Banner Portal
A Fundação Oswaldo Cruz e a ciência no feminino: a participação feminina na prática e na gestão da pesquisa em uma instituição de ensino e pesquisa
Remoto

Palavras-chave

Gênero e ciência. Produção científica feminina. Fundação Oswaldo Cruz

Como Citar

RODRIGUES, Jeorgina Gentil; GUIMARÃES, Maria Cristina Soares. A Fundação Oswaldo Cruz e a ciência no feminino: a participação feminina na prática e na gestão da pesquisa em uma instituição de ensino e pesquisa. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 46, p. 197–222, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8645418. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

Este estudo teve por objetivo delinear a participação feminina no esforço de pesquisa realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), especialmente nos anos recentes. A fonte inicial para levantamento de dados foi a Diretoria de Recursos Humanos (Direh) da Fiocruz, com vistas a identificar o contingente de servidores e servidoras com titulação de doutorado. Consulta ao Portal Transparência permitiu identificar o total de servidore/as que entraram por concurso público, e que no momento do estudo possuíam titulação de doutorado. O passo seguinte foi a busca dos respectivos currículos cadastrados na Plataforma Lattes, utilizando-se a ferramenta ScriptLattes. As análises realizadas cobriram o período 1996-2013. Os resultados apontam que ainda que a produção bibliográfica das mulheres em números absolutos seja maior que a dos homens, eles apresentam produção média superior a das mulheres. Em paralelo, uma segunda perspectiva de análise documental foi realizada com vistas a mapear a participação feminina em postos de tomada de decisão na Fiocruz. Os dados sugerem, no geral, segregação hierárquica (ou vertical), fenômeno conhecido na literatura como “teto de vidro”, que caracteriza-se pela menor velocidade das mulheres na ascensão da carreira, em comparação com a progressão profissional masculina, o que resulta na sub-representação das mulheres nos postos de tomada de decisão e, consequentemente, limita o alcance de posições de maior prestígio na instituição.

Remoto

Referências

ABREU, A. Pensando gênero e ciência nas Américas: a experiência da OEA. In: Encontro Nacional de Núcleos e Grupos de Pesquisas, Brasília, DF, 2006. Pensando gênero e ciência. Brasília, Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, 2006, pp.109-118.

AGRELLO, D. A.; GARG, R. Mulheres na física: poder e preconceito nos países em desenvolvimento. Revista brasileira de ensino de física, vol. 31, nº1, São Paulo, 2009, pp.1305-1310. AQUINO, E. M. L. Gênero e ciência no Brasil: contribuições para pensar a ação política na busca da equidade. In: Encontro Nacional De Núcleos E Grupos De Pesquisas, Brasília, DF, 2006. Pensando gênero e ciência. Brasília, Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, 2006, pp.11-24.

ARAÚJO-JORGE, T. et al. Mulheres no IOC e na Ciência. 2013. [http://www.fiocruz.br/ioc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1732&si d=32 – acesso em: 13 mar. 2013].

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher: princípios e diretrizes. Brasília, Editora do Ministério da Saúde, 2011.

BRASIL. Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Brasília, 2005.[http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pnpm_compacta.pdf – acesso em: 23 abr. 2013].

CITELI, M. T. Mulheres nas ciências: mapeando campos de estudo. Cadernos Pagu (15), Campinas, Núcleo de Estudos de GêneroPagu/Unicamp, 2000, pp.39-75.

CNPQ. Mulheres bolsistas de produtividade em pesquisa conquistam direito. [http://www.cnpq.br/web/guest/noticiasviews/- /journal_content/56_INSTANCE_a6MO/10157/909274 – acesso em: 21 jun. 2013a]. CNPQ. Pioneiras da Ciência do Brasil. [<http://www.cnpq.br/web/guest/pioneiras-da-ciencia-do-brasil> – acesso em: 21 jun. 2013b].

COSTA, M. C. Ainda somos poucas: exclusão e invisibilidade na ciência. Cadernos Pagu (27), Campinas, Núcleo de Estudos de GêneroPagu/Unicamp, 2006, pp.455-459.

ETZKOWITZ, H.; KEMELGOR, C.; UZZI, B. Athena Unbound: The advancement of women in science and technology. Cambridge University Press, 2000.

EUROPEAN Commission. Benchmarking Policy Measures for Gender Equality in Science. Brussels, European Commission, 2008. FERREIRA, L. O. et al. Institucionalização das ciências, sistema de gênero e produção científica no Brasil (1939-1969). Hist. cienc. saúdeManguinhos vol.15, supl, Rio de Janeiro, Fiocruz, jun. 2008, pp.43- 71.

FONTENELE-MOURÃO, T. M. Mulheres no topo de carreira: flexibilidade e persistência. Brasília, Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, 2006.

FÓRUM Econômico Mundial. Empoderamento das Mulheres: avaliação das disparidades globais de gênero. 2005. [<http://www.agende.org.br/docs/File/dados_pesquisas/cidadania/FE M%20- %20avaliacao%20das%20disparidades%20de%20genero.pdf> – acesso em 20 jun. 2013].

FUNDAÇÃO Oswaldo Cruz. Relatório de Gestão: 2011. Rio de Janeiro, Fiocruz, 2012.

______. Relatório de Gestão: 2012. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2013a.

______. Diretoria de Recursos Humanos. Boletim de Recursos Humanos. Rio de Janeiro, 2013b. [http://www.direh.fiocruz.br/boletimrh/Boletim-de-RH-2013_222.pdf/ – acesso em: 20 set. 2013].

LANE, K. A.; GOH, J. X.; Driver-Linn, E. Implicit science stereotypes mediate the relationship between gender and academic participation. Sex Roles, vol. 66, New York, 2012, pp.220-234.

LEWIN, A. Y.; DUCHAN, L. Women in academia: a study of the hiring decision in departments of physical science. Science, New York, vol. 173, 1971, pp.892-895.

LETA, J. As mulheres na ciência brasileira: crescimento, contrastes e um perfil de sucesso. Estudos. avançados vol.17, nº49, São Paulo, 2003, pp.271-284.

LETA, J.; LEWISON, G. The contribution of women in Brazilian science: a case study in astronomy, immunology and oceanography. Scientometrics vol.57, nº3, Dordrecht, 2003, pp.339-53.

LIMA, B. S. O labirinto de cristal: as trajetórias das cientistas na Física. Revista Estudos Feministas vol. 21, nº 3, Florianópolis, dez. 2013, pp.883-903. LOPES, M. M. As grandes ausentes das inovações em Ciência e Tecnologia. Cadernos Pagu (19), Campinas, Núcleo de Estudos de Gênero-Pagu/Unicamp, 2002, pp.315-318.

MASON, M. A.; GOULDEN, M. Marriage and baby blues: redefining gender equity in the academy. Annals of the American Academy of Political and Social Science, vol. 596, nº 1, 2004, pp.86-103.

MELLO, M. L B C.; AMÂNCIO FILHO, A. A gestão de recursos humanos em uma instituição pública brasileira de ciência e tecnologia em saúde: o caso Fiocruz. Rev. Adm. Pública vol. 44, nº 3, Rio de Janeiro, 2010.

MELO, H. P.; OLIVEIRA, A. B. A produção científica brasileira no feminino. Cadernos Pagu (27), Campinas, Núcleo de Estudos de GêneroPagu/Unicamp, 2006, pp.301-331.

MOREIRA, M.; VELHO, L. Pós-graduação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais numa perspectiva de gênero. Cadernos Pagu (35), Campinas, Núcleo de Estudos de Gênero-Pagu/Unicamp, 2010, pp.279-308.

OLINTO, G. A inclusão das mulheres nas carreiras de ciência e tecnologia no Brasil. Inclusão Social vol. 5 nº 1, Brasília, jul./dez. 2011, pp.68- 77.

OLIVEIRA, J. M.; AMÂNCIO, L. Liberdades condicionais: o conceito de papel sexual revisitado. Sociologia, Problemas e Práticas nº 40, Oeiras, set. 2002.

OSADA, N. M.; COSTA, M. C. A construção social de gênero na Biologia: preconceitos e obstáculos na biologia molecular. Cadernos Pagu, (27), Campinas, Núcleo de Estudos de Gênero-Pagu/Unicamp, pp.279-299.

PROGRAMA Pró-Equidade de Gênero. Oportunidades iguais respeito às diferenças. 2ªed. Brasília, 2008. [http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Ga lerias/Arquivos/programa_proequidade.pdf – acesso em: 10 mar. 2013].

RECOMMENDATIONS from Civil Society on the Fundamental Role of Science, Technology, Engineering, Innovation, and Science Education within the Framework of Discussion for the Fourth Summit of the Americas, Set. 5, 2005, Buenos Aires, Argentina. [http://www.summit-americas.org/sirg_meet_2005.html – acesso em: 20 set. 2009].

RODRIGUES, J. G. Gênero, Ciência & Tecnologia e Saúde: apontamentos sobre a participação feminina na pesquisa na Fundação Oswaldo Cruz. Tese (Doutorado em Informação, Comunicação em Saúde) – Fundação Oswaldo Cruz, Instituto de Informação Científica e Tecnológica em Saúde, Rio de Janeiro, 2014.

ROOS, P. A.; GATTA, M. L. Gender (in)equity in the academy: subtle mechanisms and the production of inequality. Research in Social Stratification and Mobility vol.27, nº3, Greenwich, CT, 2009, pp.177- 200.

ROSSITER, M. The Matthew Matilda efect in science. Social Studies of Science vol. 23, nº 2, London, 1993, pp.325-341.

SAAVEDRA, L.; TAVEIRA, M. C.; SILVA, A. D. A sub-representatividade das mulheres em áreas tipicamente masculinas: factores explicativos e pistas para a intervenção. Rev. bras. orientac. prof. vol.11, nº 1, São Paulo, 2010, pp.49-59.

SCHIEBINGER, L. O feminismo mudou a ciência? Bauru, Edusc, 2001.

______. Mais mulheres na ciência: questões de conhecimento. Hist. cienc. saúde – Manguinhos vol.15, supl, Rio de Janeiro, Fiocruz, 2008, pp.269-281.

SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade vol. 16, nº 2. Porto Alegre, jul./dez. 1990, pp.71-99.

SHERIDAN, B. Strangers in a Strange Land: a literature review of women in Science. Boston, MA., Simmons Institute for Leadership and Change, Simmons College, 1998.

SMITH-DOERR, L. Women's work: Gender equality vs. hierarchy in the Life Sciences. Boulder, Lynne Rienner Publishers, 2004.

SUMMERS, L. H. Remarks at NBER Conference on Diversifying the Science & Engineering Workforce. Cambridge, MA, 14 Jan. 2005.

TABAK, F. Apesar dos avanços: obstáculos ainda persistem. Cadernos de gênero e tecnologia vol.3, nº10, Curitiba, 2007, pp.9-20. UNESCO. A ciência para o século XXI: uma nova visão e uma base de ação. Budapeste e Santo Domingo. 3ªed. Brasília, Edições Unesco/ABIPTI, 2005.

VAZ, D. V. O teto de vidro nas organizações públicas: evidências para o Brasil. Economia e Sociedade vol. 22, nº 3, Campinas, Instituto de Economia/Unicamp, dez. 2013, pp. 765-790.

VAZ, D. V. Segregação hierárquica de gênero no setor público brasileiro. Bol. mercado trabalho: conjuntura e análise nº 42, Brasília, fev. 2010, pp.27-36.

VELHO, L. A ciência e o seu público. Transinformação vol.9, nº3, Campinas, set./dez. 1997, pp.15-32.

VELHO, L.; PROCHAZKA, M. No que o mundo da ciência difere dos outros mundos? Com ciência – Mulheres na Ciência nº 50, dez. 2003. [http://www.comciencia.br/reportagens/mulheres/09.shtml – acesso em: 22 fev. 2011].

VELHO, L.; LEÓN, E. A construção social da produção científica por mulheres. Cadernos Pagu (10), Campinas, Núcleo de Estudos de Gênero-Pagu/Unicamp, 1998, pp.309-44.

XIE, Y.; SHAUMAN, K. A. Women in Science: Career Processes and Outcomes. Cambridge, MA, Harvard University Press, 2004.

XU, Y. J. Gender disparity in STEM disciplines: a study of faculty attrition and turnover intentions. Res. High. Educ. New York, vol. 49, nº 7, 2008, pp.607-624.

Downloads

Não há dados estatísticos.