Banner Portal
O rosto das diabas
PDF

Palavras-chave

Pomba-gira
Quimbanda
Rosto
Resistência
Perspectiva decolonial

Como Citar

FAVARO, Jean; WEDIG, Josiane Carine; CORONA, Hieda Maria Pagliosa. O rosto das diabas: bruxaria e subversão na cosmopolítica das pombas-giras. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 64, p. e226419, 2022. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8670420. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

Este artigo apresenta as manifestações descolonizadoras das Pomba-giras, analisando as suas ações nas giras de Quimbanda. A etnografia, junto ao diálogo com a perspectiva feminista decolonial, discute a Pomba-gira como uma potência de enfrentamento ao sistema colonial/patriarcal/moderno, que lhe atribui dimensões degradantes de rostidade. As (r)existências criadas por elas subvertem os baluartes ontológicos dualistas da modernidade/colonialidade, impostos aos povos e às mulheres por mais de cinco séculos.

PDF

Referências

ANJOS, José Carlos Gomes. No território da linha cruzada: a cosmopolítica afro-brasileira. Porto Alegre, Editora da UFRGS/Fundação Cultural Zumbi dos Palmares, 2006.

BELAUNDE, Luisa Elvira. Resguardo e sexualidade(s): uma antropologia simétrica das sexualidades amazônicas em transformação. Cadernos de Campo, São Paulo, 2015, pp.538-564.

BIROLI, Flávia. Gênero e desigualdade: limites da democracia no Brasil. São Paulo, Boitempo, 2018.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2016.

BUTLER, Judith. Vida Precaria: el poder del duelo y de la violência. Buenos Aires, Paidós, 2006.

COPPINI, Danilo. Quimbanda: fundamentos e práticas ocultas II. São Bernardo do Campo, Ed. CapeLobo Esotérica, 2017.

COPPINI, Danilo. Quimbanda: o culto da chama vermelha e preta. São Bernardo do Campo, Ed. CapeLobo Esotérica, 2016a.

COPPINI, Danilo. Quimbanda: fundamentos e práticas ocultas I. São Bernardo do Campo, Ed. CapeLobo Esotérica, 2016b.

CRENSHAW, Kimberle. A intersecionalidade na discriminação de raça e gênero. In: VV.AA. Cruzamento: raça e gênero. Brasília, Unifem, 2004, pp.7-16.

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo, Boitempo, 2016.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia, v.3, São Paulo, Editora 34, 2012.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia, v.4. São Paulo, Editora 34, 2008.

DIOP, Cheick Anta. A unidade cultural da África negra: esferas do patriarcado e do matriarcado na antiguidade clássica. Serra da Amoeira, Edições Pedago, 2014.

ESCOBAR, Arturo. O lugar da natureza e a natureza do lugar: globalização ou pós-desenvolvimento? In: LANDER, Edgardo (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires, CLACSO, 2005. Colección Sur Sur, pp.69-86.

FEDERICI, Silvia. Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo, Elefante, 2017.

FERRETTI, Sérgio. Repensando o sincretismo. 2. ed. São Paulo, Edusp; Arché Editora, 2013.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I. Rio de Janeiro, Graal, 1997.

FRISVOLD, N. D. M. Pomba Gira & the Quimbanda of Mbùmba Nzila. Croydon, Scarlet Imprint 2011.

GOLDMAN, Marcio. Como funciona a democracia: uma teoria etnográfica da política. Rio de Janeiro, 7 Letras, 2006.

LANDER, Edgardo. Marxismo, eurocentrismo y colonialismo. 2007.

LATOUR, Bruno. Reagregando o social: uma introdução à teoria do ator-rede. Salvador, Edufba, 2012.

LATOUR, Bruno. Políticas da natureza: como fazer ciência na democracia. Bauru, EDUSC, 2004.

LUGONES, María. Rumo a um feminismo descolonial. Revista Estudos Feministas, v.22, n.3, Florianópolis, 2014, pp.935-952.

MCCallum, Cecilia. Notas sobre as categorias “gênero” e “sexualidade” e os povos indígenas. cadernos pagu (41), Campinas, SP, Núcleo de Estudos de Gênero-Pagu/Unicamp, 2013, pp.53-61.

MCCallum, Cecilia. Aquisição de gênero e habilidades produtivas: o caso Kaxinawá. Revista Estudos Feministas, v.7, n.1 e 2, 1999, pp.157-175.

MIGNOLO, Walter. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política. Cadernos de Letras da UFF–Dossiê: Literatura, língua e identidade, v.34, Niterói (RJ), 2008, pp.287-324.

PISCITELLI, Adriana. Gênero: a história de um conceito. In: ALMEIDA, Heloisa Buarque de; SZWAKO, José Eduardo (org.). Diferenças, igualdade. São Paulo, Berlendis & Vertecchia, 2009, pp.116-148.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires, CLACSO, 2005. Colección Sur Sur, pp.117-142.

RAMOS, João Daniel Dorneles. O Povo da Rua: caminhos de uma estética da existência (da) na Religião Afro-brasileira. Revista Ilha, v.22, n.1, Florianópolis, 2020, pp.75-106.

RAMOS, João Daniel Dorneles. A (cosmo)lógica das relações humano-animais nas religiões afro-brasileiras. Iluminuras, v.17, n.42, Porto Alegre, 2016, pp.166-189.

RIVERA, Cusicanqui, Silvia. Ch’ixinakax utxiwa: una reflexión sobre prácticas y discursos descolonizadores. Buenos Aires, Tinta Limón, 2012.

SEGATO, Rita. Gênero e colonialidade: em busca de chaves de leitura e de um vocabulário estratégico descolonial. E-cadernos CES, n.18, 2012, pp.106-131.

SHIVA, Vandana. Monoculturas da mente: perspectivas da biodiversidade e da biotecnologia. São Paulo, Gaia, 2003.

SHIVA, Vandana. Reducionismo e regeneração: uma crise na ciência. In: MIES, Maria; SHIVA, Vandana (Org.). Ecofeminismo. Lisboa, Instituto Piaget, 1993, pp.37-52.

STENGERS, Isabelle. The cosmopolitical proposal. In: LATOUR, Bruno; WEIBEL, Peter (Org.). Making things public: atmospheres of democracy. Cambridge, MIT Press, 2005, pp.994-1003.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2022 Cadernos Pagu

Downloads

Não há dados estatísticos.