Resumo
Partindo da observação de que as teorizações sobre o urbano têm ocultado as questões de gênero e a luta histórica das mulheres na e pela cidade, abordamos os ativismos feministas e sua construção de uma agenda pelo direito à cidade – desde propostas de reforma urbana, até contribuições dos novos feminismos. Concluímos que os feminismos lutam sim por direito à cidade, demandando poder sobre o corpo, liberdade de circulação, acesso a serviços e espaços públicos, e cidades que não sejam planejadas apenas para um cidadão homem, branco e proprietário.
Referências
ADRIÃO, Karla Galvão; MÉLLO, Ricardo Pimentel. As Jovens feministas: sujeitos políticos que entrelaçam questões de gênero e geração? Anais... Encontro da Associação Brasileira de Psicologia Social, 2009.
BAUMAN, Zygmunt. Confiança e medo na cidade. Rio de Janeiro, Zahar, 2009.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. 3. ed. Rio de Janeiro: Saraiva, 2015. 350 p.
BRASIL, Lei 5788/90. Estatuto da Cidade. Presidente da República, 10 de julho de 2001.
CARMO, Iris Nery do. O rolê feminista: autonomia, horizontalidade e produção de sujeito no campo feminista contemporâneo. Tese (Doutorado em Ciências Sociais), Unicamp, Campinas, 2018.
COLLINGS, Patricia H. Learning from the outsider within: the sociological significance of black feminist thought. In: FONOW, Mary Margaret; COOK, Judith A. Beyond methodology, feminist scholarship as live research. Indiana University Press, 1991, pp.35-59.
DAVIS, Angela. A liberdade é uma luta constante. São Paulo, Boitempo, 2018.
DE CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano. Editora Vozes, Petrópolis, 1998.
FENSTER, Tovi. The right to the gendered city: different formations of belonging in everyday life. Journal of gender studies, v. 14, n. 3, 3 November 2005, pp.217-231.
FENSTER, Tovi. Space for Gender: cultural roles of the forbidden and the permitted. Environment and planning. Societyand Space, 17, 2004, pp.227-46.
FERREIRA, Carolina Branco de Castro. Feminismos web: linhas de ação e maneiras de atuação no debate feminista contemporâneo. cadernos pagu (44), Campinas, SP, Núcleo de Estudos de Gênero-Pagu, Unicamp, janeiro-junho de 2015, pp.199-228.
FUENTES, Marcela A. Performance, Politics, and Activism. Ed. John Rouseand Peter Lichtenfels. Hampshire, Palgrave McMillan, 2013.
GONÇALVES, Eliane. Renovar, inovar, rejuvenescer: processos de transmissão, formação e permanência no feminismo brasileiro entre 1980-2010. Revista Brasileira de Sociologia, vol. 4, n. 7, 2016, pp.341-370. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5896091. Acesso em: 07 jul 2021.
GONÇALVES, Eliane; FREITAS, Fátima Regina Almeida de; OLIVEIRA, Elismênnia Aparecida. Das idades transitórias - as "jovens" no feminismo brasileiro contemporâneo, suas ações e seus dilemas. Salvador, UFBA: Feminismos, v. 1, n. 13, 2013. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/feminismos/article/view/29994. Acesso em: 07 jul 2021.
GOHN, Maria da Glória. Mulheres- atrizes dos movimentos sociais: relações político-culturais e debate teórico no processo democrático. Política e Sociedade, n. 11, out. 2007, pp.41-70.
GOMES, Carla; SORJ, Bila. Corpo, geração e identidade: a Marcha das Vadias no Brasil. Revista Sociedade e Estado, v. 29, n. 2, maio/agosto 2014.
GONZALES, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, 1984 pp.223-244. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5509709/mod_resource/content/0/06%20-%20GONZALES%2C%20L%C3%A9lia%20-%20Racismo_e_Sexismo_na_Cultura_Brasileira%20%281%29.pdf. Acesso em: 07 jul 2021.
HARVEY, David. The right to the city. New Left Review, 53, 2008, pp.23-40.
HARVEY, David. Cidades Rebeldes. São Paulo, Martins Fontes, 2014.
HIRATA, Helena. Gênero, classe e raça. Interseccionalidade e consubstancialidade das relações sociais. Tempo Social, jun. 2014, pp.61-73. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ts/a/LhNLNH6YJB5HVJ6vnGpLgHz/?format=pdf⟨=pt . Acesso em: 07 jul. 2021.
JÁCOME, Márcia Laranjeira. Cartilha Mulheres em ação nas cidades periurbanas: movimentos que rompem fronteiras. Recife, FASE, 2011.
KERGOAT, Daniele. Dinâmica e consubstancialidade das relações sociais. Novos Estudos, 86, março 2010, pp.93-103.
LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. Centauro, São Paulo, 2010.
MARTINEZ, Pilar Rodríguez. Feminismos y solidaridad. Revista Mexicana de Sociología 72, n. 3, julio-septiembre, 2010, pp.445-466.
MASSEY, Dorren. Space, place and gender. Minneapolis, University of Minnesota Press, 1994.
MBEMBE, Achille. Crítica da razão negra. São Paulo, n-1 edições, 2018.
MIRANDA, Joana. Numa urbe genderizada: vivências dos espaços. Revista Latino-americana de Geografia e Gênero, Ponta Grossa, v. 5, n. 2, ago/dez 2014, pp.163-174.
MOUFFE, Chantal. Feminismo, cidadania e política democrática radical. In: MIGUEL, Luis Felipe; BIROLI, Flávia (org.). Teoria política feminista: textos centrais. Vinhedo, Editora Horizonte, 2013, pp.265-281.
NUNES, Jordão Horta. Interacionismo simbólico e movimentos sociais: enquadrando a intervenção. Revista Sociedade e Estado, v. 28, n. 2, maio/agosto 2013.
PARK, R.E. The city: suggestions for the investigation of human behavior in the urban environment. In: PARK R.E.; BURGESS, E.W.; MACKENZIE, R.D. The city. The Universityof Chicago Press, 1925.
PERLONGHER, Néstor. O negócio do michê. São Paulo, Brasiliense, 1987.
RIOS, Flávia M.; MACIEL, Regimeire. Feminismo negro brasileiro em três tempos: Mulheres Negras, Negras Jovens Feministas e Feministas Interseccionais. Labrys, études féministes/estudos feministas, jul. 2017. Disponível em: https://www.labrys.net.br/labrys31/black/flavia.htm. Acesso em: 07 jul 2021.
SAFATLE, Vladimir. O circuito dos afetos. Corpos políticos, desamparo e o fim do indivíduo. São Paulo, Cosac Naify, 2015.
SILVA, Joseli Maria. Gênero e sexualidade na análise do espaço urbano. Geosul, Florianópolis, v. 22, n. 44, jul/dez 2007, pp.117-134.
SILVA, Joseli Maria. Um ensaio sobre as potencialidades do uso do conceito de gênero na análise geográfica. Revista de História Regional 8(1), Verão 2003, pp.31-45.
SIMMEL, Georg. The metropolis and the mental life. In: The sociology of Georg Simmel. The free press of glencoe, Londres, 1928.
SMITH, Dorothy. Women’s perspective as a radical critique of sociology. In: HARDING, Sandra. Feminism and Methodology. Indiana University Press, 1987, pp.84-96.
SUCUPIRA, Fernanda; FREITAS, Taís Viudes de. As desigualdades de gênero nos usos do tempo. In: MORENO, Renata (Org.). Feminismo, economia e política. SOF, São Paulo, 2014, pp.105-122.
TAVARES, Rossana Brandão. Uma cidade indiferente: espaço generificado de resistência à cidade-mercadoria. Sessões temáticas ST 10. XVI Enanpur. Espaço, planejamento e insurgências. Anais. Belo Horizonte, v. 16, n. 1, 2015. Disponível em: http://anais.anpur.org.br/index.php/anaisenanpur/article/view/1638. Acesso em: 07 jul. 2021.
TIBURI, Márcia. Direito visual à cidade: a estética da pixação e a cidade de São Paulo. Redobra, n. 12, 2013. Disponível em: http://www.redobra.ufba.br/wp-content/uploads/2013/12/redobra12_EN6_marcia.pdf. Acesso em: 07 jul. 2021.
VELHO, Gilberto. Subjetividade e sociedade. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2002.
VELHO, Gilberto. Individualismo e Cultura. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1999 [1981].
VELHO, Gilberto. Estilo de vida urbano e modernidade. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 8, n. 16, 1995, pp.227-234.
VELHO, Gilberto. A Utopia Urbana. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1989 [1973].
VELHO, Otávio G. O fenômeno Urbano. Rio de Janeiro, Zahar, 1976.
WIRTH, Louis. Urbanism as a way of life. American Journal of Sociology, XLIV julho de 1938, pp.124.
ZANETTI, Julia Paiva. Jovens feministas do Rio de Janeiro: trajetórias, pautas e relações intergeracionais. cadernos pagu (36), Campinas, SP, Núcleo de Estudos de Gênero-Pagu/Unicamp, 2011, pp.47-75.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2021 Lídia dos Santos Ferreira de Freitas, Eliane Gonçalves