Banner Portal
Gênero, infância e relações de poder: interrogações epistemológicas
Remoto

Palavras-chave

Estudos Sociais da Infância. Estudos de Gênero. Epistemologia

Como Citar

MARCHI, Rita de Cássia. Gênero, infância e relações de poder: interrogações epistemológicas. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 37, p. 387–406, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8645026. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

Este artigo relaciona as posições periféricas da mulher e da criança no campo científico e as atuais dificuldades epistemológicas colocadas à emancipação da infância como categoria sociológica conceitualmente autônoma. Essas dificuldades são similares às resistências com que se depararam, tempos atrás, os “estudos feministas” para estabelecer o gênero como uma nova categoria de análise. A infância é uma construção social atravessada pelas relações assimétricas de poder e ação entre as gerações na sociedade e, no campo científico, pela perspectiva adultocêntrica e predominantemente masculina (androcêntrica) do conhecimento.

Abstract

This article relates the peripheral positions of woman and child in the scientific field and the current epistemological difficulties towards the emancipation of childhood as a conceptually autonomous sociological category. These difficulties are similar to the resistance encountered some years ago by “feminist studies” to establish gender as a new category of analysis. Childhood is a phenomenon permeated, in the social field, by asymmetric relations of power and action between generations and, in the scientific field, by the adult-focused and predominantly masculine (androcentric) perspective of knowledge.

Key Words: Childhood Social Studies, Gender Studies, Epistemology

Remoto

Referências

ALANEN, Leena. Rethinking Socialization, the Family and Childhood.

Sociological Studies of Child Development. vol. 3. JAI Press Inc., 1990, pp.13-28.

CASTRO, Lucia R. Under the “economy of protection”: the child in the Brazilian society. International Conference – Marginality and Voice: Childwood in Sociology and Society, Alemanha, Bergische Universität Wuppertal, 23-25 June, 2005.

CHARLOT, Bernard. A Ideia de Infância. In: CHARLOT, Bernard. A Mistificação Pedagógica – realidades sociais e processos ideológicos na teoria da educação. Rio de Janeiro, Zahar Ed., 1979, pp.99-149.

CHRISTENSEN, Pia; JAMES, Allison. (orgs.) Investigação com Crianças – Perspectivas e Práticas. Porto, Escola Superior de Educação Paula Frassinetti, 2005.

COHN, Clarice. Antropologia da Criança. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2005.

DELGADO, Ana Coll; MÜLLER, Fernanda. (orgs.) Educação e Sociedade, vol. 26, nº 91, maio/ago. 2005.

FERREIRA, Manuela. Editorial. Educação, Sociedade & Culturas. 2002, pp.07-12.

FERREIRA, Manuela. Salvar Corpos, Forjar a Razão – contributos para uma análise crítica da criança e da infância como construção social.

Memórias da Educação (7). Lisboa, Instituto de Inovação Educacional, 2000.

JAMES, Allison; JAMES, Adrian L. Constructing Childhood: theory, policy and social pratice. New York, Palgrave Macmillan, 2004.

JAMES, Allison; PROUT, Alan. A New Paradigm for the Sociology of Childhood? Provenance, Promise and Problems. In: JAMES, Allison; PROUT, Alan. (orgs.) Constructing and Reconstructing Childhood: Contemporary Issues in the Sociological Study of Childhood. London, The Falmer Press, 1990, pp.7-34.

JENKS, Chris. Constituindo a Criança. Educação, Sociedade & Culturas, 2002, pp.189-215.

JOBIM E SOUZA, Solange. Re-Significando a Psicologia do Desenvolvimento: uma contribuição crítica à pesquisa da infância. In: KRAMER, Sônia; LEITE, Maria I. (orgs.) Infância: Fios e Desafios da Pesquisa. São Paulo, Papirus, 1996, pp.39-55.

MARCHI, Rita de C. Os sentidos (paradoxais) da infância nas Ciências Sociais: um estudo de sociologia da infância crítica sobre a “nãocriança” no Brasil. Tese de Doutorado em Sociologia, UFSC, 2007.

MONTANDON, Cléopâtre. Sociologia da Infância: balanço dos trabalhos em língua Inglesa. Cadernos de Pesquisa, nº 112, São Paulo, mar.

, pp.33-59.

NARODOWSKI, Mariano. Infância e Poder: Conformação da Pedagogia Moderna. Bragança Paulista, Ed. da Universidade de S. Francisco, 2001.

NUNES, Ângela. O lugar da criança nos textos sobre sociedades indígenas brasileiras. In: SILVA, Aracy L.; MACEDO, Ana Vera; NUNES, Ângela.

(orgs.) Crianças Indígenas – Ensaios Antropológicos. São Paulo, Global Editora, 2002, pp.236-277.

_______. Introdução. In: NUNES, Ângela. A sociedade das crianças A’uwê-Xavante: por uma Antropologia da Criança. Lisboa, Ministério da Educação, 1999, pp.13-71.

ORTNER, Sherry B. Está a mulher para o homem assim como a natureza para a cultura? In: ROSALDO, Michelle Z. e LAMPHERE, Louise. (orgs.) A mulher, a cultura, a sociedade. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1979, pp.95-120.

PINTO, Manuel. A Infância como Construção Social. In: PINTO, Manuel; SARMENTO, Manuel J. (orgs.) As Crianças: Contextos e Identidades.

Portugal, Centro de Estudos da Criança, Universidade do Minho, 1997, pp.31-73.

PROUT, Alan. The Future of Childhood. London, Routledge Falmer, 2005.

QVORTRUP, Jens. Childhood in Europe: a New Field of Social Research.

In: LYNNE Chisholm et alii. (orgs.) Growing Up in Europe.

Contemporary Horizons in Childhood and Youth Studies. New York, Walter de Gruyter, 1995.

RAGO, Margareth. Epistemologia Feminista, Gênero e História. In: PEDRO, Joana; GROSSI, Miriam. (orgs.) Masculino, Feminino, Plural.

Florianópolis, Ed. Mulheres, 1998.

SAFFIOTI, Heleieth I. B. Contribuições feministas para o estudo da violência de gênero. Cadernos Pagu (16), Campinas-SP, Núcleo de Estudos de Gênero-Pagu/Unicamp, 2001, pp.115-136.

________. Novas perspectivas metodológicas de investigação das relações de gênero. In: MORAIS SILVA, M. A. (org.) Mulher em seis tempos. Araraquara, UNESP, 1991.

SARMENTO, Manuel J. Imagens Sociais e (In)Visibilidade da Infância.

Relatório da Disciplina. Braga, Universidade do Minho, 2006, pp.85- 103.

__________. Sociologia da Infância: correntes e confluências. Cadernos do Noroeste, Série Sociologia, vol. 13, nº 2, Braga, IEC/Universidade do Minho, 2000, pp.145-164.

__________; PINTO, Manuel. As Crianças e a Infância: definindo conceitos, delimitando o campo. In: PINTO, Manuel, SARMENTO, Manuel. As Crianças – Contextos e Identidades. Braga, IEC/Universidade do Minho, 1997, pp.9-30.

SCAVONE, Lucila. A maternidade e o feminismo: diálogo com as ciências sociais. Cadernos Pagu (16), Campinas-SP, Núcleo de Estudos de Gênero-Pagu/Unicamp, 2001, pp.137-150.

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, vol.16, nº 2, Porto Alegre, jul/dez. 1990, pp.5-22.

SIROTA, Régine. Petit Objet Insolite ou Champ Constitué? La Sociologie de l‟Enfance est-elle encore dans les choux? In: SIROTA, Régine.

(org.). Éléments pour une Sociologie de l’Enfance. Rennes, P.U.R., 2006, pp.13-34.

__________. L‟Enfant Acteur ou Sujet dans la Sociologie de l‟Enfance – évolution des positions théoriques au travers du prisme de la socialisation. In: BERGONNIER-DUPUY, Geneviève. (org.) L’Enfant Acteur et/ou Sujet au Sein de la Famille. Paris, Ed. Erès, 2005, pp.35- 41.

__________. Emergência de uma Sociologia da Infância: evolução do objeto e do olhar. Cadernos de Pesquisa, nº 112, São Paulo, mar.

, pp.07-31.

Downloads

Não há dados estatísticos.