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A economia política dos governos FHC, Lula e Dilma: dominância financeira, bloco no poder e desenvolvimento econômico
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Palavras-chave

Dominância financeira
Dependência. Bloco no poder. Economia brasileira

Como Citar

TEIXEIRA, Rodrigo Alves; PINTO, Eduardo Costa. A economia política dos governos FHC, Lula e Dilma: dominância financeira, bloco no poder e desenvolvimento econômico. Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 21, n. 4, p. 909–941, 2015. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8642267. Acesso em: 8 dez. 2024.

Resumo

O presente texto analisa a relação da política macroeconômica e o desenvolvimento econômico com seus condicionantes políticos, desde 1995 até os dias atuais (governos FHC, Lula e Dilma), por meio da abordagem da economia política, aplicando os conceitos de dominância financeira, dependência e bloco no poder. Ao adotar tal método, partiu-se do pressuposto de que a adoção de determinada política econômica é decorrência: i) dos condicionantes externos, atrelados, no caso brasileiro, à sua condição periférica; ii) dos condicionantes internos associados à interação e conflitos de interesses econômicos e políticos das frações de classe no bloco no poder e em seus desenlaces no Estado. O texto conclui que as mudanças recentes no bloco no poder, entre o final do governo Lula e início do governo Dilma, conferiram maior autonomia ao Estado, especialmente diante da fração bancário-financeira, até então hegemônica, o que abre espaço para a retomada das políticas de desenvolvimento.

Abstract

This paper analyzes the relationship between macroeconomic policy and economic development and the political constraints of that relationship from 1995 until present day ( Cardoso, Lula and Dilma Rousseff). This analysis relies on the political economy approach, applying the concepts of financial domination, dependence and power blocs. By virute of this method, we assume that the adoption of certain economic policy is the result of: i) the external constraints (which, in Brazil, are coupled with the country’s status as a peripheral and dependent economy) and ii) the constraints associated with the internal interaction and conflicts of economic and political interests of class fractions in the power bloc and its influence on the State. The paper concludes that recent changes to the power bloc between the end of the Lula administration and the beginning of the Rousseff administration gave the government greater autonomy, particularly in relation to the banking and financial sector, which was the hegemonic fraction in the power bloc. This context favors the resumption of development policies.

Keywords: Financial domination. Dependence. Power bloc. Brazilian economy

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