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“Travesti”, “mulher transexual”, “homem trans” e “não binário”: interseccionalidades de classe e geração na produção de identidades políticas
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Palavras-chave

Movimento social. Identidade. Gênero. Classe social. Geração.

Como Citar

CARVALHO, Mario. “Travesti”, “mulher transexual”, “homem trans” e “não binário”: interseccionalidades de classe e geração na produção de identidades políticas. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 52, p. 33–67, 2018. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8652636. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

Este artigo aborda a construção de identidades políticas no movimento de travestis, mulheres transexuais e homens trans ao longo da última década no Brasil. Reúno diferentes materiais etnográficos a fim de localizar as transformações em tais construções, principalmente em relação ao modo como os marcadores sociais de classe e geração aparecem na polarização entre uma “fixidez” e uma “fluidez” de gênero no campo político. O material utilizado nesta análise é composto por observações de encontros ativistas, entrevistas com lideranças do movimento e observações do ativismo na internet. Organizo a análise a partir de situações de conflito, nas quais dois encontros são de especial interesse: o XVI Encontro Nacional de Travestis e Transexuais (2009) e o I Encontro Nacional de Homens Trans (2015), momentos marcados pela disputa em torno das categorias identitárias em questão.
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