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“Quem chegar por último é mulher do padre” : as Cartas de Perdão de concubinas de padres na Baixa Idade Média portuguesa
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Palavras-chave

Celibato. Casamento. Concubinato Clerical. Relações de Gênero

Como Citar

SILVA, Edlene Oliveira. “Quem chegar por último é mulher do padre” : as Cartas de Perdão de concubinas de padres na Baixa Idade Média portuguesa. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 37, p. 357–386, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8645025. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

Na sociedade medieval portuguesa, a prática do concubinato clerical representou uma ameaça ao celibato e ao casamento religioso, instituições fundamentais para o projeto de ordenamento social defendido pela Igreja e pela monarquia. Nos séculos XIV e XV, as leis civis definiram o concubinato clerical como um crime. No entanto, havia a possibilidade de absolvição ou diminuição da pena por meio das Cartas de Perdão, importante instrumento jurídico para compreender as representações de gênero que mediaram o olhar da justiça, forjando a imagem das concubinas como pecadoras e criminosas.

Abstract

In the medieval Portuguese society, the practice of clerical concubinage represented a threat to celibacy and religious marriages. These were fundamental institutions to the social ordination project defended by the Church and the monarchy. In the fourteenth and fifteenth centuries the civil laws defined clerical concubinage as crime. However, there was the possibility of acquittal or sentence reduction by means of Letters of Pardon, an important legal tool to understand the gender representations that have mediated the eye of justice, forging the image of concubines as sinners and criminals.

Key Words: Celibacy, Marriage, Clerical Concubinage, Gender Relations

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