na Unicamp. Meus contatos de campo foram homens entre os 45 e os 70 anos de idade que mantinham práticas sexuais homoeróticas e/ou que se identificavam como homossexuais. Os relatos reincidentes enfocavam as lidas com pressões sociais em prol da realização de determinados marcos biográficos tidos como heterossexuais e convencionados como imprescindíveis para se alcançar a felicidade e a plenitude no ínterim do curso da vida. Em um diálogo com uma vertente contemporânea dos estudos queer estadunidenses, a qual costuma ser chamada de tempo queer e temporalidades queer, – e ao mesmo tempo apresentando uma revisão desses debates – problematizo criticamente o modo como as transições entre os distintos períodos da vida são concebidas, em especial como são imaginadas e convencionadas. Por fim, a partir dessas análises de campo e diálogos teóricos, proponho a noção de teleologias heteronormativas de modo a desenvolver o debate acerca das bases prescritivas heterossexuais que tendem a fundamentar persuasivamente o modo como o curso da vida – em suas transições e em sua totalidade – é compreendido e negociado no contemporâneo.

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