Banner Portal
O saudosismo das relações escravocratas em discursos sobre (e não de) trabalhadoras domésticas
PDF (English)

Palavras-chave

Trabalhadoras domésticas
Raça
Gênero
Classe
Escravização

Como Citar

TEIXEIRA, Juliana Cristina; CARRIERI, Alexandre de Pádua; SOUZA, Eloisio Moulin de. O saudosismo das relações escravocratas em discursos sobre (e não de) trabalhadoras domésticas. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 58, p. e205817, 2021. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8664376. Acesso em: 18 abr. 2024.

Resumo

Este artigo analisa discursos sobre trabalhadoras domésticas publicados em duas redes sociais produzidos por pessoas que se colocam no lugar de contratantes de trabalhadoras domésticas. Buscamos entender as relações dos discursos com as categorias de raça, gênero e classe. Os discursos analisados refletem as desigualdades de gênero relacionadas ao trabalho doméstico, e reproduzem ideologias classistas e racistas que configuram um processo histórico de subalternização de pessoas empobrecidas e negras, manifestando um saudosismo das relações escravocratas.

PDF (English)

Referências

ALMEIDA, S. de. Racismo Estrutural. São Paulo: Pólen Produção Editorial LTDA, 2019.

ANZALDÚA, G. Borderlands/La frontera: the new mestiza. San Francisco, Aunt Lute Books, 1987. AZEREDO, S. A ânsia, o sino e a transversalidade na relação entre empregadas e patroas. cadernos pagu (19), 2002, pp.323-334. DOI: 10.1590/S0104-8333200200014

BASTOS, J. J. C. Furto qualificado: interpretação e crítica. Revista da Esmesc 16(22), 2009, pp.153-183. Retrieved January 28, 2016, from https://jus.com.br/artigos/12743/furto-qualificado-interpretacao-ecritica#:~:text=furto%20qualificado!,%E2%88%92%20bem% 20mais%20elevado%2C%20portanto.

BENTO M. A. Pactos narcísicos no racismo: Branquitude e poder nas organizações empresariais e no poder público. Tese de doutorado, Psicologia, USP, 2002. DOI: 10.11606/T.47.2019.tde-18062019-181514

BOJE, D. M.; OSWICK, C.; FORD, J. D. Language and organization: the doing of discourse. Academy of Management Review, 29(4), 2004, pp.571-577. DOI: 10.5465/amr.2004.14497609

BRANDÃO, H. H. N. Introdução (Introduction). In: Brandão, H. H. N. (org.). Introdução à análise do discurso. 8. ed. Campinas, UNICAMP, 2002, pp. 9-12.

BRITES, J. Afeto e desigualdade: gênero, geração e classe entre empregadas domésticas e seus empregadores. cadernos pagu (29), jul./dez. 2007, pp.91-109. DOI: 10.1590/S0104- 83332007000200005

CARDOSO, L. O branco-objeto: O movimento negro situando a branquitude. Instrumento: Revista de Estudo e Pesquisa em Educação, 13(1), 2011. Retrieved November 13, 2020, from https://periodicos.ufjf.br/index.php/revistainstrumento/article/vie w/18706

CARRIERI, A. D. P.; DINIZ, A. P. R.; SOUZA, E. M. D;, MENEZES, R. S. S. Gender and work: representations of femininities and masculinities in the view of women Brazilian executives. BAR-Brazilian Administration Review 10(3), 2013, pp.281-303. DOI: 10.1590/S1807-76922013005000002

CHAUI, M. A. A filosofia como vocação para liberdade. Revista Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), 17(49), 2003. DOI: 10.1590/S0103-40142003000300002

COLLAÇO, J. H. L. (2008). Cozinha doméstica e cozinha profissional: do discurso às práticas. Caderno Espaço Feminino, 19(1). Retrieved January 28, 2016, from http://www.seer.ufu.br/index.php/neguem/article/view/2107

CORONEL, M. C. F. G. “Mulheres domésticas”: profissionais de segunda classe. Revista de Direito, 13(17), 2010, pp.7-18. Retrieved January 28, from https://revista.pgsskroton.com/index.php/rdire/article/view/1892

CRENSHAW, K. Mapping the margins: intersectionality, identity politics, and violence against women of color. Stanford Law Review, 43(6), 1991, pp.1241-1299. DOI: 10.2307/1229039

DAVIS, A. Y. Women, race, & class. Vintage, 2011. DO NASCIMENTO, A. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. Paz e Terra, 1978.

DUNNE, S.; Harney, S.; Parker, M. Speaking out: The responsabilities of management intellectuals: a survey. Organization 15(2), 2008, pp.271-282. DOI: 10.1177/1350508407087871

FARIA, A. A. M. Aspectos de um discurso empresarial. In: CARRIERI, A. P.; SARAIVA, L. A. S.; PIMENTEL, T. D.; SOUZA-RICARDO, P. A. G. (org.). Análise do discurso em estudos organizacionais. Curitiba, Juruá, 2009, pp.45-52.

FERREIRA, J. S. Trabalho em domicílio: quotidiano de trabalhadoras domésticas e patroas. Caderno Espaço Feminino, 23(1/2), 2010, pp.339-360. Retrieved January 28, from http://www.seer.ufu.br/index.php/neguem/article/view/12239

FIORIN, J. L. Linguagem e ideologia. São Paulo, Ática, 2005. FREITAS, J. B. Sobre a humilhação no cotidiano do emprego doméstico. Dados - Revista de Ciências Sociais 57(1), 2014, pp.199-236. DOI: 0.1590/S0011-52582014000100007.

GALEÃO-SILVA, L. G.; ALVES, M. A. A crítica do conceito de diversidade nas organizações. Revista de Administração de Empresas 44(3), 2004, pp.20-29. DOI: 10.1590/s0011- 52582014000100007

GALLOWAY, L. The experiences of male gay business owners in the UK. International Small Business Journal 30(8), 2011, pp.890-906. DOI: 10.1177/0266242610391324

GERGEN, K. J.; GERGEN, M.; BARRETT, F. J. Dialogue: life and death of the organization. In: GRANT, D. (Ed.). The Sage handbook of organizational discourse. London, SAGE, 2004, pp.79-104. DOI: 10.4135/9781848608122.n2

GODOI, C. K. Análise do discurso na perspectiva da interpretação social dos discursos: uma possibilidade aberta aos estudos organizacionais. GESTÃO. Org-Revista Eletrônica de Gestão Organizacional 3(2), 2005. Retrieved Janeiro 28, 2016, from https://periodicos.ufpe.br/revistas/gestaoorg/article/view/21574

GONZALEZ, L. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje 2(1), 1984, pp..223-244. Retrieved January 28, 2016, from https://www.jstor.org/stable/pdf/j.ctvnp0k3f.28.pdf

GOOGLE impulsionou liderança do Facebook no Brasil. Blog do Estadão. Retrieved July 7, 2012, from http://blogs.estadao.com.br/link/tag/orkut

GOUVÊA, J. B. Pensando as relações raciais no mundo do trabalho: um olhar a partir da branquitude. In: Congresso Brasileiro de Estudos Organizacionais, 4., 2016, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: SBEO, 2016, p. 1-8.

GUERREIRO RAMOS, A. Introdução crítica à sociologia brasileira. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1957. HARRIS, D. E. 'Você vai me servir': desigualdade, proximidade e agência nos dois lados do Equador (Doctoral dissertation, Universidade de São Paulo), 2007.

HENRY, F.; TATOR, C.; MATTIS, W.; REES, T. The colour of democracy: racism in canadian society. Toronto, Harcourt Brace, 2000.

HIRATA, H. Tecnologia, formação profissional e relações de gênero no trabalho. Revista Educação & Tecnologia (6), 2003. Retrieved January 28, 2016, from http://revistas.utfpr.edu.br/pb/index.php/revedutecct/article/view/1081/684

HIRATA, H.; KERGOAT, D. Novas configurações da divisão sexual do trabalho. Cadernos de Pesquisa 37(132), 2007, pp.595-609. Retrieved January 28, 2016, from https://www.scielo.br/pdf/cp/v37n132/a0537132.pdf

HOLVINO, E. Intersections: The Simultaneity of Race, Gender and Class in Organization Studies. Gender, Work and Organization 17(3), 2010, pp.248-277. DOI: 10.1111/j.1468- 0432.2008.00400.x

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. CENSO 2010: características da população e dos domicílios: resultado do universo. 2011. Retrieved January 28, 2016, from http://www.censo2010.ibge.gov.br/resultados_do_censo2010.p hp

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Pesquisa nacional por amostra de domicílios: síntese de indicadores 2019. Rio de Janeiro: IBGE, 2020. Retrieved November 13, 2020, from https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/protecaosocial/9221-sintese-de-indicadoressociais.html?edicao=25875&t=downloads

KOFES, M. S. Colcha de retalhos: estudos sobre a família no Brasil. São Paulo, Brasiliense, 1982.

LETICHE, H. Doubling: there‟s an escape from commodification …? Society and Business Review 4(1), 2009, pp.8-25. DOI: 10.1108/17465680910932432

LUXEMBURG, R. Womens Suffrage and Class Struggle. Selected Political Writings, New York, 1971.

MAINGUENEAU, D. Termos-chave da análise do discurso. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2006.

MILES, R.; TORRES, R. Does „race‟ matter: Transatlantic perspectives on racism and „race relations‟. In: GUPTA, T.D.; JAMES C.E.; MAAKA R.C.A.; GALABUZI G.E.; ANDERSEN C. (Ed.). Race and Racialization: Essential Readings. Toronto, Canadian Scholars‟ Press, 2007, pp.65-73.

OLIVEIRA, E. P. Cursos para trabalhadoras domésticas: estratégias de modelagem. Master's dissertation, Universidade Estadual de Campinas, 2007.

PEREIRA, M. C.; BRITO, M. J. A análise do discurso como prática e processo de produção de sentidos: proposta teóricometodológica. In: CARRIERI, A. P.; SARAIVA, L. A. S.; PIMENTEL, T. D.; SOUZA-RICARDO, P. A. (Org.). Análise do discurso em estudos organizacionais. Curitiba, Juruá, 2009, pp.53-78.

PRASAD, A. Beyond analytical dichotomies. Human Relations 65(5), 2012, pp.567-595. DOI: 10.1177/0018726711432183 PREUSS, M. R. G. Patroas e empregadas: relações de proximidade e oposição. Coletâneas da ANPEPP 2(1), 1996, pp.53-65. Retrieved January 28, 2016, from https://www.anpepp.org.br/acervo/Colets/v01n07a006.pdf

RANGEL, H. M. V. A. A discriminação sócio jurídica ao emprego doméstico na sociedade brasileira contemporânea: uma projeção do passado colonial. Jus Navigandi 23(1), 2010, pp.33-57. Retrieved January 28, 2016, from https://jus.com.br/artigos/14215/a-discriminacao-sociojuridica- a-empregada-domestica-na-sociedade-brasileiracontemporanea

RONCADOR, S. Histórias paranoicas, criados perversos no imaginário literário da Belle Époque tropical. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea (29), 2007, pp.127-140. Retrieved January 28, 2016, from https://periodicos.unb.br/index.php/estudos/article/view/9122

RONCADOR, S. Criadas no more: notas sobre testemunho de empregadas domésticas. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea (21), 2003, pp.55-71. Retrieved January 28, 2016, from https://periodicos.unb.br/index.php/estudos/article/view/8929

RUBIN, G. O trafico de mulheres: notas sobre a “economia política” do sexo. (1993) POR FAVOR, INFORME EDITORA E LOCAL DE EDIÇÃO SARAIVA, L. A. S. Mercantilização da cultura e dinâmica simbólica local: a indústria cultural em Itabira, Minas Gerais. Doctoral dissertation, Universidade Federal de Minas Gerais, 2009.

SILVA, A. P. da; BLANCHETTE, T. G. Por amor, por dinheiro? Trabalho (re) produtivo, trabalho sexual e a transformação da mão-de-obra feminina. cadernos pagu, (50), Campinas-SP, Núcleo de Estudos de Gênero-Pagu, 2018. DOI: 10.1590/18094449201700500019.

SILVA, E. B. Tecnologia e vida doméstica nos lares. cadernos pagu (10), Campinas-SP, Núcleo de Estudos de Gênero-Pagu, 1998, pp.21-52. Retrieved January 28, 2016, from https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/ view/2135/2255

SILVA, L. R. M.; OLIVEN, L. R. A. O “doméstico” do doméstico – parte 2: o caso Mangueira. In: Encontro Nacional do Conpedi, 19., 2010, Fortaleza. Anais... Fortaleza: CONPENDI, 2010. Retrieved January 28, 2016, from: http://www.publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/ana is/fortaleza/3022.pdf

SILVA, M. D. F. da.; OLIVEIRA, J. S. de; GOUVÊA, J. B.; SOUZA, V. G. de. Contribuições do conceito de branquitude às pesquisas sobre raça nos estudos organizacionais. In: Encontro da ANPAD, 44., 2020, on-line. Anais... Rio de Janeiro: ANPAD, 2020. Retrieved November 13, 2020, from http://anpad.org.br/eventos.php?cod_evento=1&cod_evento_e dicao=106&cod_edicao_subsecao=1726&cod_edicao_trabalh o=29152

SANTOS, N. D. S. Tornar-se negro: as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983.

STEIL, A. V. Organizações, gênero e posição hierárquicacompreendendo o fenômeno do teto de vidro. Revista de Administração da Universidade de São Paulo 32(3), 1997. Retrieved January 28, 2016, from https://www.researchgate.net/publication/237050206_Organiza coes_genero_e_posicao_hierarquica_- _compreendendo_o_fenomeno_do_teto_de_vidro

VAN DIJK, T. A. Discourse as interaction in society. In: VAN DIJK, T. A. (ed.). Discourse as social interaction. London, Sage, 1997, pp.1-37.

VIANNA, C. P. O sexo e o gênero da docência. cadernos pagu, (17-18), Campinas-SP, Núcleo de Estudos de Gênero-Pagu, 2001, pp.81-103. Retrieved January 28, 2016, from https://www.scielo.br/pdf/cpa/n17-18/n17a03.pdf

VÍTIMAS de empregada doméstica. Comunidade Orkut, June 2012. Retrieved July, 7, 2012, from http://orkut.google.com/c686748.html

WAGNER, A.; PREDEBON, J.; MOSMANN, C.; VERZA, F. Compartilhar tarefas? Papeis e funções de pai e mãe na família contemporânea. Psicologia-Teoria e Pesquisa, 21(2), 2005, pp.181-186. DOI: 10.1590/S0102-37722005000200008

WONG, L. Postcolonial interventions and disruptions: contesting cultural practices. International Journal of Cross Cultural Management 10(3), 2010, pp.345-362. DOI: 10.1177/1470595810389795

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2020 Cadernos Pagu

Downloads

Não há dados estatísticos.