Banner Portal
“Eu não preciso falar que eu sou branca, cara, eu sou Latina!” Ou a complexidade da identificação racial na ideologia de ativistas jovens (não)brancas
Remoto

Palavras-chave

Identidade Racial. Feminismo. Ativismo. Branquitude. Ideologia

Como Citar

HUIJG, Dieuwertje Dyi. “Eu não preciso falar que eu sou branca, cara, eu sou Latina!” Ou a complexidade da identificação racial na ideologia de ativistas jovens (não)brancas. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 36, p. 77–116, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8644990. Acesso em: 17 jul. 2024.

Resumo

Neste artigo procuro explorar a complexidade do processo de formação da identidade racial de mulheres, jovens ativistas (não)brancas em São Paulo. Levando em conta a interação do indivíduo com o mundo social, distingue-se a identidade racial apropriada da atribuída e a identidade racial individual da coletiva. Isso requer atenção para o papel da posição social racial, com as subsequentes vantagens raciais, para os sentimentos da ativista neste processo e para a influência mútua da heterogeneidade de identidade racial, do deslocamento da identidade racial e, por conseguinte, do papel da formação de identidade como estratégia de ideologia e práxis ativista.

Abstract

In this article, I explore the complexity of racial identity formation of (non)white, young, female activists in São Paulo. Taking into account the interaction of the individual with the social world, one must distinguish between appropriated and attributed racial identities, as well as individual and collective identities. This requires attention to the role of racial social position and its subsequent racial advantages, to the feelings of activists about this process, and to the mutual influence of the heterogeneity of racial identity, the displacement of racial identity and, consequently, the role of identity formation as a strategy of activist ideology and praxis.

Key Words: Racial Identity, Feminism, Activism, Whiteness, Ideology

Remoto

Referências

AHMED, Sarah. Declarations of Whiteness: The Non-Performativity of Anti-Racism. Borderlands (E-journal), 3(2), 2004 [Retrieved 17 janeiro 2008 http://www.borderlands.net.au/vol3no2_2004/ahmed].

ALEXANDER, Jeffrey C. Recent Sociological Theory between Agency and Structure. Revue suisse de sociologie, 18(1), Zurich, Seismo Press, 1992a, pp.7-11.

ALEXANDER, Jeffrey C. Some Remarks on 'Agency' in Recent Sociological Theory. Perspectives. The Theory Section Newsletter. The American Sociological Association, 15(1), Bloomington, Illinois Wesleyan University, 1992b, pp.1-4.

AZEVEDO, Celia M. Marinho de. Onda Negra, Medo Branco. O Negro no Imaginário das Elites Século XIX. São Paulo, Annablume, 2004 [1997].

AZEVEDO, Celia M. Marinho de. Quem Precisa de São Nabuco? Estudos Afro-Asiáticos, Rio de Janeiro, Universidade Candido Mendes, 23(1), 2001, pp.85-97.

BARRETT, Michèle. The Politics of Truth. From Marx to Foucault.

Cambridge, Polity Press, 1991.

BENTO, Maria Aparecida Silva. Pactos Narcíssicos no Racismo: Branquitude e poder nas organizações empresáriais e no poder público. Tese de Doutorado em Psicologia, Universidade de São Paulo, 2002.

__________. Branqueamento e branquitude no Brasil. In: BENTO, M. A.

S.; CARONE, Iray. (orgs.) Psicologia Social do Racismo. Estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis, Vozes, 2003a, pp.25-57.

__________. Branquitude: o lado oculto do discurso sobre o negro. In: BENTO, M. A. S.;; CARONE, Iray. (orgs.) Psicologia Social do Racismo.

Estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis, Vozes, 2003b, pp.147-162.

BORBA, Julian. Cultura política, ideologia e comportamento eleitoral: alguns apontamentos teóricos sobre o caso brasileiro. Opinião Pública, 11(1), Campinas-SP, Cesop/Unicamp, 2005, pp.147-168.

BYRNE, Bridget. White Lives. The interplay of 'race', class and gender in everyday life. London, Routledge, 2006.

CAMPBELL, Colin. Distinguishing the Power of Agency from Agentic Power: A Note on Weber and the “Black Box” of Personal Agency.

Sociological Theory, Oxford, Wiley-Blackwell, 27(4), 2009, pp.407- 418.

CARDOSO, Lourenço. O branco “invisível”: um estudo sobre a emergência da branquitude nas pesquisas sobre as relações raciais no Brasil (Período: 1957-2007). Dissertação de Mestrado em Sociologia, Universidade de Coimbra, 2008.

CHEAL, David J. Hegemony, Ideology and Contradictory Consciousness.

The Sociological Quarterly, Oxford, Wiley-Blackwell, 20(1), 1979, pp.109-117.

DANT, Tim. Knowledge, ideology and discourse: a sociological perspective. London, Routledge, 1991.

DIJK, Teun A. van. Ideology and discourse analysis. Journal of Political Ideologies, London, Routledge, 11(2), 2006, pp. 115-14.0 DOMINGUES, P. J. Negros de Almas Brancas? A Ideologia do Branqueamento no Interior da Comunidade Negra em São Paulo, 1915-1930. Estudos Afro-Asiáticos, Rio de Janeiro, Universidade Candido Mendes, 24(3), 2002, pp.563-599.

EAGLETON, Terry. Ideology: an introduction. London, Verso, 1991.

ESSED, Philomena. Understanding Everyday Racism: An interdisciplinary theory and analysis of the experiences of black women. Tese de Doutorado em Sociologia, Universidade de Amsterdam, 1989.

ESSED, Philomena. Diversity: Gender, Color, and Culture. Amherst, University of Massachusetts Press, 1996.

FRANCO, Maria Laura Puglisi Barbosa. Representações sociais, ideologia e desenvolvimento da consciência. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, Fundação Carlos Chagas, 34 (121), 2004, pp.169-186.

FRANKENBERG, Ruth. White Women, Race Matters. The social construction of whiteness. Minnesota, University of Minnesota Press, 1993.

__________. Introduction: Local Whitenesses, Localizing Whiteness. In: FRANKENBERG, Ruth. (org.) Displacing Whiteness. Essays in Social and Cultural Criticism. Durham and London, Duke University Press, 1997, pp.1-33.

__________. On unsteady ground. Crafting and Engaging in the critical study of whiteness. In: BULMER, Martin; SOLOMOS, John. (orgs.) Researching Race and Racism. London, Routledge, 2004, pp.104- 118.

__________. A miragem de uma branquidade não-marcada. In: WARE, Vron. (org.) Branquidade: Identidade branca e multiculturalismo. Rio de Janeiro, Ed. Garamond, 2004 [2001], pp.307-338.

GILLAN, Kevin. Understanding Meaning in Movements. A Hermeneutic Approach to Frames and Ideologies. Social Movement Studies, London, Routledge, 7(3), 2008, pp.247-263.

GOHN, Maria da Glória. Teoria dos movimentos sociais: paradigmas clássicos e contemporâneos. São Paulo, Edições Loyola, 1997.

HALL, Stuart. Signification, Representation, Ideology: Althusser and the Post-Structuralist Debates. Critical Studes in Mass Communication, London, Routledge, 2(2), 1985, pp.91-114.

HENNESSY, R. Women's Lives/Feminist Knowledge: Feminist Standpoint as Ideology Critique. Hypatia, Oxford, Wiley-Blackwell, 8(1), 1993, pp.14-34.

HEYWOOD, Andrew. Political ideologies: an introduction. Basingstoke, Palgrave Macmillan, 2003.

HUIJG, Dieuwertje Dyi. White, young, feminist activism. Researching intersectional agency where (in)action and (lack of) power crosscut.

nd European Conference on Politics and Gender, Budapest, 2011.

JAMESON, Fredric R. Ideology and Symbolic Action. Critical Inquiry, Chicago, The University of Chicago Press, 5(2), 1978, pp.417-422.

JOHNSTON, Hank, e OLIVER, Pamela E. Reply to Snow and Benford.

Mobilization. An International Journal, San Diego, San Diego State University, 5(1), 2000, pp.61-64.

KENNEDY, Emmet. "Ideology" from Destutt De Tracy to Marx. Journal of the History of Ideas, Philadelphia, University of Pennsylvania Press, 40(3), 1979, pp.353-368.

LAMMERS, Ellen G. War, Refuge and Self. Soldiers, Students and Artists in Kampala, Uganda. Tese de Doutorado em Antropologia, Universidade de Amsterdam, 2006.

OLIVEIRA, Lúcio O. Alves. Expressões de Vivência da Dimensão Racial de Pessoas Brancas: Representações de branquitude entre indivíduos brancos. Dissertação de Mestrado em Psicologia, Universidade Federal da Bahia, 2007.

OLIVER, Pamela E.; JOHNSTON, Hank. What a Good Idea! Ideologies and Frames in Social Movement Research. Mobilization. An International Journal, San Diego, San Diego State University, 4(1), 2000, pp.37- 54.

OMI, Michael, e WINANT, Howard. Racial Formation. Race Critical Theories: text and context. Oxford, Blackwell, 2002 [1986], pp.123- 145.

PERRY, Pamela. Shades of White. White Kids and Racial Identities in High School. Durham and London, Duke University Press, 2002.

PIZA, Edith. Branco no Brasil? Ninguém sabe, ninguém viu. In: HUNTLEY, Linn; GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo. (orgs.) Tirando a Máscara.

Ensaios sobre o racismo no Brasil. São Paulo, Paz e Terra, 2000, pp.97-126.

ROTHENBERG, Paula S. Introduction. In: ROTHENBERG, Paula. (org.) White Privilege. Essential readings on the other side of racism. New York, Worth Publishers, 2005, 2ª ed., pp.1-5.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. O Espetáculo das Raças. Cientistas, Instituições e Questão Racial no Brasil 1870-1930. São Paulo, Companhia das Letras, 1993.

SKIDMORE, Thomas E. Black into White. Race and Nationality in Brazilian Thought . Durham, Duke University Press, 1998 [1974].

SNOW, David A., e BENFORD, Robert D. Framing Processes and Social Movements: An Overview and Assessment. Annual Review of Sociology, Palo Alto, Annual Reviews, 26, 2000, pp.611-639.

SOVIK, Liv. A Branquitude e o Estudo da Mídia Brasileira: algumas anotações a partir de Guerreiro Ramos. XXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Salvador, Bahia, 2002.

SOVIK, Liv. 'Salva a morena': branquitude, o debate público e a mestiçagem incontornável, 2007 [Retrieved 23 September 2009 http://www.irohin.org.br/onl/new.php?sec=news&id=753].

TURRA, Cleusa, e VENTURI, Gustavo. (orgs.) Racismo Cordial. A mais completa análise sobre preconceito de cor no Brasil. São Paulo, Editora Ática, 1995.

TWINE, France Winddance, e WARREN, Jonathan W. Introduction. The future of whiteness: a map of the 'third wave'. Ethnic and Racial Studies, London, Routledge, 31(1), 2007, pp.4-24.

WEKKER, Gloria. Gender, Identiteitsvorming en Multiculturalisme. Notities over de Nederlandse multiculturele samenleving Multiculturalisme.

Werken aan Ontwikkelingsvraagstukken, Utrecht, Lemma, 1998, pp.39-54.

WEKKER, Gloria, e LUTZ, Helma. Een hoogvlakte met koude winden. De geschiedenis van het gender- en etniciteitsdenken in Nederland Caleidoscopische visies. De zwarte, migranten en vluchtelingenvrouwenbeweging in Nederland. Amsterdam, KIT Publishers, 2001, pp.25-49.

WILDMAN, S.M., e DAVIS, A.D. Making Systems of Privilege Visible. In: ROTHENBERG, Paula. (org.) White Privilege: Essential readings on the other side of racism. New York, Worth Publishers, 2005 [1995], pp.95-101.

XAVIER, Roseane. Representação social e ideologia: conceitos intercambiáveis? Psicologia & Sociedade, Florianópolis, Associação Brasileira de Psicologia Social, 14(2), 2002, pp.18-47.

ZALD, Mayer N. Culture ideology and strategic framing. In: MCADAM, Doug; MCCARTHY, John D. e ZALD, Mayer N. (orgs.) Comparative Perspectives on Social Movements. Political Opportunities, Mobilizing Structures, and Cultural Framings. Cambridge, Cambridge University Press, 1996, pp.261-274.

Downloads

Não há dados estatísticos.