Banner Portal
Cativas do corpo, libertas pelo trabalho: casos de mulheres de cor nas fronteiras entre escravidão e liberdade (Mariana, séculos XVIII e XIX)
PDF

Palavras-chave

Mulheres de cor. Escravidão. Liberdade. Justiça.

Como Citar

PINHEIRO, Fernanda Domingos; MAIA, Ludmila de Souza. Cativas do corpo, libertas pelo trabalho: casos de mulheres de cor nas fronteiras entre escravidão e liberdade (Mariana, séculos XVIII e XIX). Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 50, 2017. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8650732. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Neste artigo, analisamos a influência dos corpos das mulheres de cor, suas sexualidades e seus trabalhos na conquista e no usufruto da liberdade. Com base em ações cíveis produzidas pelo tribunal colonial de Mariana, em Minas Gerais, observamos como o fato de ser mulher foi fator limitante ou de risco para a manutenção da autonomia de alforriadas, coartadas ou nascidas de ventre livre. Mas, por vezes, sobressaem desses litígios os modos como elas conseguiram tirar proveito de seu gênero ao firmar arranjos favoráveis a si como o rompimento de antigos elos de dependência.
PDF

Referências

ALGRANTI, Leila. Honradas e Devotas - Mulheres da Colônia: condição feminina nos conventos e recolhimentos do sudeste do Brasil, 1770- 1822. Rio de Janeiro, José Olympio, 1993.

ALLEN, Ann Taylor. Feminism and Motherhood in Western Europe, 1890-1970: The Maternal Dilemma. Nova Iorque, Palgrave MacMillan, 2005.

ANAGOL, Padma. The Emergence of Feminism in India, 1850-1920. Londres, Ashgate Publishing, 2005.

ARAÚJO, Emanuel. A arte da sedução: sexualidade feminina na colônia. In: DEL PRIORI, Mary (org.) História das Mulheres no Brasil. São Paulo, Editora Contexto, 2013, pp.45-77.

COLLEY, Linda. The Ordeal of Elizabeth Marsh. A Woman in World History. Nova Iorque, Pantheon Books, 2007.

CUNHA, Manuela Carneiro da. Sobre os silêncios da lei: lei costumeira e positiva nas alforrias de escravos no Brasil do século XIX. In: CUNHA, Manuela Carneiro da. Antropologia do Brasil: mito, história, etnicidade. São Paulo, Brasiliense/Editora da Universidade de São Paulo, 1986, pp.123-144.

DAVIN, Anna. Imperialism and Motherhood. History Workshop, n o5, Spring 1978, pp.87-139.

DAVIS, Natalie Zemon. Nas Margens. São Paulo, Companhia das Letras, 1997.

DEL PRIORI, Mary. Ao sul do corpo: condição feminina, maternidades e mentalidade no Brasil Colônia. Rio de Janeiro/Brasília, José Olímpio/EdUnb, 1993.

DIAS, Maria Odila Silva. Quotidiano e Poder em São Paulo no século XIX. São Paulo, Brasiliense, 1995.

FARIA, Sheila de Castro. Sinhás pretas: acumulação de pecúlio e transmissão de bens de mulheres forras no sudeste escravista (sécs. XVIII-XIX). In: FRAGOSO, João; MATTOS; Hebe Maria; SILVA, Francisco Teixeira da (orgs.). Escritos sobre História e Educação. Homenagem à Maria Yeda Leite Linhares. Rio de Janeiro FAPERJ/Mauad, 2001, pp.289-329.

FARIAS, Juliana Barreto.Mercados Minas: africanos ocidentais na Praça do Mercado do Rio de Janeiro (1830-1890). Rio de Janeiro, Prefeitura do Rio de Janeiro/Arquivo Geral da Cidade, 2015.

FIGUEIREDO, Luciano Raposo de Almeida. O avesso da memória: cotidiano e trabalho da mulher em Minas Gerais no século XVIII. Rio de Janeiro/Brasília, José Olympio/ Edunb, 1993.

FURTADO, Júnia. Pérolas Negras: mulheres livres de cor no Distrito Diamantino. In: FURTADO, Júnia. (org.). Diálogos oceânicos: Minas Gerais e as novas abordagens para uma história do Império Ultramarino Português. Belo Horizonte, Editora da UFMG, 2001, pp.81-121.

GONÇALVES, Andréa Lisly. As margens da liberdade: estudos sobre a prática de alforrias em Minas colonial e provincial. Belo Horizonte, Fino Traço/FAPEMIG, 2011.

GRAHAM, Sandra Lauderdale. Caetana diz não: História de mulheres da sociedade escravista brasileira. São Paulo, Companhia das Letras, 2005.

HILL, Bridget. Servants: English Domestics in the Eighteenth Century. Oxford, Oxford University Press, 1996.

MACHADO, Maria Helena. Corpo, gênero e identidade no limiar da Abolição: a história de Benedicta Maria Albina da Ilha ou Ovídia, escrava (Sudeste, 1880). Afro-Ásia. Salvador, no 42, 2010, pp.157- 193.

METCALF, Alida. Mulheres e propriedade: filhas, esposas e viúvas em Santana de Parnaíba no século XVIII. Revista da SBPH . São Paulo, n o 5, 1989/1990, pp.19-30.

MOTT, Maria Lúcia. Submissão e resistência: a mulher na luta contra a escravidão. São Paulo, Contexto, 1988.

NICHOLSON, Linda. Interpretando o gênero. Revista de Estudos Feministas. vol.8, no2, 2000, pp.9-43.

OLIVEIRA, Maria Inês Cortês de. O liberto: o seu mundo e outros, Salvador, 1790-1890. São Paulo, Corrupio, 1988.

PAIVA, Eduardo França. Escravidão e universo cultural na colônia: Minas Gerais, 1716-1789. Belo Horizonte, Editora da UFMG, 2001.

PERROT, Michelle. As mulheres ou o silêncio da História. Bauru, EDUSC, 2005.

PERROT, Michelle. Minha história das mulheres. São Paulo, Contexto, 2007.

PINHEIRO, Fernanda Domingos. Em defesa da liberdade: libertos e livres de cor nos tribunais do Antigo Regime português (Mariana e Lisboa, 1719-1820). Tese (Doutorado em História) Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2013.

PISCITELLI, Adriana. Re-criando a (categoria) mulher?. Blog do Grupo de Pesquisa em Cultura e Gênero da Unesp. Marília, Unesp [http://www.culturaegenero.com.br/download/praticafeminina.pdf] – acesso em: 20 jan. 2016.

PRELINGER, Catherine. Charity, Challenge, and Change: Religious Dimensions of Mid-Nineteenth Century Women’s Movement in Germany. Nova Iorque, Greenwood Press, 1987.

SAMARA, Eni de Mesquita. As mulheres, o poder e a família. São Paulo, ANPUH/Marco Zero/FAPESP, 1989.

SAMARA, Eni de Mesquita. A Família Brasileira. São Paulo, Brasiliense, 2006.

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, Porto Alegre, vol. 20, no 2, jul./dez., 1995, pp.71-99.

SILVA, Maria Beatriz Nizza da. História da família no Brasil Colonial. Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1998.

SILVA, Maria Beatriz Nizza da. Donas e plebeias na sociedade colonial. Lisboa, Editora Estampa, 2002.

SILVA, Marilda Santana da. Dignidade e transgressão: mulheres no Tribunal Eclesiástico em Minas Gerais (1748-1830). Campinas, Editora da Unicamp, 2001.

SOARES, Carlos Eugênio Líbano. Comércio, nação e gênero: as negras minas quitandeiras no Rio de Janeiro, 1835-1900. In: FRAGOSO, João; MATTOS; Hebe Maria; SILVA, Francisco Teixeira da (orgs.). Escritos sobre História e Educação. Homenagem à Maria Yeda Leite Linhares. Rio de Janeiro, FAPERJ/Mauad, 2001, pp.401-415.

SOIHET, Rachel. História, Mulheres, Gênero: contribuições para um debate. In: AGUIAR, Neuma. Gênero e Ciências Humanas: desafios às ciências desde a perspectiva das mulheres. Rio de Janeiro, Editora Rosa dos Tempos, 1997, pp.95-114.

SREENIVASAM, Ramya. Drudges, Dancing Girls, Concubines: Female slaves in Rajput Polity, 1500-1850. In: CHATTERJEE, I. J.; EATON, R. Slavery and South Asian History. Bloomington, Indiana, Indiana University Press, 2006, pp.136-161.

VALENZE, Deborah. The First Industrial Woman. Nova Iorque/Oxford, Oxford University Press, 1995.

WASHINGTON, Margaret. “From motives of delicacy”: Sexuality and Morality in the narratives of Sojourner Truth and Harriet Jacobs. The Journal of African American History, Nova Orleans, vol. 92, no 1, 2007, pp.57-73.

WILDENTHAL, Lora. German Women for Empire, 1884-1945. Durham/Londres, Duke University Press, 2001.

Downloads

Não há dados estatísticos.