Banner Portal
Abertura comercial, internacionalização e competitividade: a indústria brasileira de máquinas têxteis após os anos 1990
PDF

Palavras-chave

Máquinas têxteis. Organização industrial. Política industrial – Brasil. Industrialização. Política Comercial. Política Cambial

Como Citar

GOMES, Rogério; STRACHMAN, Eduardo; PIERONI, João Paulo; SILVA, Andréa de Oliveira. Abertura comercial, internacionalização e competitividade: a indústria brasileira de máquinas têxteis após os anos 1990. Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 16, n. 3, p. 405–433, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8642813. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

Este artigo avalia os resultados do processo de reestruturação da indústria brasileira de máquinas têxteis, originado pelas reformas econômicas liberalizantes iniciadas no final dos anos 1980 e início dos 1990 e pelas medidas macroeconômicas que deram sustentação ao Plano Real, a partir de julho de 1994. Inicialmente, fazemos uma avaliação teórica das fontes do conhecimento e das formas de capacitação tecnológica nessa indústria. A seguir, expomos brevemente as principais características da indústria de máquinas têxteis em âmbito global. Posteriormente, direcionando a discussão para o caso brasileiro, apresentamos as especificidades da indústria têxtil, usuária daqueles bens, e do próprio setor de máquinas nacional. Através dos fluxos de comércio exterior do Brasil entre 1990 e 2004 e da variação do valor médio (US$ FOB/KG) desses fluxos, o artigo examina as mudanças estruturais, tecnológicas e, por conseguinte, na competitividade, que culminaram na transformação da indústria brasileira de máquinas têxteis, em termos de dimensão (escala) e escopo, e em uma nova inserção internacional, agora mais especializada e subordinada.

Abstract

This paper assesses the results of the restructuring process of the Brazilian textile machinery industry, started in the late 1980’s and beginning of the 1990’s and deepened by the liberal macroeconomic policies supporting the Plano Real, since July 1994. First, we analyze theoretically the knowledge sources and the capacitation modes in this industry. Second, we show briefly the main global characteristics of this industry. Third, we redirect our investigation to the Brazilian case, presenting the specificities of the domestic textile industry, user of those capital goods, and also of the Brazilian textile machinery industry. Making an assessment by means of the Brazilian textile machinery industry foreign trade as well as of the change in the mean prices (US$ FOB/KG) of these trade inflows and outflows, between 1990 and 2004, the paper evaluate the structural, technological and, therefore, the competitive changes which culminated in the transformation of this industry in its dimensions (scale) and scope, and in its new international role, nowadays more specialized and subordinated.

Key words: Firm organization. Industrial policy. Industrialization. Manufacturing and service industries. Trade policy. Factor movement policy. Foreign exchange policy

PDF

Referências

AVELLAR, A.P. Relatório Final DPP-FINEP para o Setor de Bens de Capital. Araraquara: Unesp. Faculdade de Ciências e Letras, 2004. Mimeografado.

BASTOS, V. Competitividade do complexo têxtil: estudo da competitividade da indústria brasileira. Campinas: Unicamp, 1993. Relatório de pesquisa. Mimeografado. Disponível em: <http://www.mct.gov.br/publi/Compet/ntc_tex.pdf>. Acesso em: 3 mar. 2005.

BNDES. Proposta de política para apoio e modernização e expansão do setor têxtil. Rio de Janeiro: BNDES/DEEST, 1986. Relatório de Pesquisa.

BRASIL. Ministério da Fazenda. Impactos da mudança do regime de tributação da Cofins. Brasília: Minifaz, 2003a. Mimeografado. .

BRASIL. Ministério da Fazenda. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Diretrizes de política industrial. Brasília: MDIC, 2003b. Mimeografado.

CANTIZANI FILHO, A. Diagnóstico da competitividade internacional do setor de máquinas e equipamentos. São Paulo: Abimaq/Sindimaq, ago. 1997. Mimeografado.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI. Análise da eficiência econômica da competitividade da cadeia têxtil brasileira. Brasília: CNI/ IEL, Sebrae, 2000. Mimeografado. Disponível em: .

CORRÊA, D. G. Setor têxtil luta pela sobrevivência. Revista ABIMAQ, São Paulo, n. 46, ano 12, p. 46, 1998.

COUTINHO, L. A especialização regressiva: um balanço do desempenho industrial pósestabilização. In: VELLOSO, J. P. R. Brasil: desafios de um país em transformação. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1997.

DIRETÓRIO DA PESQUISA PRIVADA NO BRASIL – DPP. Araraquara, Campinas.

DPP-FINEP-GEEIN-DPCT, 2003. Disponível em: <http://www.finep.gov.br/portaldpp>.

FIANI, R. Teoria dos custos de transação. In: KUPFER, D.; HASENCLEVER, L. (Org.). Economia industrial: fundamentos teóricos e práticas no Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 2002. p. 267-286.

FURTADO, J. Introdução. In: FURTADO, J. (Org.). Globalização das cadeias produtivas do Brasil. São Carlos: Ed. UFSCar, 2003.

FURTADO, J .et al. Balanço de pagamentos tecnológicos: indicadores e análise. In: INDICADORES de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo. São Paulo: Fapesp, 2002.

GALINA, S. Relatório Final DPP-FINEP para o Setor de Equipamentos para Telecomunicações. Araraquara: Unesp. Faculdade de Ciências e Letras, 2004. Mimeografado.

GARCIA, O. L. Análise da indústria brasileira de máquinas e acessórios têxteis. Relatório de Pesquisa IPT/Fecamp/Unicamp. Campinas: Unicamp. IE, 1990.

GARCIA, O. L. Competitividade da indústria têxtil. Relatório de Pesquisa do Projeto “Estudo da Competitividade da Indústria Brasileira”. Campinas: Unicamp. IE, 1993. Mimeografado. Disponível em: <http://www.mct.gov.br/publi/Compet/nts_tex.pdf>.

GARCIA, O. L. Avaliação da competitividade da indústria têxtil brasileira. 1994. Tese (Doutorado)–Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1994.

GOMES, R. A internacionalização das atividades tecnológicas pelas empresas Transnacionais: elementos de organização industrial da economia da inovação. Ph.D. Dissertation, Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas (IE-Unicamp). Campinas, 2003. Mimeografado.

GOMES, R; RODRIGUES, H.; CARVALHO, E. G. Balanço de pagamentos tecnológicos: o perfil do comércio externo de produtos e de serviços com conteúdo tecnológico. In: INDICADORES de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo – 2004. São Paulo: Fapesp, 2005.

GORINI, A. P. F. Panorama do setor têxtil no Brasil e no mundo: reestruturação e perspectivas. Texto para o Fórum de Competitividade do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n. 12, p. 17-50, set. 2000.

HIRATUKA, C. Um estudo sobre a capacitação tecnológica da indústria de máquinas têxteis e suas relações com a indústria têxtil. Monografia (Conclusão do curso de Ciências Econômicas)– Faculdade de Ciências e Letras, Unesp, Araraquara, dez. 1992.

________. Estruturas de coordenação na cadeia têxtil: um estudo sobre as relações entre a indústria têxtil e os fornecedores de fibras químicas, fibras de algodão e máquinas têxteis. Dissertação (Mestrado)–Instituto de Economia, Unicamp, Campinas, 1996.

JAPAN emphasis remains on development. Textile Month. p. 33, 1988.

JAPANESE textile machinery cost to merge synthetic fiber units. Asia Paulse News, Osaka, Jan., p. 308, 2002.

LAPLANE, M. F.; SARTI, F. Investimento direto estrangeiro e a retomada do crescimento sustentado nos anos 90. Economia e Sociedade, Campinas, n. 8, 1997.

________. Investimento Direto Estrangeiro e o impacto na balança comercial nos anos 90. Rio de Janeiro: Ipea, 1999. (Texto para Discussão, n. 629).

LUNDVALL, B.Å. Innovation as an interactive process: from user-producer interaction to the National System of Innovation. In: DOSI, G.; FREEMAN, C.; NELSON, R.; SILVERBERG, G.; SOETE, L. (Org.). Technical change and economic theory. London: Pinter, 1988. p. 349-369.

MARRONE, P. Rumos da competitividade: uma política industrial para o setor de máquinas e equipamentos. São Paulo: ABIMAQ, 2003.

MARRONE, P. Atualização e ampliação da abrangência no cálculo do nível de competitividade dos segmentos do setor de máquinas e equipamentos. São Paulo: Consultrend/Abimaq, 2004.

________; MARÇAL, E. F.; MARÇAL, L. H. Estimativa estatística de metas para os segmentos do setor de máquinas e equipamentos mediante a implementação das ações de política industrial. São Paulo: Consultrend/Abimaq, 2004.

MARSILI, O. The anatomy and evolution of industry: technological change and industrial dynamics. Cheltenham: Edward Elgar, 2001.

MASSUDA, E. M. Transformações recentes da indústria têxtil brasileira (1992-1999). Acta Scientiarum, Maringá, v. 24, n. 1, p. 243-251, 2002.

MOREIRA, M. M.; CORREA, P. G. Abertura comercial e indústria: o que se pode esperar e o que se vem obtendo. Revista de Economia Política, São Paulo, v. 17, p. 61-91, 1997.

OLIVEIRA, M. H.; MEDEIROS, L. A. Investimentos necessários para a modernização do Setor Têxtil. BNDES Setorial, Rio de Janeiro, BNDES, n. 3, 1996.

PAVITT, K. Sectoral patterns of technical change: towards a taxonomy and a theory. Research Policy, v. 13, n. 6, p. 343-373, 1984.

PIERONI, J. P. Os impactos da abertura comercial sobre as estruturas produtiva e tecnológica do setor de máquinas têxteis no Brasil. Monografia (Conclusão do curso de Ciências Econômicas)– Faculdade de Ciências e Letras, Unesp, Araraquara, dez. 2005.

PONDÉ, J. L. Coordenação e aprendizado: elementos para uma teoria das inovações institucionais nas firmas e nos mercados. Dissertação (Mestrado)–Instituto de Economia, Unicamp, Campinas, 1993. Mimeografado.

________. Organização das grandes corporações. In: KUPFER, D.; HASENCLEVER, L. (Org.). Economia industrial: fundamentos teóricos e práticas no Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 2002. p. 287-306.

PROCHNIK, V. Estudo da competitividade de cadeias integradas no Brasil: impactos das zonas de livre comércio. Cadeia: Têxtil e Confecções. Campinas: Unicamp. IE e MDIC, dez. 2002.

PROMATECH acquires Sulzer Textil. The Financial Times, Companies e Finance International. Jul. p. 16, 2001.

RESENDE, M. F. C.; ANDERSON, P. Mudanças estruturais na indústria de bens de capital. Brasília: Ipea, jul. 1999. (Texto para Discussão, n. 658).

REVISTA TEXTÍLIA, n. 40, 2001.

REVISTA TEXTÍLIA, n. 46, 2002.

RIETER, Acquires German Textile Machinery Firma. Daily News Record, Geneva, p. 6, Apr. 2001.

ROTHWELL, R. Innovation in textile machinery. In: PAVITT, K. Technical innovation and British performance. London: SPRU, MacMillan, 1982.

SIGIURA, K. The technological role of machinery users in economic development: the case of textile machinery industry in Japan and Korea. Thesis (Phd)–University of Sussex, 1994.

SIMON, H. A. The architecture of complexity. Proceedings of the American Philosophical Society, v. 106, n. 6, p. 467-482, Dec. 1962.

________. The architecture of complexity. Proceedings of the American Philosophical Society, v. 106, n. 6, p. 467-482, Dec. 1962.

________. From substantive to procedural rationality. In: LATSIS, S. J. (Ed.). Method and appraisal in economics. Cambridge: Cambridge University Press, 1976. p. 129-148.

STRACHMAN, E. Relatório Final DPP-FINEP para o Setor de Equipamentos Elétricos sob Encomenda. Araraquara: Unesp. Faculdade de Ciências e Letras, 2004. Mimeografado.

________; AVELLAR, A. P. Estratégias, desenvolvimento tecnológico e inovação no setor de bens de capital no Brasil. Araraquara, 2006. Mimeografado.

TOYNE, A. The global textile industry. London: George Allen & Unwin Publishers Ltda., 1984.

VERMULM, R.; ERBER, F. Estudo da competitividade de cadeias integradas no Brasil: impactos das zonas de livre comércio. Cadeia: Bens de Capital. Campinas: Unicamp. IE e MDIC, dez. 2002.

A Economia e Sociedade utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.