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Mulheres brancas no fim do período colonial
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Palavras-chave

Mulheres. Família. Sociedade

Como Citar

SILVA, Maria Beatriz Nizza da. Mulheres brancas no fim do período colonial. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 4, p. 75–96, 2008. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/1763. Acesso em: 27 abr. 2024.

Resumo

No Brasil do período colonial o papel desempenhado pelas mulheres brancas na sociedade colonial era muito mais complexo do que nos primeiros séculos da colonização portuguesa na América. Neste artigo, o mito da branca ociosa é confrontado com documentação que mostra as suas múltiplas atividades. É também analisado o conceito de honra para as donzelas e as mulheres brancas casadas, sendo fornecidos exemplos de desonra por rapto e estupro. Os conflitos no interior do matrimônio revelam um comportamento mais ativo do que aquele que geralmente lhes era atribuído. A população feminina branca vivia por vezes à margem das leis eclesiásticas e civis: prostituição, concubinato e adultério eram crimes cometidos por mulheres brancas. Quando a velhice chegava, estas mulheres encontravam abrigo e proteção em casa de seus filhos ou parentes.

Abstract

In late colonial Brazil the role played by white women in colonial society was by far more complex than in first centuries of Portuguese colonization in America. In this paper the myth of lazy white women is confronted with records in which they appear working in several activities. The concept of honor for maiden and married white women is also analysed and examples are given of dishonor by abduction and rape. Conflicts within matrimony reveal a more active behavior than that usually attributed to white women. The female white population often lived outside ecclesiastical and civil laws: prostitution, concubinage and adultery were crimes committed by white women. When old age came, they found shelter and protection in their children's and their relatives' households.

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