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“Vou pra rua e bebo a tempestade”1 : observações sobre os dissabores do guarda-chuva do tráfico de pessoas no Brasil
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Palavras-chave

Trabalho escravo. Tráfico de pessoas. Escravidão. Congresso nacional.

Como Citar

SPRANDE, Marcia Anita. “Vou pra rua e bebo a tempestade”1 : observações sobre os dissabores do guarda-chuva do tráfico de pessoas no Brasil. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 47, p. 196–223, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8647260. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

Este artigo analisa um dos aspectos da definição de “tráfico de pessoas”: a escravatura ou práticas similares à escravatura. Apresenta a história da categoria nativa “trabalho escravo”, conforme utilizada atualmente no Brasil, para que se possa corretamente diferencia-la da categoria internacional “tráfico de pessoas” ou das campanhas contemporâneas contra “sex trafficking” e “modern slavery”. Aponta para as idiossincrasias da introdução da agenda antitráfico no Brasil, após a ratificação do Protocolo de Palermo, sobretudo sua potencial capacidade de enfraquecer pautas históricas da sociedade brasileira, como o enfrentamento ao racismo e a luta pela reforma agrária e pelos direitos dos trabalhadores.
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