Banner Portal
Memórias do trabalho doméstico no exílio
PDF

Palavras-chave

Exílio
Memórias do exílio
Relações de gênero
Trabalho doméstico
História do feminismo

Como Citar

ROSALEN, Eloisa; MELLO, Soraia Carolina de. Memórias do trabalho doméstico no exílio: brasileiras na França na década de 1970. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 66, p. e226616, 2023. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8672104. Acesso em: 9 out. 2024.

Resumo

Com o exílio resultante da perseguição política durante a ditadura militar do Brasil, alguns aspectos ligados ao cotidiano emergiram aos sujeitos exilados. Questões até então ignoradas passaram a se tornar pontos de discussão, conflitos e transformações. Este artigo objetiva analisar as narrativas de mulheres brasileiras acerca do trabalho doméstico no exílio. A partir dos estudos teóricos que articulam gênero e memória, buscamos perceber as relações hierárquicas – constituídas ou rompidas – no que diz respeito ao trabalho doméstico durante o exílio de brasileiras e brasileiros na França, nos anos 1970. Este processo de (auto)exclusão, vivido de maneira heterogênea, é foco de inúmeras memórias que emergiram durante ou após o período. São fontes para este artigo memórias publicadas no livro Memórias das Mulheres do Exílio (1980) e entrevistas realizadas a partir da metodologia da história oral.

PDF

Referências

ABREU, Maira Luisa Gonçalves de. Feminismo no Exílio: o Círculo de Mulheres Brasileiras em Paris e o Grupo Latino-Americano de Mulheres em Paris. Dissertação (Mestrado em Sociológica e Pensamento Social), Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2010.

AGAMBEN, Giorgio. Política del exilio. Archipiélago: cuadernos de crítica de la cultura, n. 26, Filipina, 1996, pp.41-52 [https://revistas.uniandes.edu.co/doi/epdf/10.7440/res8.2001.13 - acesso em: 09 nov. 2022].

ARAUJO, Maria Paula Nascimento. A utopia fragmentada: as novas esquerdas no Brasil e no mundo na década de 1970. Rio de Janeiro, Editora FGV, 2000.

ALBERTI, Verena. Histórias dentro da História. In: PINSKY, Carla Bassanezi (org). Fontes Históricas. São Paulo: Editora Contexto, 2005, pp.155-202.

ALBERTI, Verena. Ouvir Contar: textos em história oral. Rio de Janeiro, Editora FGV, 2004.

ARENDT, Hannah. A condição humana. 2. ed. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 1983.

ARFUCH, Leonor. O espaço biográfico: dilemas da subjetividade contemporânea. Rio de Janeiro, EDUERJ, 2010.

BEAUVOIR, Simone de. O Segundo Sexo: Fatos e Mitos. Vol. 1. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1970.

BIROLI, Flávia. Gênero e Desigualdades: limites da democracia no Brasil. São Paulo, Boitempo, 2018.

CHOTIL, Mazé Torquato. Trabalhadores Exilados: a saga de brasileiros forçados a partir (1964-1985). Curitiba, Editora Prismas, 2016.

COSTA, Suely Gomes. Proteção social, maternidade transferida e lutas pela saúde reprodutiva. Revista Estudos Feministas, v. 10, n. 2, Florianópolis, jul. 2002, pp.301-323 [https://doi.org/10.1590/S0104-026X2002000200003 - acesso em: 10 out. 2005]

CRENSHAW, Kimberlé. Documento para encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Revista Estudos Feministas, vol. 10, n. 1, Florianópolis, 2002, pp.171-188 [https://doi.org/10.1590/S0104-026X2002000100011 – acesso em: 10 mar. 2018)

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo, Boitempo, 2016.

DURÁN, Maria Angeles. A dona de casa: crítica política da economia doméstica. Rio de Janeiro, Edições Graal, 1983.

FICO, Carlos. Ditadura militar brasileira: aproximações teóricas e historiográficas. Tempo e Argumento, v. 09, n. 20, Florianópolis, mai. 2017, pp.05-74 [https://doi.org/10.5965/2175180309202017005 - acesso em: 10 jul. 2020]

FRIEDAN, Betty. Mística Feminina. Petrópolis, Vozes, 1971.

GOIDANICH, Maria Elisabeth. Mamãe vai ao supermercado: uma abordagem etnográfica das compras para o cotidiano. Tese (Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas), Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012 [https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/96415/302787.pdf?sequence=1&isAllowed=y - acesso em: 09 nov. 2022].

GOLDBERG, Anette. Feminismo e autoritarismo: a metamorfose de uma utopia de liberação em ideologia liberalizante. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais), Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1987.

HENAUT, Mirta. De la rueca a la red: La economia sumergida. Buenos Aires, Ediciones Corregidor, 2001.

HIRATA, Helena; KERGOAT, Danièle. Novas configurações da divisão sexual do trabalho. Cadernos de Pesquisa, v. 37, n. 132, São Paulo, set.-dez. 2007, pp.595-609 [https://www.scielo.br/j/cp/a/cCztcWVvvtWGDvFqRmdsBWQ/?format=pdf - acesso em: 09 nov. 2022].

HOOKS, bell. Prefácio à nova edição. Vendo a luz: feminismo visionário. In: hooks, bell. Teoria feminista: da margem ao centro. São Paulo: Perspectiva, 2019.

IBGE. Coordenação de População e Indicadores Sociais. Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil. Estudos e Pesquisas. Informação Demográfica e Socioeconômica, n. 38, Rio de Janeiro, IBGE, 2018.

JELIN, Elizabeth. Los trabajos de la memoria. Buenos Aires, Siglo XXI Editora Iberoamericana; Nueva York, Social Science Research Council, 2002.

JELIN, Elizabeth. Familia y unidad doméstica. Mundo público y vida privada. CEDES (Estudios CEDES), Buenos Aires, 1984.

KERGOAT, Danièle. Divisão sexual do trabalho e relações sociais de sexo. Verbete. In: HIRATA, Helena; LABORIE, Françoise; DOARÉ, Hélène; SENOTIER, Danièle (org.). Dicionário crítico do feminismo. São Paulo, UNESP, 2009, pp.67-75.

LAMOUREUX, Diane. Público/privado. In: HIRATA, Helena; LABORIE, Françoise; DOARÉ, Hélène; SENOTIER, Danièle (org.). Dicionário crítico do feminismo. São Paulo, UNESP, 2009, pp.208-212.

LIMA, Valentina da Rocha. Women in Exile: Becoming Feminist. International Journal of Oral History, v. 5, n. 2 Westport, jun. 1984, pp.81-99.

LUGONES, María. Rumo a um feminismo descolonial. Revista Estudos Feministas, v. 22, n. 3, Florianópolis, set. 2014, pp.935-952 [https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/36755/28577 - acesso em: 09 nov. 2022].

MELLO, Soraia Carolina de. Lugar de mulher é onde ela quiser? Feminismos, domesticidade e conflito social no Brasil (1964-1990). In: WOLFF, Cristina Scheibe; ZANDONÁ, Jair; MELLO, Soraia Carolina de (org.). Mulheres de Luta: feminismo e esquerdas no Brasil (1964-1985). Curitiba, Appris, 2020, pp.69-89.

MELLO, Soraia Carolina de. Trabalho doméstico: coisa de mulher? Debates feministas no Cone Sul (1970-1989). Rio de Janeiro, Multifoco, 2011.

MELLO, Soraia Carolina de. Discussões feministas na imprensa para mulheres: revista Claudia e o trabalho doméstico (1970-1989). Tese (Doutorado em História), UFSC, Florianópolis. 2016 [https://repositorio.ufsc.br/xmlui/bitstream/handle/123456789/167643/340715.pdf?sequence=1&isAllowed=y - acesso em: 09 nov. 2022].

MIGNOLO, Walter. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política. Cadernos de Letras da UFF, n. 34, Niterói, 2008, pp.287-324 [https://periodicos.uff.br/gragoata/article/view/33191/19178 - acesso em: 09 nov. 2022].

MILKMAN, Ruth; REESE, Ellen; ROTH, Benita. A macrossociologia do trabalho doméstico remunerado. Revista Latinoamericana de Estudios del Trabajo, ano 4, n. 7, São Paulo, 1998.

ONU MULHERES. Trabalhadoras domésticas remuneradas na América Latina e no Caribe frente à crise do Covid-19. BRIEF, América Latina, n. 1.1, 12 jun. 2020, pp.1-19 [https://oig.cepal.org/sites/default/files/pt-trabajadoras_del_hogar_portugues-.pdf - acesso em: 10 jul. 2020].

OKIN, Susan Moller. Gênero, o público e o privado. Revista Estudos Feministas, v. 16, n. 2, Florianópolis, mai. 2008, pp.305-332 [https://doi.org/10.1590/S0104-026X2008000200002 - acesso em: 03 mar. 2020].

OSTRANDER, Heles. Women using other women. Contemporary Sociology, v. 16 n. 1, jun. 1987, pp.51-53.

PATEMAN, Carole. Críticas Feministas à Dicotomia Público/Privado. In. BIROLI, Flávia; MIGUEL, Luis Felipe (org.). Teoria política feminista. Vinhedo, Horizonte, 2013, pp.55-80.

PEDRO, Joana Maria. O feminismo de “Segunda Onda”: corpo, prazer e trabalho. In: PEDRO, Joana Maria; PINSKY, Carla Bassanezi (org.). Nova História das Mulheres no Brasil. São Paulo, Contexto, 2012, pp.238-259.

PEDRO, Joana Maria. Traduzindo o debate: o uso da categoria gênero na pesquisa histórica. História, v. 24, n.1, São Paulo, 2005, pp.77-98 [https://doi.org/10.1590/S0101-90742005000100004 - acesso em: 10 jun. 2010].

PEDRO, Joana Maria; WOLFF, Cristina Scheibe. Nosotras e o Círculo de Mulheres Brasileiras: feminismo tropical em Paris. ArtCultura, v. 9, n. 14, Uberlândia, jun/ 2007, pp.55-69 [https://seer.ufu.br/index.php/artcultura/article/view/40109/20974 - acesso em: 09 nov. 2022].

PEREIRA, Ligia M. L. Algumas reflexões sobre a história de vida, biografias e autobiografias. História Oral. v. 3, São Paulo, 2000, pp.117-127 [https://revista.historiaoral.org.br/index.php/rho/article/view/26/20 - acesso em: 09 nov. 2022].

PICQ, Françoise. MLF: 1970, année zéro. Libération, Paris, nov. 2008, pp.1-3 [https://www.liberation.fr/societe/2008/10/07/mlf-1970-annee-zero_112802 - acesso em: 01 abr. 2019].

PICQ, Françoise. The History of the Feminist Movement in France. In: GRIFFIN, Gabriela; BRAIDOTTI, Rosi (org.) Thinking Differently: A Reader in European Women’s Studies. Londres, Zed Books, 2002, pp.313-320.

PICQ, Francoise. Sobre o movimento das mulheres na França. Revista Estudos Feministas, n° especial, Rio de Janeiro, 1994, pp.25-30 [https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/download/16090/14634/49507 - acesso em: 09 nov. 2022].

POLLAK, Michael. Memória, Esquecimento, Silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, 1986, pp.3-15 [https://www.uel.br/cch/cdph/arqtxt/Memoria_esquecimento_silencio.pdf - acesso em: 09 nov. 2022].

PORTELLI, Alessandro. L’Inter-vista nella storia orale. In: PISTACCHI, Massimo. Vive Voci: L’intervista come fonte di documentazione. Roma, Donzelli Editore, 2010.

PORTELLI, Alessandro. Tentando aprender um pouquinho: Algumas reflexões sobre a ética na História Oral. Projeto História, v. 15, São Paulo, abr. 1997, pp.13-49 [https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/11215/8223 - acesso em: 09 nov. 2022].

PRADO, Danda. Ser esposa a mais antiga profissão. São Paulo, Editora Brasiliense, 1979.

REIS, Daniel A. Ditadura militar, esquerdas e sociedades. Rio de Janeiro, Zahar, 2000.

RIDENTI, Marcelo. Intelectuais e romantismo revolucionário. São Paulo em perspectiva, v. 15, n. 2, São Paulo, 2001, pp.13–19 [https://www.scielo.br/j/spp/a/b6LpHRFprmYrBPDSfK9McCQ/?format=pdf⟨=pt - acesso em: 09 nov. 2022].

ROLLEMBERG, Denise. Exílio: Entre raízes e radares. Rio de Janeiro, Editora Record, 1999.

ROSALEN, Eloisa. Vidas (entre) laçadas: relações de gênero nas memórias do exílio brasileiro (1964-1979). Dissertação (Mestrado em História Cultural), Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, Florianópolis, 2016 [https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/167880/341385.pdf?sequence=1&isAllowed=y - acesso em: 09 nov. 2022].

ROSALEN, Eloisa. Das muitas memórias dos exílios: uma leitura analítica dos livros Memórias do Exílio e Memórias das Mulheres do Exílio. In: XXVIII Simpósio Nacional de História, 2015, Florianópolis. Anais eletrônicos. Florianópolis, XXVIII Simpósio Nacional de História, 2015, pp.1-15 [https://www.snh2015.anpuh.org/resources/anais/39/1438608862_ARQUIVO_AnpuhNacionalEloisaRosalen.pdf - acesso em: 09 nov. 2022].

ROSTAGNOL, Susana. Las trabajadoras en el servicio doméstico. Mujer y trabajo nº 4, Montevideo: CIEDUR, 1988.

RUBIN, Gayle. The Traffic in Women: notes on the “Political Economy” of Sex. In: REITER, Rayna (ed). Toward an Anthropology of Women. New York, Monthly Review Press, 1975.

SAFFIOTI, Heleieth. Emprego doméstico e capitalismo. São Paulo, Vozes, 1978.

SAID, Edward W. Reflexões sobre o exílio: e outros ensaios. São Paulo, Companhia das Letras, 2003.

SALVATICI, Silvia. Memórias de gênero: reflexões sobre a história oral de mulheres. História Oral, v. 8, n. 1, jan.-jun. 2005, pp.29-42 [https://www.revista.historiaoral.org.br/index.php/rho/article/view/114/109 - acesso em: 09 nov. 2022].

SCOTT, Joan. Os usos e abusos do gênero. Projeto História, n. 45, São Paulo, dez. 2012, pp.327-351 [https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/15018/11212 - acesso em: 09 nov. 2022].

SCOTT, Joan. Gênero: Uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, v. 20, n. 2, Porto Alegre, jul-dez. 1995, pp.71-94 [https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/71721/40667 - acesso em: 09 nov. 2022].

SZNAJDER, Mario; RONIGER, Luis. La política del destierro y el exilio en América Latina. México, Fondo de Cultura Económica, 2013.

WOLFF, Cristina Scheibe. O gênero da esquerda em tempos de ditadura. In: PEDRO, Joana Maria; WOLFF, Cristina Scheibe (org.). Gênero, feminismos e ditadura no Cone Sul. Florianópolis, Editora Mulheres, 2010, pp.138-155.

WOOLF, Virginia. Um teto todo seu. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1985.

YANKELEVICH, Pablo. Estudar o Exílio. In: QUADRAT, Samantha Viz (org). Caminhos cruzados: história e memória dos exílios latino-americanos no século XX. Rio de Janeiro, Editora FGV, 2011, pp.11-30.

YOUNG, Iris Marion. A imparcialidade e o público cívico: algumas implicações das críticas feministas da teoria moral e política. In: BENHABIB, Seyla; CORNELL, Drucilla (org.). Feminismo como crítica da modernidade. Rio de Janeiro, Rosa dos Tempos, 1987, pp.66-86.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

Copyright (c) 2022 Cadernos Pagu

Downloads

Não há dados estatísticos.