Banner Portal
Nota sobre as categorias “gênero” e “ sexualidade” e os povos indígenas
Remoto

Como Citar

MCCALLUM, Cecilia. Nota sobre as categorias “gênero” e “ sexualidade” e os povos indígenas. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 41, p. 53–61, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8645092. Acesso em: 24 abr. 2024.

Resumo

Se a antropologia se preocupa com a possível violência epistemológica desencadeada pelo uso de categorias universalizantes (como gênero) para falar de práticas e formas de pensamento indígenas, o mesmo não pode ser dito sobre as preocupações indígenas para com suas próprias categorias, pragmática ou discursivamente elaboradas no sentido oposto. Para a grande maioria, por exemplo, a norma é que os homens se engajem diretamente com o mundo exterior dos “brancos”, dentro da lógica do que se costuma chamar da divisão sexual do trabalho, fortemente presente nas mais diversas organizações sociais indígenas. Para uma analise antropológica, tratar desse fenômeno em termos de uma categoria analítica de “gênero”, devidamente controlada etnograficamente, rende bastante.
Remoto

Referências

ALES, Catherine. Yanomami, l’ire et le désir. Paris, Editions Karthala, 2006.

__________. Pourquoi les Yanowamï ont-ils des filles?. In: GODELIER, M.

et PANNOFF, M. Le corps humain. Corps conçu, supplicié, cannibalisé, possédé. Paris, CNRS Editions, 2009, pp.287-318.

__________. Art corporel, savoir et engendrement chez les Yanomami.

In: BOETSCH, G.; CHEVE, D. & CLAUDOT-HAWAD, H. (dirs.) Décors des corps. Paris, CNRS Editions, 2010, pp.331-341.

BACIGALUPO, Ana Mariella. Rethinking Identity and Feminism: Contributions of Mapuche Women and Machi from Southern Chile.

Hypatia: A journal of feminist philosophy 18(2), Wiley-Blackwell, 2003, pp.32-57.

__________. The Struggle for Machi Masculinities: Colonial Politics of Gender, Sexuality and Power in Chile. Ethnohistory 51(3), Duke University Press, 2004a, pp.489-533.

__________. The Mapuche Man Who Became a Woman Shaman: Selfhood, Gender Transgression, and Competing Cultural Norms.

American Ethnologist 31(3), Wiley-Blackwell, 2004b, pp.440-457.

__________. Shamans of the Foye Tree: Gender, Power, and Healing among the Chilean Mapuche. Austin, University of Texas Press, 2007.

__________. Las Mujeres Machi en el Siglo XX-XI: ¿Personificación de la Tradición o Desafío a las Normas de Género?. In: STUVEN, A. M. e FERMANDOIS, J. (eds.) Historia de las Mujeres en Chile Siglos XX-XI.

Santiago, Chile, Editorial Taurus, 2013.

BELAUNDE OLSCHEWSKI, L. E. Viviendo Bien: Género y Fertilidad entre los Airo-Pai de la Amazonia Peruana. Lima, CAAAP / BCRP, 2001.

__________. El recuerdo de Luna: género, sangre y memoria entre los pueblos amazónicos. Lima, Universidad Nacional Mayor de San Marcos, 2005.

CANCELA, F. L. A. da S. & MACHADO, Almires. Caminhos de uma pesquisa acerca da sexualidade em aldeias indígenas no Mato Grosso do Sul. Revista de Antropologia, 53 (1), São Paulo, EdUSP, 2010, pp.199-235.

CLASTRES, P. The Bow and the Basket. In: Society Against the State.

Social Science Information, 8(3), Sage journals, 1969,pp.145-162.

__________. Misfortune of the savage warrior. In: Archaeology of Violence. The MIT Press, Cambridge, 1994.

CROCKER, W. H. and CROCKER, J. The Canela: Kinship, Ritual, and Sex in an Amazonian Tribe. Case Studies. In: SPINDLER, George (series ed.) Cultural Anthropology. Belmont, CA, Thomson/Wadsworth, 2004.

__________. Os Canelas: Parentesco, Ritual e Sexo em uma tribo da chapada Maranhense. Série Monografias, A. Freire, 2009.

[Tradução: (1) Família DePaula/Filgueiras, (2) Julio Melatti e (3) Helena de Barros] FERNANDES, E. R. Ativismo homossexual indígena e decolonialidade: da teoria queer às críticas two-spirit. 37º Encontro Anual da ANPOCS, SPG 16 Sexualidade e gênero: espaço, corporalidades e relações de poder, Águas de Lindoia, SP, de 23 a 27 de setembro de 2013.

GRAHAM, L. R. Genders of Xavante ethnographic spectacle: Cultural politics of inclusion and exclusion in Brazil. In: GRAHAM, L. R. e GLENN PENNY, H. (eds.) Performing Indigeneity. University of Nebraska Press, 2014.

GREGOR, T. Anxious Pleasures: The sexual lives of an Amazonian People.

Chicago, University of Chicago Press, 1985.

JACKSON, J. The meaning and message of symbolic sexual violence in Tukanoan ritual. Anthropological Quarterly 65 (1), Washinton DC, The George Washington University Institute for Ethnographic Research, 1992, pp.1-18.

JUNQUEIRA, C. e MINDLIN, Betty. Índias e antropólogas; diálogo de Carmen Junqueira e Betty Mindlin. Estudos Avançados 17 (49), São Paulo, EdUSP, 2003, pp.235-251 KENSINGER, Kenneth. How real people ought to live: the Cashinahua of Eastern Peru. Prospect Heights, Waveland Press, 1995.

LAGROU, E. M. A fluidez da forma: Arte, alteridade e ação em uma sociedade amazônica (Kaxinawá, Acre). Rio de Janeiro, Topbooks, 2007.

LASMAR, Cristiane. De Volta ao Lago de Leite: Gênero e transformação no Alto Rio Negro. São Paulo, Editora UNESP/ISA; Rio de Janeiro, NUTI, 2005.

LIMA, Tânia Stolze. Um peixe olhou para mim: O povo Yudjá e a perspectiva. São Paulo, Editora UNESP/Instituto Socioambiental / NUTI, 2005.

__________. Por uma cartografia do poder e da diferença nas cosmopolíticas ameríndias. Revista de Antropologia 54(2), São Paulo, EdUSP, 2011, pp.601-646.

LONDONO SULKIN, C. D. People of Substance: An Ethnography of Morality in the Colombian Amazon. University of Toronto Press, 2012.

MCCALLUM, Cecilia. Comendo com Txai, comendo como Txai: A sexualização de relações étnicas na Amazônia contemporânea.

Revista de Antropologia 40, São Paulo, EdUSP, 1997, pp.109-147.

__________. Gender and Sociality in Amazonia: How Real People are Made. Oxford, Berg, 2001.

__________. Escrito no corpo: gênero, educação e socialidade na Amazônia numa perspectiva Kaxinawá. Revista da FAEEBA, vol. 19, nº 33, Salvador, UNEB, 2010a, pp.87-104. Disponível em: <http://www.ppgeduc.com/revistadafaeeba/anteriores/numero33>.

__________. Becoming a Real Woman: Alterity and the Embodiment of Cashinahua Gendered Identity. Tipití, The Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America 7, Digital commons @ Trinity, 2010b, pp.43-66.

RUBENSTEIN, S. L. Fieldwork and the Erotic Economy on the Colonial Frontier. Signs: Journal of Women in Culture and Society, vol. 29, nº 4, 2004, pp.1041-1071.

SEEGER, A.; DA MATTA, R. & VIVEIROS DE CASTRO, E. A construção da pessoa nas sociedades indígenas brasileiras. In: PACHECO DE OLIVEIRA, J. (org.) Sociedades Indígenas & Indigenismo no Brasil. Rio de Janeiro, UFRJ, Editora Marca Zero, 1987[1979].

SHEPARD, G. Three Days for Weeping: Dreams, Emotions,and Death in the Peruvian Amazon. Medical Anthropology Quarterly 16(2), WileyBlackwell, 2002, pp.200-229. .

SISKIND, J. To Hunt in the Morning, Oxford, Oxford University Press, 1973.

VIVEIROS DE CASTRO, E. A Inconstância da Alma Selvagem. Rio de Janeiro, Cosac Naify, 2002.

WEBER, Ingrid. Um copo de cultura: os Huni Kuin (Kaxinawá) do rio Humaitá e a escola. Rio Branco, Edufac, 2006

Downloads

Não há dados estatísticos.