Banner Portal
Elites modernas na transição para a periferia do capitalismo periférico Engenheiros, economistas e empresários mineiros e a percepção das relações entre o nacional e o regional no quadro da modernização econômica brasileira (1930-1970)
PDF

Palavras-chave

Minas Gerais
Modernização econômica
Desequilíbrios regionais
Elites técnicas e empresariais
Regionalismo.

Como Citar

GODOY, Marcelo Magalhães; BARBOSA, Lidiany Silva; BARBOSA, Daniel Henrique Diniz. Elites modernas na transição para a periferia do capitalismo periférico Engenheiros, economistas e empresários mineiros e a percepção das relações entre o nacional e o regional no quadro da modernização econômica brasileira (1930-1970). Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 24, n. 2, p. 481–507, 2015. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8642092. Acesso em: 17 jul. 2024.

Resumo

As relações entre o nacional e o regional ganharam progressiva projeção entre as elites técnicas e empresariais de Minas Gerais no transcurso da modernização econômica brasileira (1930-1970). Desenvolveu-se compreensão crescentemente refinada dos fatores que presidiram a formação e reprodução dos desequilíbrios regionais e que responderam pelo atraso relativo da economia mineira. Em revistas de associação de classe (Associação Comercial de Minas e Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), de categoria profissional (Sociedade Mineira de Engenheiros) e em revistas acadêmicas (Faculdade de Ciências Econômicas – UFMG), engenheiros, economistas e empresários apresentaram estudos e reflexões que contemplaram a demonstração do caráter desigual e concentrador do desenvolvimento brasileiro, a afirmação da crescente periferização da economia regional e a reivindicação da intervenção dos poderes públicos, estadual e federal, por meio de políticas que promovessem a interiorização do desenvolvimento e afirmassem a legitimidade de regionalismo corretivo das contradições da modernização econômica nacional.

 

Abstract

Relations between the nation and the region became progressively more important among the technical and business elites in the state of Minas Gerais during the period of economic modernization in Brazil (1930-1970). An ever more refined understanding was developed of the factors that governed the formation and reproduction of regional imbalances, and which were responsible for the relative lag of the economy of Minas. In association journals (Associação Comercial de Minas e Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), professional journals (Sociedade Mineira de Engenheiros) and academic journals (Faculdade de Ciências Econômicas – UFMG), engineers, economists and businessmen presented studies and reflections that demonstrated the unequal and concentrative nature of Brazilian development. These studies also showed the affirmation of the growing peripheral nature of the regional economy and the claim for intervention by state and federal governments, through policies that promoted the development of the interior and confirmed the legitimacy of regionally correcting the contradictions of national economic modernization. Keywords: Minas Gerais; Economic modernization; Regional inequalities; Technical and business elites; Regionalism.

PDF

Referências

ABREU, Alzira A. de; BELOCH, Israel; LATTMAN-WELTMAN, Fernando; LAMARÃO, Sérgio T. N. (Org.). DICIONÁRIO HISTORICO-BIOGRÁFICO BRASILEIRO PÓS-1930. RIO DE JANEIRO: EDITORA FGV; CPDOC, 2001.

ARAÚJO, Aloísio B. de; MODENESI, Rui L. O sistema nacional de bancos de desenvolvimento e a avaliação de projetos no Brasil. Segunda Mesa-Redonda de Bancos de Desenvolvimento. Recife: Banco Interamericano de Desenvolvimento – Associação Brasileira de Bancos de Desenvolvimento, 1978.

ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE MINAS (ACM). Mensagem Econômica. Belo Horizonte: 1952-1971.

BARBOSA, Daniel Henrique Diniz. Tecnoburocracia e pensamento desenvolvimentista em Minas Gerais (1903-1969). Tese (Doutorado)– Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.

BARBOSA, Maria Lígia. Reconstruindo as Minas e planejando as Gerais: os engenheiros e a construção dos grupos sociais. Tese (Doutorado)–Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1993.

BUSTELO, Eduardo S. Planejamento e política social: a dialética do possível. In: BROMLEY, Ray; BUSTELO, Eduardo S. (Org.). Política x técnica no planejamento. Perspectivas críticas. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1982, p. 132-152.

CAIDEN, Naomi; WILDAVSKY, A. Planning and budgetion in poor countries. New York: John Wiley, 1974.

CANO, Wilson. Desequilíbrios regionais e concentração industrial no Brasil: 1930-1970. São Paulo: Global; Campinas: Editora da Unicamp, 1985.

CINTRA, Antônio Otávio; ANDRADE, Luis Aureliano Gama de. Planejamento e desenvolvimento: notas sobre o caso de Minas Gerais. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 10, n. 2, p. 221-240, abr./jun. 1976.

COUTO, Élcio Costa. Finame, uma inovação no financiamento do desenvolvimento industrial. Boletim de Conjuntura, Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro. Centro de Economia Aplicada, v. 2, n. 2, p. 20-24, abr./jun. 1972.

DELGADO, Ignácio Godinho. A estratégia de um revés: Estado e associações empresariais em Minas. Juiz de Fora: EDUFJF, 1997.

DINIZ, Clélio Campolina. Estado e capital estrangeiro na industrialização mineira.Belo Horizonte: UFMG/PROED, 1981.

DINIZ, Clélio Campolina. Estado e planejamento em Minas Gerais: notas para discussão. In: PAIVA, Paulo (Org.). Minas em questão. Belo Horizonte: Cedeplar, 1988.

DULCI, Otávio Soares. Política e recuperação econômica em Minas Gerais. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 1999.

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DE MINAS GERAIS (FIEMG). Vida Industrial. Belo Horizonte, 1950-1971.

FERNANDES, Cândido Luiz de Lima. Economia e planejamento em Minas Gerais nos anos de 1960 e 1970. Revista Gestão e Tecnologia, Belo Horizonte, v. 8, n. 1, jan./jun. 2007.

FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. A política do ICM e o desenvolvimento de Minas. Boletim de Conjuntura, Belo Horizonte: Centro de Economia Aplicada, v. 4, n. 1, p. 2-5, jan./mar. 1974.

GODOY, Marcelo Magalhães; BARBOSA, Daniel Henrique Diniz; BARBOSA, Lidiany Silva. Da arte de conhecer as doenças: o diagnóstico da economia mineira de 1968 e o planejamento do desenvolvimento de Minas Gerais. Nova Economia, Belo Horizonte: Departamento de Ciências Econômicas da UFMG, v. 20. n. 2. maio/ago. 2010.

IANNI, Octávio. Estado e planejamento econômico no Brasil. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 2009.

LESSA, Carlos. Quinze anos de política econômica. São Paulo: Editora da Unicamp e Brasiliense, 1975.

MARTINS FILHO, Amilcar Vianna (Org.). Novo Dicionário Biográfico de Minas Gerais: 300 anos de História. Belo Horizonte: Instituto Cultural Amílcar Martins, 2013.

MONTEIRO, Norma de Góis (Coord.). Dicionário biográfico de Minas Gerais – período republicano (1889-1991). Belo Horizonte: Assembléia Legislativa de Minas Gerais, 1994.

MUINHOS, Marcelo Kfoury. O alcance do planejamento estadual no Brasil: os planos mineiros de desenvolvimento da década de setenta. Revista Análise & Conjuntura, Belo Horizonte, v. 6, n. 3 set./dez. 1991.

PAULA, João Antônio de. O ensino e a pesquisa em economia na Universidade Federal de Minas Gerais. Análise, Porto Alegre: PUC/RS, v. 17, p. 329-344, 2006.

PEREIRA, Lígia Maria Leite; FARIA, Maria Auxiliadora de. Associação Comercial de Minas: uma história de pioneirismo e desenvolvimento – 1901-2001. Belo Horizonte: ACM, 2001.

PROGRAMA DE HISTÓRIA ORAL DO CENTRO DE ESTUDOS MINEIROS DA FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DA UFMG. Projeto Integrado: Memória e História – Visões de Minas. Entrevista: Gabriel Janot Pacheco, realizada em 11 ago. 1994.

REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS SOCIAIS. Belo Horizonte: Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG: 1961-1966.

REVISTA BRASILEIRA DE ESTUDOS POLÍTICOS. Belo Horizonte: Faculdade de Direito da UFMG: 1956-1971.

REVISTA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS. Belo Horizonte: Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG: 1952-1957.

SOCIEDADE MINEIRA DE ENGENHEIROS (SME). Revista Mineira de Engenharia. Belo Horizonte: 1938-1964.

A Economia e Sociedade utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.