Banner Portal
Desafios à despatriarcalização do Estado brasileiro
Remoto (Português (Brasil))

Palabras clave

Estado. Patriarcado. Movimentos feministas. Despatriarcalização. Feminismo estatal

Cómo citar

MATOS, Marlise; PARADIS, Clarisse Goulart. Desafios à despatriarcalização do Estado brasileiro. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 43, p. 57–118, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8645109. Acesso em: 17 jul. 2024.

Resumen

Este artigo debate o tema da despatriarcalização do Estado brasileiro, especialmente, a partir da dinâmica de participação/representação nos âmbitos dos poderes Executivo e Legislativo. Esse é um processo em curso no Brasil (e também em outros países latino-americanos). O artigo trás uma contribuição ao debate sobre as agendas de descolonização das nossas sociedades e também do Estado, numa perspectiva em que o marcador de gênero não seja tratado perifericamente, mas como elemento estratégico para a descolonização/despatriarcalização do Estado, um dos eixos centrais de análise das opressões de origem patriarcal. Mas para chegar a esse ponto foi necessário um percurso longo por leituras críticas da teoria feminista e do pensamento social brasileiro, que debateram sobre estruturas, valores e fundamentações teóricas de um sistema social e político que afirmo ser ainda enraizadamente patriarcal e neocolonial em nosso país. Veremos como esse contexto é permeado de inúmeras contradições: o patriarcado tem igualmente se transformado e, infelizmente, continua moldando as nossas instituições estatais, tratando de garantir e sustentar a inserção subordinada das mulheres nas distintas dimensões da esfera pública e, com isso, retardando e muito os avanços que os movimentos de mulheres demandam e lutam, mas já há iniciativas também em curso de mecanismos que possam compor sistemas de responsabilização institucional sensíveis a gênero e que sejam receptivos a processos continuados de empoderamento das mulheres como estratégia democratizadora do Estado brasileiro no âmbito dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

Remoto (Português (Brasil))

Citas

AGUIAR, Neuma (org.). Gênero e Ciências Humanas: desafios às ciências desde a perspectiva das mulheres. Rio de Janeiro, Ed. Rosa dos Tempos, 1997.

______. Patriarcado, sociedade e patrimonialismo. Soc. estado, vol.15, nº 2, Brasília, Editora UnB, 2000, pp.303-33.

ALVAREZ, Sonia. Em que Estado está o feminismo latino-americano? Uma leitura crítica das políticas públicas com “perspectiva de gênero”.

In: FARIA; SILVEIRA; NOBRE (org.). Gênero nas Políticas Públicas: impasses, desafios e perspectivas para a ação feminista. São Paulo, SOF, 2000.

AMORÓS, Célia. Tiempo de Feminismo. Sobre feminismo, proyecto ilustrado y postmodernidad. Madrid, Ediciones Cátedra, 1997.

CANDIDO, Antonio. A sociologia no Brasil. Tempo Social, 18(2), São Paulo, 1957. ______. A família brasileira. Apostila do curso Sociologia I, 2º semestre. Campinas, Unicamp, 1974.

CASTRO-GÓMEZ, Santiago & MENDIETA, Eduardo. Introducción: la translocalización discursiva de Latinoamérica en tiempos de la globalización. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago & MENDIETA, Eduardo (coords.).Teorías sin disciplina: latinoamericanismo, poscolonialidad y globalización en debate. México, Miguel Ángel Porrúa, 1998.

CASTRO-GÓMEZ, Santiago & GROSFOGUEL, Ramon. Prólogo. Giro decolonial, teoría crítica y pensamiento heterárquico. In: CASTROGÓMEZ, Santiago & GROSFOGUEL, Ramon (coords.). El giro decolonial: reflexiones para uma diversidad epistêmica más allá del capitalismo global. Bogotá, Siglo del Hombre, Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos, Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007.

DELPHY, Christine. Patriarcado (teorias do). In: HIRATA, Helena et alii (orgs.) Dicionário Crítico do Feminismo. São Paulo, Editora Unesp, 2009. [Tradução de Francisco Ribeiro Silva Júnior].

DUSSEL, Enrique. Europa, modernidad y eurocentrismo. In: LANDER, Edgardo (coord.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales, perspectivas latino-americanas. Buenos Aires, Clacso, 2000.

EISEINSTEIN, Zillah. The capitalist patriarchy and the case for socialist feminism. New York, Monthly Review Press, 1979.

ELSHTAIN, Jean Bethke. Public Man Private Woman. Women in Social and Political Thought. Princeton, Princeton University Press, 1993.

ENGELS, Friedrich. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1984.

ESCOBAR, Arthuro. Mundos y conocimientos de otro modo: el programa de investigación modernidad/colonialidad latinoamericano. Tabula Rasa, nº 1, Bogotá, Colombia, 2003, pp.58-86.

ESPING-ANDERSEN, G. The three worlds of Welfare Capitalism. New Jersey, Princeton University Press, 1990.

FAORO, Raimundo. Os Donos do Poder: formação do patronato político brasileiro. São Paulo/ Porto Alegre, Ed. USP/Ed. Globo, 1997. FARIA, Carlos Aurélio P. Uma genealogia das teorias e tipologias do Estado de bem-estar social. In: DELGADO, Mauricio Godinho & PORTO, Lorena Vasconcelos (Orgs.). O Estado de bem-estar social no século XXI. São Paulo, LTR Editora, 2007.

FERNANDES, Florestan. A integração do Negro na Sociedade de Classes. São Paulo, Ed. Ática, 1978.

FRASER, Nancy. Unruly Practices: Power, Discourse, and Gender in Contemporary Social Theory. Minneapolis, University of Minesota Press, 1989.

FREIRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. Rio de Janeiro, José Olympio, 1981.

GORDON, Linda (ed.). Women, the State and Welfare. Winsconsin, The University of Winsconsin Press, 1989.

HEILBORN, Maria Luiza. & ARRUDA, Angela. Legado feminista e ONGs de mulheres: notas preliminares. In: NÚCLEO de Estudos da Mulher e Políticas Públicas. Gênero e Desenvolvimento institucional em ONGs. Rio de Janeiro, IBAM, 1995.

HERNES, Helga. Welfare State and Women Power: Essays in State Feminism. Oslo, Norwegian University Press, 1987.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro, José Olympio, 1989.

IANNI, Octávio. A formação do estado populista na América Latina. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1991.

KANTOLA, Johanna. Feminists Theorize the State. New York, Palgrave Mcmillan, 2006.

KANTOLA, Johanna; OUTSHOORN, Joyce (ed). Changing State Feminism. New York, Palgrave Macmillan, 2006.

LOCKE, John. An essay concerning human understanding. Ed. Peter H. Nidditch. Oxford University Press, 1979.

______. Dois Tratados Sobre o Governo. São Paulo, Martins Fontes, 2001. [Tradução de Julio Fischer] LOVENDUSKI, Joni (ed.). State Feminism and Political Representation. New York, Cambridge University Press, 2005.

MACKINNON, Catharine. Hacia una Teoria Feminista del Estado. Madrid, Cátedra, 1995.

MALDONADO-TORRES, Nelson. Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago & GROSFOGUEL, Ramon (coords.). El giro decolonial: reflexiones para uma diversidad epistêmica más allá del capitalismo global. Bogotá, Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos, Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007, MATOS, Marlise & PARADIS, Clarisse. Los feminismos latinoamericanos y su compleja relación con el Estado: debates actuales Íconos. Revista de Ciencias Sociales, nº 45, Quito, set. 2013.

MATOS, Marlise. Teorias de gênero e teorias e gênero? Se e como os estudos de gênero e feministas se transformaram em um campo novo para as ciências. Revista Estudos Feministas 16(2), Florianópolis-SC, mai/ago. 2008, pp.333-357.

______. Desdobramentos das agendas dos feminismos contemporâneos: a quarta onda. In: MATOS, Marlise (org.). Enfoques Feministas e os Desafios Contemporâneos, vol. 1 – Debates Acerca do Feminismo: antigos e novos desafios. Belo Horizonte, FAFICH/DCP, 2009a, pp.13-43.

______. Em busca de uma teoria crítico-emancipatória feminista de gênero: reflexões a partir da experiência da política na ausência das mulheres. In: MATOS, Marlise (org.). Enfoques Feministas e os Desafios Contemporâneos, vol. 04 – Perspectiva Feminista de Gênero na Política e nas Políticas Públicas. Belo Horizonte, FAFICH/DCP, 2009b, pp.59-112.

______. Opinião pública e representação política das mulheres: novos horizontes para 2010? Em Debate – Opinião pública e Conjuntura Política, vol. 2, 2010a, pp.31-37.

______. Paradoxos da Incompletude da Cidadania política das Mulheres: novos horizontes para 2010. Em Debate – Opinião Pública e Conjuntura Política, vol. 2, 2010b, pp.31-59. ______. Movimento e a Teoria Feminista em sua Nova Onda: entre encontros e confrontos, seria possível reconstruir a Teoria Feminista a partir do Sul Global? Revista de Sociologia e Política, vol. 18, UFPR, 2010c, pp.67-92.

______. A sub-representação política das mulheres na chave de sua subteorização na ciência política. In: PAIVA, Denise (org.). Mulheres, Poder e Política: a experiência do Brasil e do Canadá, vol. 01. Goiânia, Editora da Universidade de Goiás, 2011, pp.22-54.

______. Recentes Dilemas da Democracia e do Desenvolvimento no Brasil: porque precisamos de mais mulheres no poder? Revista Sinais Sociais, vol. 5, Rio de Janeiro, Editora SENAC, 2011b, pp.110-142.

______. O Campo Científico-crítico-emancipatório das Diferenças como Experiência da descolonização Acadêmica. In: BIROLI, Flavia e MIGUEL, Luis Felipe (orgs.). Teoria Política e Feminismo. Vinhedo, Editora Horizonte, 2012, pp.47-101.

MCBRIDE, Dorothy E.; MAZUR, Amy G. The politics of State Feminism: innovation in comparative research. Philadelphia, Temple University Press, 2010.

MCBRIDE, Dorothy E.; MAZUR, Amy G. State Feminism. In: GOERTZ, Gary; MAZUR, Amy G (ed.). Politics, gender, and concepts: theory and methodology. Cambridge University Press, 2008.

MIGNOLO, Walter. Postoccidentalismo: el argumento desde América Latina. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago & MENDIETA, Eduardo (coords.). Teorías sin disciplina: latinoamericanismo, poscolonialidad y globalización en debate. México, Miguel Ángel Porrúa, 1998.

MYLES, John; QUADAGNO, Jill. Political Theories of the Welfare State. Social Service Review, 76, mar. 2002, pp.34–57.

OKIN, Susan Moller. Justice, Gender and the Family. Nova York, Basic Books, 1991.

ORLOFF, Ann Shola. Gender and the Social Rights of Citizenship: The Comparative Analysis of Gender Relations and Welfare States. American Sociological Review, 58(3), 1993, pp.303-328.

ORLOFF, Ann Shola. Gender and the Welfare State. Institute for Research on Poverty, Wisconsin-Madison, 1082, 1996, Disponível em: <http://www.irp.wisc.edu/publications/dps/pdfs/dp108296.pdf>.

Acesso em: 5 out 2014 PATEMAN, Carole. Feminist Critiques of the Public/Private Dichotomy. In: PATEMAN, Carole. The Disorder of Women: Democracy, Feminism, and Political Theory. Stanford, CA, Stanford University Press, 1990.

PATEMAN, Carole. O Contrato Sexual. São Paulo, Paz e Terra, 1993. [Tradução de Marta Avancini].

PATEMAN, Carole. The disorder of Women: democracy, Feminism and Political Theory. Stanford, Stanford University Press, 1989, pp.180- 209.

PHILLIPS, Anne. Dealing with difference: a politics of ideas or a politics of presence? In: GOODIN, Robert E.; PETTIT, Philip (eds.). Contemporary political philosophy: an anthology. Blackwell Publishers, Cambridge, U.K., 1997, pp.174-185.

PINTO, Céli Regina Jardim. Movimentos sociais: espaços privilegiados da mulher enquanto sujeito político. In: COSTA, Albertina de Oliveira (org.) Uma questão de gênero. São Paulo, Rosa dos Tempos/FCC, 1992, pp.127-150.

______. Participação (representação?) política da mulher no Brasil: limites e perspectivas. In: SAFFIOTTI, Heleieth (org.). Mulher Brasileira é Assim. Rio de Janeiro, Rosa dos Tempos, 1994a.

______. Mulher e política no Brasil: os impasses do feminismo enquanto movimento social face às regras do jogo da democracia representativa. Revista Estudos Feministas, vol.2, nº2, FlorianópolisSC, UFSC, 1994b, pp.256-270.

______. Uma história do feminismo no Brasil. São Paulo, Fundação Perseu Abramo, 2003.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidad y Modernidad/Racionalidad. Lima. Peru. Ed. Indígena, 29, 1991, pp.11-21.

______. ‘Raza’, ‘Etnia’ y ‘Nación’”. In: MORGUES, Roland (ed.). José Carlos Mariátegui y Europa: el otro aspecto del Descubrimiento. Lima, Amauta, 1993.

______. La colonialidad del poder y la experiencia cultural latinoamericana. In: BRICEÑO−LEÓN, Roberto; SONNTAG, Heinz R. (orgs.). Pueblo,época y desarrollo: la sociología de América Latina. Caracas, Nueva Sociedad, 1998, pp.139−155.

______. Coloniality of Power, Ethnocentrism, and Latin America.

NEPANTLA 1(3), Lima, Empresa Editora Amauta, 2000, pp.533−580.

ROMERO, Sílvio. Obra Filosófica. Rio de Janeiro, José Olympio; São Paulo, Edusp, 1969. [Introdução e seleção de Luís Washington Vita].

ROUSSEAU, Jean-Jacques. O contrato social: princípios de direito político. Rio de Janeiro, Ediouro, 1997. [Tradução de Antônio de P.

Machado] ROWBOTHAM, S. Lo malo del patriarcado. In: SAMUEL, R. (ed.) Historia popular y teoria socialista. Barcelona, Crítica, 1984, pp.248-256.

SAFFIOTI, H. I. B. A mulher na sociedade de classes: mito e realidade. Petrópolis, Vozes, 1976.

______No fio da navalha: violência contra crianças e adolescentes no Brasil atual. In: Quem mandou nascer mulher? Rio de Janeiro, Rosa dos Tempos/UNICEF, 1996, pp.135-211.

SAFFIOTI, H.; MUÑOZ-VARGAS, M. Mulher brasileira é assim. Rio de Janeiro, Rosa dos Tempos, 1994.

SEGATO, Rita Laura. Género, y Colonialidad: en busca de claves de lectura y de un vocabulario estratégico descolonial. In: BIDASECA, Karina (org.). Feminismos Y Poscolonialidad: descolonizando el feminismo desde y en America latina. Buenos Aires, Ediciones Godot, 2011, pp.17-47.

VARGAS, Virginia. Feminismos en América Latina: Su aporte a la política y a la democracia. Lima, Universidad Nacional Mayor de San Marcos, Colección Transformación Global, 2008.

VIANNA, Francisco José de Oliveira. Evolução do povo brasileiro. Rio de Janeiro, J. Olympio, 1956.

______. Instituições Políticas Brasileiras. Vol. I, Fundamentos Sociais do Estado. Rio de Janeiro, Record, 1974.

WALBY, Sylvia. Theorizing Patriarchy. Oxford, Basil Blackwell, 1990. ______. Beyond the politics of location: the power of argument in a global era. Feminist Theory, vol.1, nº 2, Newcastle, 2000, pp.189– 206.

WELDON, Lauren. Beyond Bodies: Institutional Sources of Representation for Women in Democratic Policymaking. The Journal of Politics, vol. 64, nº4, nov. 2002, pp.1153-1174.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.