Banner Portal
Preços de commodities e nível de atividade em uma pequena economia aberta: evidências empíricas para o estado do Espírito Santo
PDF

Palavras-chave

Macroeconomia aberta. Commodities. Espírito Santo

Como Citar

MAGALHÃES, Matheus Albergaria. Preços de commodities e nível de atividade em uma pequena economia aberta: evidências empíricas para o estado do Espírito Santo. Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 20, n. 3, p. 533–566, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8642339. Acesso em: 24 abr. 2024.

Resumo

O presente trabalho propõe-se a mensurar, empiricamente, os efeitos de variações nos preços de commodities sobre o nível de atividade do estado do Espírito Santo ao longo do tempo, assim como a comparar os impactos desses preços sobre a economia estadual vis-à-vis à economia nacional e demais estados brasileiros. Os resultados obtidos permitem identificar cinco padrões empíricos distintos: (i) por conta de seu alto grau de abertura, o estado do Espírito Santo sente mais intensamente os impactos de choques nos preços de commodities do que o Brasil e outros estados; (ii) resultados de testes de Granger-causalidade demonstram que preços de commodities exercem um padrão de precedência temporal sobre os níveis de atividade estadual e nacional; (iii) padrão semelhante de precedência temporal também ocorre no caso de amplo conjunto de variáveis econômicas relacionadas ao estado do Espírito Santo; (iv) um choque positivo nos preços de commodities faz com que o nível de atividade estadual aumente inicialmente, sofrendo uma contração em seguida, para então apresentar um aumento permanente em relação a seu nível original no longo prazo; (v) resultados de um exercício de decomposição da variância demonstram que, em média, os impactos quantitativos de choques nos preços de commodities são maiores no caso estadual do que no caso nacional. Esses resultados são robustos a diversas questões de especificação, como o uso de diferentes transformações estacionárias dos dados e de distintos números de defasagens empregados em testes de Granger-causalidade. São importantes no sentido de gerarem melhor compreensão dos efeitos de oscilações nos preços de commodities sobre uma pequena economia aberta, conforme parece ser o caso do Espírito Santo.

Abstract

This paper aims to measure the effects of commodity price variations on output fluctuations over time in the State of Espírito Santo. The impacts of these prices on the State’s economy compared to the national economy and other Brazilian states will also be measured. The results obtained reveal five distinct empirical patterns: (i) given the state’s high degree of openness, the impacts of commodity price fluctuations tend to be stronger when compared to Brazil and other Brazilian States; (ii) Granger-causality test results show that commodity prices precede output levels both in the case of the State and the country; (iii) a similar result occurs when a broad set of economic variables related to the State of Espírito Santo are considered; (iv) a positive shock to commodity prices causes output to initially rise , followed by a contraction, with this variable displaying a permanently higher level in the long run; (v) variance decomposition results show that, on average, the quantitative impacts of commodity price shocks are larger in the case of the State than the country. The results obtained are robust with regards to several specification issues, such as different stationary transformations of data, as well as distinct number of lags employed in Granger-causality tests. These results are important in the sense of providing a better understanding of the effects of commodity price variations on a small, open economy, as seems to be the case for the State of Espírito Santo.

Keywords: Open-economy macroeconomics; Commodities; Espírito Santo

PDF

Referências

BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN). Balanço de Pagamentos – Apresentação por Setores Institucionais, 24 abr. 2007. Disponível em: http://www.bcb.gov.br/ftp/infecon/BalPagSet_P.pdf. Acesso em: 23 fev. 2011.

BARTELSMAN, E. J.; DOMS, M. Understanding productivity: lessons from longitudinal microdata. Journal of Economic Literature, v. 38, n. 3, p.569-594, Sept. 2000.

BLANCHARD, O. J.; SIMON, J. The long and large decline in U.S. output volatility. Brookings Papers on Economic Activity, v. 1, n. 1, p. 135-164, 2001.

BONELLI, R.; BASTOS, E. K. X.; ABREU, P. C. A. Metodologia e sistema de cálculo do indicador do Produto Interno Bruto (PIB) em bases trimestrais para o estado do Espírito Santo. Vitória, ES: IJSN, set. 2009. 47p. (Texto para Discussão, n. 7). Disponível em: http://www.ijsn.es.gov.br/_databases/docstd/td-07.pdf. Acesso em: 14 dez. 2009.

BUENO, R. D. L. S. Econometria de séries temporais. Cengage Learning: São Paulo, 2008. 300p.

CANOVA, F. VAR models: specification, estimation, inference and forecasting. In: PESARAN, H.; WICKENS, M. Handbook of applied econometrics, v. 1. Brasil Blackwell, 1995. p. 73-137.

CONJUNTURA ECONÔMICA. Nova ferramenta para acompanhar os ciclos econômicos brasileiros. Conjuntura Econômica, v. 63, n. 6, p. 30-32, jun. 2009.

COMMODITY RESEARCH BUREAU (CRB). CRB Datacenter, 2010. Disponível em: http://www.crbtrader.com/datacenter.asp. Acesso em: 13 abr. 2010.

DICKEY, D. A.; FULLER, W. A. Likelihood ratio statistics for autoregressive time series with a unit root. Econometrica, v. 49, n. 4, p.1057-1073, 1981.

ENDERS, W. Applied econometric time series. John Wiley and Sons, 1995. 433p.

ENGLE, R. F.; GRANGER, C. W. J. Co-integration and error-correction: representation, estimation and testing. Econometrica, v. 55, n. 1, p. 251-276, 1987.

GRANGER, C. W. J. Investigating causal relations by econometric models and crossspectral methods. Econometrica, v. 37, n. 3, p. 424-438, 1969.

HODRICK, R.; PRESCOTT, E. C. Post-war U.S. business cycles: a descriptive empirical investigation. Journal of Money, Credit and Banking, v. 29, n. 1, p. 1-16, 1997.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Indicadores Conjunturais da Indústria – Produção. 2004. 260p. (Série Relatórios Metodológicos, v. 31).

INTERNATIONAL MONETARY FUND (IMF). IMF Primary Commodity Prices, 2010. Disponível em: http://www.imf.org/external/np/res/commod/index.aspx. Acesso em: 15 fev. 2010.

JACKS, D. S.; O’ROURKE, K. H.; WILLIAMSON, J. Commodity price volatility and world market integration since 1700. 2009. 36p. (NBER Working Paper, n. 14748). Disponível em: http://www.nber.org/papers/w14748. Acesso em: 14 jan. 2010.

KWIATKOWSKI, D.; PHILLIPS, P.C.B.; SCHMIDT, P.; SHIN, Y. Testing the null hypothesis of stationarity against the alternative of unit root. Journal of Econometrics, v. 54, n. 1, p. 159-178, 1992.

MACKINNON, J. G. Critical values for cointegration tests. In: ENGLE, R. F.; GRANGER, C. W. J. (Ed.). Long-run economic relationships: readings in cointegration. Oxford Univ., 1991.

MAGALHÃES, M. A. Preços de commodities e nível de atividade no Espírito Santo: um estudo econométrico. Vitória, ES: IJSN, maio 2010. 37p. (Texto para Discussão, n. 13). Disponível em: http://www.ijsn.es.gov.br/attachments/542_ijsn_td13.pdf. Acesso em: 18 jun. 2010.

MAGALHÃES, M. A; RIBEIRO, A. P. L. Fatos estilizados dos ciclos de negócios no estado do Espírito Santo: uma abordagem quantitativa. Revista Econômica do Nordeste, v. 42, n. 3, jul./set. 2011. A sair.

MAGALHÃES, M. A; TOSCANO, V. N. Grau de abertura da economia do estado do Espírito Santo no período 1º trim./04 – 2º trim./09. Indicadores Econômicos FEE, v. 37, n. 4, 2009.

MAGALHÃES, M. A; TOSCANO, V. N. Abertura, concentração e volatilidade: uma análise dos efeitos da crise de 2007-2008 sobre o estado do Espírito Santo em 2009. Vitória, ES: IJSN, , maio 2010. 29p. Manuscrito.

MAGALHÃES, M. A; TOSCANO, V. N. Concentração da pauta de exportações do Espírito Santo: uma análise empírica. Vitória, ES: IJSN, maio 2011. 26p. (Nota Técnica, n. 23). (Disponível em: http://www.ijsn.es.gov.br/attachments/956_ijsn_nt23.pdf. Acesso em: 15 jun. 2011.

MENDOZA, E. G. Real business cycles in a small open economy. American Economic Review, v. 81, n. 4, p. 797-818, Sept. 1991.

PANORAMA ECONÔMICO – Espírito Santo 2009. Vitória, ES: IJSN, vários números. Disponível em: http://www.ijsn.es.gov.br/follow.asp?urlframe=emdestaque/4592.asp. Acesso em: 22 mar. 2010.

PEREIRA, L. V. A contribuição das commodities às exportações. Conjuntura Econômica, v. 63, n. 9, p. 68-70, set. 2009.

PEREIRA, L. V.; MACIEL, D. S. O comércio exterior do estado do Espírito Santo. In: VESCOVI, A. P. V.; BONELLI, R. (Org.). Espírito Santo: instituições, desenvolvimento e inclusão social. Vitória, ES: IJSN, 2010. p. 95-137.

PHILLIPS, P. C. B.; PERRON, P. Testing for a unit root in time series regression. Biometrika, v. 75, n. 3, p. 335-346, 1988.

PRATES, D. M. A alta recente dos preços das commodities. Revista de Economia Política, v. 27, n. 3, p. 323-344, 2007.

PRATES, D. M; MARÇAL, E. F. O papel do ciclo de preços no desempenho recente das exportações brasileiras. Análise Econômica, v.49, p. 163-191, mar. 2008.

PREBISCH, R. The economic development of Latin America and its principal problems. New York: United Nations, 1950.

PUGA, F. Balança comercial brasileira: muito além das commodities. Visão do Desenvolvimento, BNDES, n. 54, 24 set. 2008. 8p. Disponível em: http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/con hecimento/visao/visao_54.pdf. Acesso em: 23 nov. 2009.

SIMS, C. Money, income and causality. American Economic Review, v. 62, n. 3, p.540- 555, Sept. 1972.

SIMS, C. Macroeconomics and reality. Econometrica, v. 48, n. 1, p. 1-48, Jan. 1980.

SOUZA, N. J. Abertura comercial e crescimento dos estados brasileiros, 1991/2000. Teoria e Evidência Econômica, v. 11, n. 21, p. 41-61, nov. 2003.

STOCK, J. H.; WATSON, M. W. Business cycle fluctuations in U.S. macroeconomic time series. In: TAYLOR, J.; WOODFORD, M. (Ed.). Handbook of macroeconomics. North-Holland, 2000. p. 3-64.

STOCK, J. H.; WATSON, M. W Vector autoregressions. Journal of Economic Perspectives, v. 15, n. 1, p. 101-116, fall 2001.

THURMAN, W. N.; FISHER, M. E. Chickens, eggs, and causality, or which came first? American Journal of Agricultural Economics, v. 70, n. 2, p. 237-238, May 1988.

A Economia e Sociedade utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.