Banner Portal
Finanças públicas e evolução recente da noção de disciplina fiscal
PDF

Palavras-chave

Finanças públicas. Disciplina fiscal. Política fiscal. Economia do setor público. Estado rentista

Como Citar

VARGAS, Neide César. Finanças públicas e evolução recente da noção de disciplina fiscal. Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 21, n. 3, p. 643–666, 2015. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8642280. Acesso em: 17 jul. 2024.

Resumo

O objetivo deste artigo é evidenciar a perspectiva de disciplina fiscal atualmente dominante, visando desnaturalizar essa questão tão dogmatizada pelo mainstream. O delineamento de dois contextos institucionais no âmbito da história recente do capitalismo mundial, segundo a concepção hegemônica no que tange à disciplina fiscal, permite identificar um primeiro contexto em que prevalece uma visão de disciplina fiscal frouxa e um segundo, no qual predomina a visão de disciplina fiscal forte, evidenciando o caráter historicamente datado dessa noção e a sua particularidade no contexto atual.

Abstract

The aim of this essay is to highlight the currently dominant perspective of fiscal discipline in order to denaturalize this question treated dogmatically by mainstream. The design of the two institutional contexts in the recent history of world capitalism, according to the hegemonic conception of fiscal discipline, identify a first context of soft budget constraint and a second of hard budget constraint, revealing the historically dated character of this notion and its particularity in the current context.

Keywords: Public finance; Fiscal discipline; Fiscal policy; Economics of the public sector; Rentier state

PDF

Referências

AFFONSO, R. de B. A. O federalismo e as teorias hegemônicas da economia do setor público na segunda metade do século XX: um balanço crítico. 2003. Tese (Doutorado em Economia)– Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas, 2003.

AGUIRRE, M. B.; MORAES, M. R. de. A questão federativa no Brasil: um “estado das artes” da teoria. Revista de Economia Política, São Paulo, v. 17, n. 1, p. 121-135, jan./mar. 1997.

BAER, M. O rumo perdido: a crise fiscal e financeira do Estado brasileiro. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1994.

BELLUZZO, L. G. M. Finança global e ciclos de expansão. In: FIORI, J. L. (Org.). Estados e moedas no desenvolvimento das nações. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2000. p. 87-117.

BLANCHARD, O. J. Macroeconomia: teoria e política econômica. 3. ed. São Paulo: PrenticeHall, 2004.

BLANCHARD, O. J. Suggestions for a new set of fiscal indicators. Paris: OECD, Apr. 1990. (Working Paper, n. 79).

BLANCHARD, O. J; CHOUAQUI, J-C.; HAGEMANN, R.; SARTOR, N. The sustainability of fiscal policy: new answers to an old question. OCDE Economic Studies, n. 15, autumn 1990.

BLEANEY, M. The rise and fall of Keynesian economics: an investigation of its contribution to capitalist development. London: Macmillan, 1985.

BORSANI, H. Relações entre política e economia: teoria da escolha pública. In: ARVATE, P.

R.; BIDERMAN, C. (Org.). Economia do setor público no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, p. 103-125, 2004.

BRAGA, J. C. de S. Temporalidade da riqueza: teoria da dinâmica e financeirização do capitalismo. 2000. Tese (Doutorado em Economia)–Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas, 2000.

BUCHANAN, J. M.; WAGNER, R. E. Democracy in deficit: the political legacy of Lord Keynes. New York: Academic Press, 1977.

BUCHANAN, J. M. Búsqueda de las rentas y búsqueda de beneficios. In: ________; McCORMICK, R. E.; TOLLISON, R. D. El análisis económico de lo político. Madrid: Instituto de Estudios Económicos, 1984. p. 205-231.

BUCHANAN, J.; TULLOCK, G. The calculus of consent. University of Michigan Press, 1992.

CASAS PARDO, J. Estudio introductorio. In: BUCHANAN, J. M.; McCORMICK, R.

E.; TOLLISON, R. D. El análisis económico de lo político. Madrid: Instituto de Estudios Económicos, 1984. p. 17-104.

CHESNAIS, F. A mundialização financeira. São Paulo: Xamã,1998.

CLINE, W. R. United States external adjustment and the world economy. Washington: Institute of International Economics, 1989.

COUTINHO, L.; BELLUZZO, L. G. Estado, sistema financeiro e formas de manifestação da crise. In: ________; BELLUZZO, L. G. Desenvolvimento capitalista no Brasil. 4. ed. Campinas: Unicamp. Instituto de Economia, 1998. v. 1, p. 11-43.

FIORI, J. L. Globalização, hegemonia e império. In: TAVARES, M. C.; FIORI, J. L. (Org.). Poder e dinheiro. Petrópolis: Vozes, 1997. p. 87-147.

GLYN, A. et al. The rise and the fall of the golden age. In: MARGLIN, S. A.; SCHOR, J. B. The golden age of capitalism. Oxford: Claredon Press, 1990.

GUARDIA, E. R. O regime fiscal brasileiro. 1999. Tese (Doutorado em Economia)– Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, 1999.

GUTTMANN, R. How credit-money shapes the economy. New York: M. E. Sharpe, 1994.

HERMANN, J. Ascensão e queda da política fiscal: de Keynes ao “autismo fiscal” dos anos 1990-2000. In: ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA, 34. Disponível em: www. anpec.org.br/encontro2006/artigos/A06A152.pdf.

KEYNES, J. M. A teoria geral do emprego, do juro e da moeda; inflação e deflação. 2. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1985. (oleção Os Economistas).

KORNAI, J. The soft budget constraint. Kyklos, Zürich, v. 39, n. 1, p. 3-30, 1986.

KORNAI, J; MASKIN, E.; ROLAND, G. Understanding the soft budget constraint. 2004. Disponível em: . Acesso em: 3 fev. 2005.

LOPREATO, F. L. C. Um olhar sobre a política fiscal recente. Economia e Sociedade, Campinas, v. 11, n. 2, p. 279-304, 2002.

LOPREATO, F. L. C. Novos tempos: política fiscal e condicionantes pós-80. Revista de Economia Contemporânea, Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, p. 125-154, jan./jun., 2004.

LOPREATO, F. L. C. O papel da política fiscal: um exame da visão convencional. Campinas: IE/ Unicamp, fev. 2006. (Texto para Discussão, n. 119).

MARRIS, S. Deficits and the dollar: the world economy at risk. Washington: Brookings Institution, 1987.

MORAES, M. R. As relações intergovernamentais na República Federal da Alemanha: uma análise econômico-institucional. São Paulo: Fundação Konrad Adenauer, 2001.

MUSGRAVE, R. A.; MUSGRAVE, P. B. Finanças públicas: teoria e prática. São Paulo: Campus, 1980.

OATES, W. E. Toward a second-generation theory of fiscal federalism. International Tax and Public Finance, 12, 349–373, 2005. Springer Science + Business Media, Inc. Printed in the Netherlands. Disponível em: http://econweb.umd.edu/~oates/ research/2ndGenerationFiscalFederalism.pdf. Acesso em: 11 jan. 2010.

OLIVA, C. Fiscal responsibility laws: how broad should they be? Versão preliminar. In: Seminário Internacional sobre Transparência e Responsabilidade Fiscal, Rio de Janeiro, 2001. [Anais...]. Rio de Janeiro: [s. n.], 2001.

OLIVEIRA, Fabrício Augusto de. Economia e política das finanças públicas no Brasil. São Paulo: Hucitec, 2009.

PLIHON, D. A ascendência das finanças especulativas. Economia e Sociedade, Campinas, n. 5, p. 61-78, dez. 1995.

REZENDE, F. Finanças públicas. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2001.

ROCHA, F. Déficit público e a sustentabilidade da política fiscal: teoria e aplicações. In: ARVATE, P. R.; BIDERMAN, C. (Org). Economia do setor público no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, p. 493-507, 2004.

ROCHA, F. F.; GIUBERTI, A. C. Consenso político com relação à necessidade de disciplina fiscal dos estados: um estudo da Lei de Responsabilidade fiscal. In: BRASIL. Secretaria do Tesouro Nacional. Finanças públicas, 9. Prêmio Tesouro Nacional, 2004. Brasília, 2005. p. 809-837, STIGLITZ, J. Economics of Public Sector. IE-WW NORTON, 2000.

TAVARES M. C. Ajuste e reestruturação nos países centrais: a modernização conservadora. Economia e Sociedade, Campinas, n. 1, p. 21-57, 1992.

VAN DER WEE, H. Prosperity and upheaval: the world economy, 1945-1980. London: Pelikan, 1987.

VARGAS, N. C. Estados no Brasil e o Controle Fiscal e Financeiro pela União no PósReal. 2006. 278 p. Tese (Doutorado em Economia Aplicada)–Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2006.

A Economia e Sociedade utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.