Banner Portal
Conflitos de geração e competição no mundo do trabalho
PDF

Palavras-chave

Gerentes. Conflito geracional. Envelhecimento social e biológico

Como Citar

GRÜN, Roberto. Conflitos de geração e competição no mundo do trabalho. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 13, p. 63–107, 2015. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8634967. Acesso em: 17 jul. 2024.

Resumo

Esse texto trata de algumas relações entre conflitos geracionais, processos de envelhecimento social e a dinâmica interna do mundo da gerência. A análise foi realizada a partir de pesquisa em organizações profissionais e na imprensa de negócios. A competição interna ao campo desencadeia questões que podem ser bem explicadas a partir de uma lente geracional, mas que são entendidas pelos atores como decorrência de fatores tecnológicos. A dinâmica cultural presente nas estratégias de ascensão social das classes médias contribui para tratar a questão do envelhecimento de maneira eufemizada, mas profundamente violenta, fornecendo poucos pontos para a defesa das posições dos indivíduos oriundos de modos de socialização anteriores à expansão recente do sistema educacional de nível superior. Enxergamos, assim, a clara evidência de um processo de despossessão simbólica que antecede e contribui para desencadear processos de envelhecimento precoce. Seria, portanto, interessante informar os participantes dos debates públicos sobre possíveis conseqüências não percebidas, e provavelmente também não desejadas, de determinadas formas de expressão.

Abstract

This paper tries to draw attention to some relationships between generational conflicts, the process of aging and the internal dynamics of the world of management. Its primary source is a research in professional organizations, but it also draws from business journals. Competition internal to the field gives rise to questions which can be explained through a generational lens, but are understood by the actors themselves as a consequence of technological factors, and this reflects the “cultural envelope” of the times when the data were collected. A cultural dynamics in the upward mobility strategies of middle class people makes for the treatment of the question of aging in an euphemistic, but very violent way, in so far as it offerce scarce points of defense of the position of the individuals socialized before the recent expansion of university schooling. There is thus clear evidence of a process of symbolic dispossesion which is previous and partially causal in processes of early aging. It would be interesting to inform those who participate in the public debate on the unseen, and probably undesired as well, consequences of certain forms of expression.

PDF

Referências

A produção de uma empresa moderna: os bancários e a automação. Dissertação de Mestrado, São Paulo, PUC-SP, 1985.

ATTIAS-DONFUT, C. Sociologie des génerations. PUF, Paris, 1988.

BERSTEIN, B. Language et classes sociales. Paris, Minuit, 1977.

BOURDIEU, P. Ce que parler veut dire. Paris, Fayard, 1982. ETZIONI, A. Organizações complexas. Rio de Janeiro, USAID, 1967.

BOURDIEU, P. Choses dites. Paris, Minuit, 1987.

BOURDIEU, P. La distinction. Paris, Minuit, 1979, p.378.

Business Week nº 2971, 10.12.86.

DUBY, G. Au XII siècle: Les “jeunes” dans la societé aristocratique. Annales, nº 19(6), 1964, pp.835-846.

ELIAS, N. La dynamique de l'Occident. Paris, Calmann-Levy, 1975, II parte.

ETZIONI, A. Organizações complexas. Rio de Janeiro, USAID, 1967.

FAORO, R. Os donos do poder. Porto Alegre, Globo, 4ª ed., 1977.

Folha de S.Paulo, 03.01.90, p.F-1.

GOFFMAN, E. Les rites d'interaction. Paris, Minuit, 1974, pp.9-41.

GRIGNON, C. L'ordre des choses. Paris, Minuit, 1971.

GRÜN, R. Armênios em São Paulo: negócios & famílias. São Paulo, Sumaré, 1992.

GRÜN, R. Quem é moderno?: Um estudo sobre as estratégias discursivas dos gerentes brasileiros. Revista Brasileira de Ciências Sociais da ANPOCS, nº 18, 1992, pp.96-108.

GRÜN, R. Taylorismo e fordismo no trabalho bancário: agentes e cenários. Revista Brasileira de Ciências Sociais, ANPOCS, vol.1, nº 2, 1986, pp.13-27.

GRÜN, R. Trabalho manual e trabalho intelectual: algumas considerações a partir da situação empírica do Brasil dos anos 80. Rio de Janeiro, ANPAD, 1987.

J. B. Lodi, Gazeta Mercantil, 27.08.82.

Jornal do Brasil, 28.12.81.

KAPLINSKY, R. Automation, the technology and society. Harlow, Longman, 1984.

KOONTZ, H. & O'DONNELL, C. Princípios de administração: uma análise das funções administrativas. São Paulo, Pioneira, 1962.

MARTINS, C. B. A empresa cultural no Brasil: um estudo de caso no ensino superior privado. Dissertação de Mestrado, PUC-SP, 1979.

ELIAS, N. La dynamique de l'Occident. Paris, Calmann-Levy, 1975, II parte.

SCHORSKE, C. Conflit de générations et changement culturel. Réflexions sur Le cas de Vienne. Actes de la Recherche en Sciences Sociales, nºs 26-27, 1979, pp.109-116.

SEGNINI, L. Bradesco: A liturgia do poder. Tese de Doutorado, São Paulo, PUC-SP, 1986.

Tibor Simcsik, O Estado de S.Paulo, 01.08.87.

VILLETTE, M. L'homme que croyait au management. Paris, Seuil, 1988.

VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo, Martins Fontes, 1984.

WHYTE JR., W. H. The Organization Man. Nova Iorque, Simon & Schuster, 1956.

ZILBOVICIUS, M., FERRO, J. R. & GRÜN, R. Novas estratégias patronais e novas respostas operárias: a Operação Vaca. Campos de Jordão, ANPOCS, 1986

Downloads

Não há dados estatísticos.