Banner Portal
Fabulação auto etnográfica
PDF

Palavras-chave

Prostituição de luxo
Autoridade etnográfica
Estigma

Como Citar

LOPES, Natânia. Fabulação auto etnográfica: experiência e posição numa pesquisa sobre “prostituição de luxo. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 65, p. e226506, 2023. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8672042. Acesso em: 18 abr. 2024.

Resumo

Este artigo pretende discutir possibilidades de modelos narrativos da escrita etnográfica, em diálogo com as questões que surgiram da minha experiência de pesquisa no campo da prostituição de luxo, no Rio de Janeiro. Procura assim mostrar como esses modelos, em observância a certos protocolos que orientam moralmente a conduta do pesquisador em campo, criam zonas de invisibilidade daquilo que não pode ser narrado. E, ao mesmo tempo, determinam quem está autorizado a ser narrador da etnografia.

PDF

Referências

ARAÚJO, Rogério. Prostituição: artes e manhas do ofício. Goiânia, Canone Editorial, 2006.

BACELAR, Jeferson Afonso. A família da prostituta. Salvador, Fundação Cultural do Estado da Bahia (Ensaios 87), 1982.

BENEDICT, Ruth. Padrões de cultura. Petrópolis, Vozes, 2013.

CESARA, Manda. Reflections of a Woman Antropologist. London, Academic Press, 1982.

BLANCHETTE, Thaddeus; SILVA, Ana Paula da; CAMARGO, Gustavo. Idealismo Alemão e o corpo alienável: repensando a “objetificação” no contexto do trabalho sexual. In: SIMÕES, Soraya Silveira; SILVA, Hélio R. S.; MORAES, Aparecida Fonseca (org.) Prostituição e outras formas de amor. Niterói, Editora da UFF, 2014, pp.145-178.

CORRÊA, Mariza. O espartilho da minha avó: linhagens femininas na Antropologia. Horizontes Antropológicos, ano 3, n. 7, Porto Alegre, nov. 1997, pp.70-96.

CLIFFORD, James. A experiência etnográfica – antropologia e literatura no século XX. Rio de Janeiro, Editora UFRJ, 2014.

DERRIDA, Jacques. Gramatologia. São Paulo, Perspectiva, 1999.

DWORKIN, Andrea. Pornography: Men Possessing Women. New York, E. P. Dutton, 1989.

ELLIS, Carolyn. “There Are Survivors”: telling a story of sudden death. The Sociological Quarterly, v. 34, n. 4, Midwest Sociological Society, Blackwell Publishing, nov. 1993, pp.711-730 [http://www.jstor.org/stable/4121376 - acesso em: 03 nov. 2020].

EVANS-PRITCHARD, Eduard Evan. Social Anthropology Londres, Routledge & Kegan Paul, 1972.

FERREIRA, Paulo Rogers. Os afectos mal-ditos: o indizível nas sociedades camponesas. São Paulo, Editora Hucitec, 2008.

FLEISCHER, Soraya Resende; BONETTI, Alinne (org.). Entre Saias Justas e Jogos de Cintura. Santa Catarina, EDUNISC, 2007.

FOUCAULT, Michel. A história da sexualidade I – a vontade de saber. Rio de Janeiro, Edições Graal, 1988.

GAMA, Fabiene. A auto etnografia como método criativo – experimentações com esclerose múltipla. Anuário Antropológico, v. 45, n. 2, 2020, pp.188-208 [https://journals.openedition.org/aa/5872 - acesso em: 13 ago. 2022]. https://doi.org/10.4000/aa.5872

GASPAR, Maria Dulce. Garotas de programa – prostituição em Copacabana e identidade social. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1985.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro, LTC, 2015.

GOFFMAN, Erving. Estigma: la identidad deteriorada. Buenos Aires, Amorrortu editors, 1963.

KARAM, Sofia. Corpo em combate, cenas de uma vida. Rio de Janeiro, 7 Letras, 2019.

KILLICK, Andrew P. The Penetrating intellect. In: KULICK, Don; WILLSON, Margaret (org.). Taboo –sex identity, and erotic subjectivity in anthropological fieldwork. Londres, Routledge, 1995, pp.58-80.

KULICK, Don; WILLSON, Margaret (org.). Taboo –sex identity, and erotic subjectivity in anthropological fieldwork. Londres, Routledge, 1995.

LEJEUNE, Philippe. Le pacte autobiographique. Paris, Èditions du Seuil, 1996 [1975].

MACKINNON, Catharine. Pornography, Civil Rights, and Speech. Harvard Civil Rights-Civil Liberties Law Review, v. 20, n. 1, 1985.

NAIDIN, Silvia. (Bio)tecnologias do corpo e do gênero: uma análise da construção de corporalidades femininas. Tese (Doutorado em Ciências Sociais), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016.

OLIVAR, José Miguel Nieto. Devir puta – política da prostituição de rua na experiência de quatro mulheres militantes. Rio de Janeiro, EdUERJ, 2013.

PEIRANO, Mariza. Etnografia não é método. Horizontes Antropológicos, v. 20, n. 42. Porto Alegre. Jun/Dez 2014 [https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-71832014000200015 - acesso em: 15 nov. 2020].

PISCITELLI, Adriana. Trânsitos: brasileiras nos mercados transnacionais do sexo. Rio de Janeiro, EdUERJ, 2013.

ROJO, Luiz Fernando. Vivendo “nu” paraíso: comunidade, corpo e amizade na Colina do Sol. Tese (Doutorado em ciências sociais), Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005.

ROSALDO, Renato. Cultura y Verdad – la reconstrucción del análisis social. Equador, Ediciones ABYA-YALA, 2000.

SAEZ, Javier; CARRASCOSA, Sejo. Pelo cu: políticas anais. Belo Horizonte, Letramento, 2016.

SIMMEL, George. Psicologia do dinheiro e outros ensaios. Lisboa, Texto & Grafia Editora, 2009.

STRATHERN, Marylin. O efeito etnográfico – e outros ensaios. São Paulo, Cosac Naify, 2014.

VERSIANI, Daniela Beccaccia. Autoetnografia – uma alternativa conceitual. Letras de Hoje, v 37, n 4, Porto Alegre, 2013, pp.57-72 [https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fale/article/view/14258/9483 – acesso em 17 de ago. 2011]

WACQUANT, Loïc. Corpo e alma – notas etnográficas de um aprendiz de boxe. Rio de Janeiro, Relume Dumará, 2002.

WARGNER, Roy. A invenção da cultura. São Paulo, Cosac Naify, 2012.

WEBER, Max. The Methodology of the Social Sciences. New York, Free Press, 1949. Ed. e trad.: Edward A. Shils e Henry A. Finch.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

Copyright (c) 2022 Cadernos Pagu

Downloads

Não há dados estatísticos.