Banner Portal
A maternidade como resistência à violência de Estado
PDF

Palavras-chave

Mães
Maternidade
Corpo
Violência
Estado.

Como Citar

SANTIAGO, Vinicius. A maternidade como resistência à violência de Estado. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 55, p. e195511, 2019. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8656372. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

Este trabalho analisa o movimento de mães que perderam seus filhos, assassinados por policiais militares nas favelas do Rio de Janeiro, como um dos efeitos perversos da política de pacificação das favelas. A luta das mães pela responsabilização e pelo reconhecimento do Estado brasileiro pelas mortes de seus filhos as inscreve em um movimento que mobiliza a maternidade como símbolo central para o engajamento político. É sobre os limites e ambivalências da maternidade que as mães mobilizam as condições para catalisar um espaço de aliança e resistência. A violência perpetrada sobre os filhos também atinge essas mulheres, cujos corpos maternos se tornam protagonistas no enfrentamento à violência de Estado.

PDF

Referências

ABRAMS, Philip. Notes on the difficulty of studying the state. Journal of Historical Sociology, vol.1, no1, 1988, 1977, pp.58-89.

ARAÚJO, Fábio Alves. Do luto à luta: a experiência das Mães de Acari. Dissertação (Mestrado em Sociologia e Antropologia), Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 2007.

BORNEMAN, John. Reconciliation after ethnic cleansing: listening, retribution, affiliation. Public Culture, 14 (2), 2002, pp.281-304.

BRAH, Avtar. Diferença, diversidade, diferenciação. cadernos pagu (26) Campinas-SP, Núcleo de Estudos de Gênero-Pagu, 2006, pp.329- 376.

BROWN, Wendy. States of injury. Princeton, N.J.: Princeton University Press, 1995.

BUTLER, J. Notes toward a performative theory of assembly. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 2015.

BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 11 ed. Rio de Janeiro: Civilizac a o Brasileira, 2016a.

BUTLER, J. Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto? 2ªed. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2016b.

CERQUEIRA, Daniel et alii. Atlas da violência 2017. Rio de Janeiro, Fórum Brasileiro de Segurança Pública/IPEA, 2017. Disponível em: http://ipea.gov.br/portal/images/170602_atlas_da_violencia_2017.pdf. Acesso em: 02 fev. 2017.

DAS, Veena. Critical events: an anthropological perspective on contemporary India. Delhi, Oxford University Press, 1996.

DAS, Veena. La antropologia del dolor. In.: ORTEGA, Francisco (ed.) Veena Das: sujetos de dolor, agentes de dignidad. Bogotá: Universidad Nacional de Colombia, Facultad de Ciencias Humanas; Pontificia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2008a, pp.409-436.

DAS, Veena. Violence, gender, and subjectivity. Annual Review of Anthropology 37, 2008b, pp. 283-99.

EFREM FILHO, Roberto. Os Meninos de Rosa: sobre vítimas e algozes, crime e violência. cadernos pagu (51), Campinas-SP, Núcleo de Estudos de Gênero-Pagu/Unicamp, 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104- 83332017000300307&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 02 fev. 2017.

FOUCAULT, M. Em defesa da sociedade: curso no Collège de France (1975-1976). São Paulo, Martins Fontes, 1999.

FREITAS, Rita de Cássia Santos. Famílias e Violência: Reflexões Sobre as Mães de Acari. Psicologia USP, vol.13, no 2, 2002, pp. 69-103.

HILL COLLINS, P. Black feminist thought. New York: Routledge, 2000.

IRIGARAY, L. An ethics of sexual difference. New York: Cornell University Press, 1993.

JIMENO, Mirian. Emoções e Política: a vítima e a construção de comunidades emocionais. Mana – Estudos de Antropologia Social, 16 (1), 2010, pp.99-121.

JUSTIÇA GLOBAL. Justiça Global lança o site “Onde a Polícia Mata” – Homicídios cometido pela PMRJ. Disponível em: http://global.org.br/programas/justica-global-lanca-o-site-onde-apolicia-matahomicidios-cometidos-pela-policia-militar-do-rio-dejaneiro/. Acesso em: 24 jan. 2016.

KRISTEVA, J. Revolution in poetic language. New York: Columbia University Press, 1984.

KRISTEVA, J. Stabat mater. Poetics Today, vol. 6, no 1/2, 1985, pp.133.

LACERDA, Paula Mendes. O “caso dos meninos emasculados de Altamira”: polícia, justiça e movimento social. Tese (Doutorado em Antropologia), PPGAS/Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 2012.

LACERDA, Paula Mendes. O sofrer, o narrar, o agir: dimensões da mobilização social de familiares de vítimas. Horizontes Antropológicos, 20(42), 2014, pp.49-75.

LAPOUJADE, D. Nietzche e Deleuze: que pode o corpo. Rio de Janeiro: Relume Dumará; Fortaleza: Secretaria da Cultura e Desporto, 2002, pp.81-90.

LEITE, Márcia Pereira. Da “metáfora da guerra” ao projeto de “pacificação”: favelas e políticas de segurança pública no Rio de Janeiro. Revista Brasileira de Segurança Pública, vol. 6, no 2, ago/set 2012, pp.374-389.

MARCUS, George. Ethnography in/of the world system: the emergence of multi-sited ethnography. Annual Review of Anthropology, vol. 24, 1995, pp.95-117.

PELBART, P. Biopolítica. Sala Preta, vol. 7, 2007, pp.57.

MOUTINHO, Laura. Diferenças e desigualdades negociadas: raça, sexualidade e gênero em produções acadêmicas recentes. cadernos pagu (42), Campinas-SP, Núcleo de Estudos de Gênero-Pagu, 2014, pp.201-248.

PISCITELLI, Adriana. Interseccionalidades, categorias de articulação e experiências de migrantes brasileiras. Sociedade e Cultura, vol. 11, no 2, 2008, pp.263-274.

SARTI, Cynthia. A vítima como figura contemporânea. Caderno CRH, vol. 24, no 61, Salvador, jan/abril, 2011, pp.51-61.

SODERBACK, F. Motherhood: a site of repression or liberation? Kristeva and Butler on the maternal body. Studies in the Maternal, vol. 2, no 1, 2010.

SOUZA LIMA, Antonio Carlos. Apresentação dossiê fazendo estado: o estudo antropológico das ações governamentais como parte dos processos de formação estatal. Revista de Antropologia, USP, vol. 55, nº 2, 2012, pp. 559-564.

VIANNA, Adriana; FARIAS, Juliana. A guerra das mães: dor e política em situações de violência institucional. cadernos pagu (37), Campinas/SP, Núcleo de Estudos de Gênero-Pagu, 2011, pp.79-116.

VIANNA, Adriana. Violência, Estado e Gênero: considerações sobre corpos e corpus entrecruzados. In: SOUZA LIMA, Antônio Carlos de; GARCIAACOSTA, Virginia (Org.). Margens da violência. Subsídios ao estudo do problema da violência nos contextos mexicanos e brasileiros. Brasília: ABA, 2014, pp.209-237.

VIANNA, Adriana; LOWENKRON, Laura. O duplo fazer do gênero e do Estado: interconexões, materialidades e linguagens. cadernos pagu (51), Campinas-SP, Núcleo de Estudos de Gênero-Pagu, 2017. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104- 83332017000300302&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 24 jan. 2016.

Downloads

Não há dados estatísticos.