Banner Portal
Ativismo feminista negro digital
Capa comemorativa dos 30 anos da Cad. pagu - Um mulher mergulhando e cauda de um peixe aparecendo
PDF
XML

Palavras-chave

Brasileños negros
Ativismo digital
Novíssimos movimentos sociais

Como Citar

RODRIGUES, Cristiano; PEREIRA, Bruna Cristina Jaquetto. Ativismo feminista negro digital: políticas estéticas e afetivo-sexuais. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 67, 2023. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8668794. Acesso em: 9 maio. 2024.

Resumo

O ativismo negro ganhou força na Internet a partir de 2010, com a presença marcada de jovens mulheres ativistas. Expressão dos novíssimos movimentos sociais, o vocabulário e a prática desses coletivos voltam-se sobretudo às dimensões estéticas, afetivo-sexuais e de representatividade/empoderamento. No presente artigo, analisamos essa nova face do ativismo feminista negro digital no Brasil a partir de análises dos posts do Blogueiras Negras e interações no grupo de Facebook Afrodengo. Concluímos que, ao mesmo tempo que adere a postulados individualizantes alinhados à perspectiva neoliberal, o ativismo feminista negro digital contribui para a politização da subjetividade.

PDF
XML

Referências

ABERS, Rebecca; SERAFIM, Lizandra; TATAGIBA, Luciana. Repertórios de interação estado-sociedade em um estado heterogêneo: a experiência na Era Lula, Dados, 57(2), 2014, pp.325-357.

ANDREWS, George. R. América Afro-latina: 1800-2000. São Carlos, EdUFSCar, 2014.

ANUNCIADA, Patricia. Estética negra, opressão e resistência. Blogueiras Negras, 2016 [http://blogueirasnegras.org/estetica-negra-opressao-e-resistencia - acesso em: 20 maio 2022].

BASTIDE, Roger. Dusky Venus, black Apollo. Race 3(1), 1961, pp.10-18.

BENNETT, W. Lance; SEGERBERG, Alexandra. The logic of connective action: digital media and the personalization. New York, Cambridge University Press, 2013.

BENTO, Maria Aparecida S. Branqueamento e branquitude no Brasil. In: CARONE, Iray; BENTO, Maria Aparecida S. Psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis-RJ, Vozes, 2009, pp.25-57.

BICUDO, Virgínia L. Atitudes raciais de pretos e mulatos em São Paulo. São Paulo, Editora Sociologia e Política, 2010 [1945].

BLOGUEIRAS NEGRAS. Quem somos – reinventando a tela. Blogueiras Negras, s.d. [http://blogueirasnegras.org/quem-somos/ - acesso em: 20 maio 2022].

BORGES, Rosane. Amor (afro)centrado: é possível falar nesses termos? Blogueiras Negras, 2014 [http://blogueirasnegras.org/2014/06/10/amor-afrocentrado/ - acesso em: 10 maio 2022].

BRANDLAB, Google. Dossiê BrandLab: a revolução dos cachos, 2017 [https://www.thinkwithgoogle.com/intl/pt-br/advertising-channels/v%C3%ADdeo/revolucao-dos-cachos/ - acesso em: 5 fev. 2021].

BURDICK, John. Blessed Anastacia: women, race and Christianity in Brazil. London, Routledge, 1998.

CAMPANELLA, B. Por uma etnografia para a Internet: transformações e novos desafios. MATRIZes, 9(2), 2015, pp.167-173.

CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. In: ASHOKA Empreendimentos Sociais; TAKANO CIDADANIA (org.). Racismos Contemporâneo. Rio de Janeiro, Takano Editora, 2003, pp.49-58.

CARTY, Victoria. Social movements and new technology. New York, Routledge, 2015.

CARVALHO, Layla P. Das diferentes solidões da mulher negra: do estar sozinha ao ser exótica. Blogueiras Negras, 2016 [http://blogueirasnegras.org/das-diferentes-solidoes-da-mulher-negra/ - acesso: 20 maio 2022].

FACCHINI, Regina; CARMO, Íris N.; LIMA, Stephanie P. Movimentos feministas, negro, LGBTI no Brasil: sujeitos, teias e enquadramentos. Educação & Sociedade, 41, 2020, pp.1-22.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador, EDUFBA, 2008.

FERNANDES, Florestan. O negro no mundo dos brancos. São Paulo, Difusão Européia do Livro, 1972.

FLAUZINA, Ana Luiza P. Utopias de nós desenhadas a sós. Brasília-DF, Brado Negro, 2015.

FRASER, Nancy. The End of Progressive Neoliberalism. Dissent, 2017 [https://www.dissentmagazine.org/online_articles/progressive-neoliberalism-reactionary-populism-nancy-fraser/ - acesso em: 27 maio 2022].

GIACOMINI, Sônia. A alma da festa: família, etnicidade e projetos num clube social da zona norte do Rio de Janeiro – o Renascença Clube. Belo Horizonte; Rio de Janeiro, Editora UFMG; IUPERJ, 2006.

GIACOMINI, Sônia. Beleza mulata e beleza negra. Revista Estudos Feministas (94), 1994, pp.217-227.

GOHN, Maria da Glória M. Manifestações e protestos no Brasil. São Paulo, Cortez, 2017.

GOLDSTEIN, Donna M. “Interracial” sex and racial democracy in Brazil: twin concepts? American Anthropologist, 101(3), 1999, pp.563-578.

GOMES, Carla C. Corpo, emoção e identidade no campo feminista contemporâneo brasileiro: a marcha das vadias do Rio de Janeiro”. Tese (Doutorado em Antropologia), UFRJ, Rio de Janeiro, 2018.

GOMES, Nilma Lino. O movimento negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Petrópolis-RJ, Editora Vozes, 2017.

GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural de Amefricanidade. Revista Tempo Brasileiro (92/93), 1988, pp.69-82.

GONZALEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Ciências Sociais Hoje, 2(1), 1984, pp. 223-244.

GORDON, Doreen. A beleza abre portas: beauty and the racialised body among black middle-class women in Salvador. Feminist Theory, 14(2), 2013, pp.203-218.

GUIMARÃES, Antônio S.; RIOS, Flávia; SOTERO, Edilza. Coletivos negros e novas identidades raciais. Novos Estudos CEBRAP, 39(2), 2020, pp.309–327.

HINE, Christine. Virtual Ethnography. London, Sage, 2000.

HORDGE-FREEMAN, Elizabeth. The color of love: racial features, stigma and socialization in black Brazilian families. Austin, University of Texas Press, 2015.

JARRÍN, Alvaro. The biopolitics of beauty: cosmetic citizenship and affective capital in Brazil. Oakland, CA, University of California Press, 2017.

LOUREIRO, Gabriela. Fat, black, and butch: the use of Internet nudes to resist racism and practice “erotic therapy”. Graduate Journal of Social Science, 13(1), 2017, pp.48-68.

MCCLINTOCK, Anne. Couro imperial: raça, gênero e sexualidade no embate colonial. Campinas-SP, Editora da Unicamp, 2010.

MOORE, Henrietta L. The subject of Anthropology: gender, symbolism and Psychoanalysis. Cambridge, UK; Malden, MA, USA, Polity Press, 2008.

MOURA, Clóvis. Sociologia do negro brasileiro. São Paulo, Editora Ática, 1988.

MOUTINHO, Laura. Razão, “cor” e desejo: uma análise comparativa sobre relacionamentos afetivo-sexuais “inter-raciais” no Brasil e na África do Sul. São Paulo, UNESP, 2004.

MOUTINHO, Laura; ALVES, Valéria; MATEUZI, Milena. Quanto mais você me nega, mais eu me reafirmo. TOMO, (28), 2016, pp. 265-291.

OSUJI, Chinyere. Confronting whitening in an era of black consciousness: racial ideology and black-white interracial marriages in Rio de Janeiro. Ethnic and Racial Studies, 36(10), 2013, pp.1490-1506.

PACHECO, Ana Cláudia. Mulher negra: afetividade e solidão. Salvador, EDUFBA, 2013.

PARKER, Robert G. Corpos, prazeres e paixões: a cultura sexual no Brasil contemporâneo. São Paulo, Editora Best Seller, 1991.

PEIXOTO, Luiz F. L.; SEBADELHE, Zé Octavio. 1976: Movimento Black Rio. Rio de Janeiro, José Olympio, 2016.

PEREIRA, Ana Claudia J. Intelectuais negras brasileiras: horizontes políticos. Belo Horizonte, Letramento, 2019.

PEREIRA, Bruna Cristina Jaquetto. Dengos e zangas das mulheres–moringa: vivências afetivo-sexuais de mulheres negras. Pittsburgh, Estados Unidos, Latin America Research Commons, 2020.

PEREIRA, Bruna Cristina Jaquetto. Batekoo: território de afetos. Arquivos do CMD 8(2), 2019, pp.58-77.

PEREZ, Olívia C. Relações entre coletivos com as Jornadas de Junho. Opinião Pública, 25(3), 2019, pp.577-96.

PEREZ, Olívia C.; SOUZA, Bruno M. Velhos, novos ou novíssimos movimentos sociais? As pautas e práticas dos coletivos. Anais do 41o Encontro Anual da Anpocs, 2017.

PIEDADE, Vilma. Dororidade. São Paulo, Editora Nós, 2017.

PINHO, Patrícia S. White but not quite: tones and overtones of whiteness in Brazil. Small Axe, 13(2), 2009, pp.39-56.

RIOS, Flávia; PEREZ, Olíia; RICOLDI, Arlene. Interseccionalidade nas mobilizações contemporâneas. Lutas Sociais, 22, 2018, pp.36-51.

RODRIGUES, Cristiano; FREITAS, Viviane G. Ativismo feminista negro no Brasil: Do Movimento de Mulheres Negras ao feminismo interseccional. Revista Brasileira de Ciência Política 34, E238917, 2021, pp.1-54.

RODRIGUES, Cristiano. Afro-latinos em movimento: protesto negro e ativismo institucional no Brasil e na Colômbia. Curitiba, Appris, 2020.

SARMENTO, Rayza. Ativismo feminista online: mapeando eixos de atuação. Revista Sul-Americana de Ciência Política, 7,1, 2021, pp.19-37.

SCHWARCZ, Lilia M. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e a questão racial no Brasil – 1870-1930. São Paulo, Companhia das Letras, 1993.

SHAKUR, Assata. A Message to my Sistas. 11 mar. 2005 [http://www.hartford-hwp.com/archives/45a/669.html/ - acesso em: 27 maio 2022].

STEELE, Catherine K. Digital black feminism. New York, NYU Press, 2021.

WILLIAMS, Erica Lorraine. Sex tourism in Bahia: ambiguous entanglements. Champaign, IL, University of Illinois Press, 2013.

YOUNG, Robert C. G. Desejo colonial: hibridismo em teoria, cultura e raça. São Paulo, Perspectiva, 2005.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

Copyright (c) 2023 Cadernos Pagu

Downloads

Não há dados estatísticos.