Banner Portal
Desigualdade intragrupos educacionais e crescimento
PDF

Palavras-chave

Desigualdade salarial. Desigualdade intra-grupos. Progresso técnico. Educação. Crescimento

Como Citar

COSTA, Ana Czeresnia; KERSTENETZKY, Celia Lessa. Desigualdade intragrupos educacionais e crescimento. Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 14, n. 2, p. 337–364, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8643031. Acesso em: 13 maio. 2024.

Resumo

Há, em alguns países desenvolvidos, significativa evidência de crescimento da chamada parte “residual” da desigualdade da renda do trabalho, ou seja, a desigualdade que não é explicada por características observáveis do trabalhador como, por exemplo, os anos de estudo. O objetivo principal deste artigo é apresentar as intuições e os resultados de alguns dos principais modelos desenvolvidos no final dos anos 1990 e início dos 2000, e ainda pouco conhecidos no Brasil, que se dedicam a descrever os mecanismos pelos quais a economia pode, endogenamente, gerar desigualdades salariais dentro dos mesmos grupos educacionais. A emergência da “desigualdade residual” é, nesses modelos, associada a processos de crescimento econômico centrados em mudança tecnológica. São identificados três grupos de explicações. O primeiro deles desenvolve-se a partir do argumento da mudança técnica complementar ao trabalho qualificado. O segundo baseia-se na mudança técnica generalizada, onde a difusão da mudança gera mecanismos que conferem a distintos trabalhadores, dentro de um mesmo grupo, vantagens e desvantagens no processo de trabalho. Uma terceira explicação relaciona a desigualdade intragrupos ao progresso tecnológico, caracterizado por “destruição criadora”, e a um mercado de trabalho dual. A compreensão desses processos pode jogar uma nova luz também sobre a desigualdade entre grupos educacionais.

Abstract

There is important evidence of a recent upsurge of so-called residual inequality, i.e. wage inequality that cannot be explained by workers’ observable attributes, such as schooling. The main purpose of this article is to review the intuitions and results of some of the main theoretical models that have been proposed in order to deal with this phenomenon. In these models, the emergence of “residual inequality” is associated with growth processes centered in technological change. Three groups of explanation are identified. The first group emphasizes the skill bias of recent technical change as a major factor; the second one is based on the stochastic processes that major technical changes set forth; the third one relates within group inequality to technological progress characterized by Schumpeterian “creative destruction” and a dual market labor. As a consequence, a new light is also cast on between-group inequality.

Key words: Wage inequality. Within-group inequality. Technological progress. Education. Growth

PDF

Referências

ACEMOGLU, D. Patterns of Skill Premia. The Review of Economic Studies, 2003.

________. Technical change, inequality, and the labor market. NBER Working Paper, Cambridge, 2000.

AGHION, P. Schumpeterian growth theory and the dynamics of income inequality. 2001. Mimeografado.

________; CAROLI, E.; GARCÍA-PEÑALOSA, C. Inequality and economic growth: the perspective of the new growth theories. Journal of Economic Literature, v. 37, p. 1615-1660, 1999.

________; HOWITT, P. Endogenous growth theory. Cambridge, MA: MIT Press, 1998.

________; ________. Wage inequality within and between groups: a Schumpeterian perspective. 2001. Mimeografado.

________; ________; VIOLANTE, G. Technological progress, luck, and the variability of earnings. 2002. Mimeografado.

________; ________; ________. Technology, knowledge, and within-group inequality. 2000. Mimeografado.

AUTOR, D.; KATZ, L.; KRUEGER, A. Computing inequality: have computers changed the labor market? Quarterly Journal of Economics, v. 93, p. 1169-1214, 1998.

BACOLOD, M.; BLUM, B. Two sides of the same coin: U.S. residual inequality and the gender gap. 2005. Mimeografado.

BARROS, R.; MENDONÇA, R.; HENRIQUES, R. A estabilidade inaceitável: desigualdade e pobreza no Brasil. In: HENRIQUES, Ricardo (Org.). Desigualdade e pobreza no Brasil. Rio de Janeiro: Ipea, 2000a. p. 21-47.

________. Education and equitable economic development. In: ROCHA-MIRANDA, C.

E. (Ed.). Transition to global sustainability. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 2000b. p. 41-63.

BERMAN, E.; BOUND, J.; GRILICHES, Z. Changes in the demand for skilled labor within U.S. manufacturing industries: evidence from the annual survey of manufactures.

Quarterly Journal of Economics, v. 109, p. 367-397, 1994.

________, ________; MACHIN, S. Implications of skill-biased technological change: international evidence. Quarterly Journal of Economics, v. 93, p. 1245-1280, 1998.

BLUNDELL, R.; PRESTON, I. Inequality and uncertainty: short-run uncertainty and permanent inequality in the US and Britain. UCL, 1999. Mimeografado.

BORJAS, G.; FREEMAN, R.; KATZ, L. How much do immigration and trade affect labor market outcomes? Brookings Papers on Economic Activity, 1, p. 1-90, 1997.

CASELLI, F. Implications of skill-biased technological change: international evidence. Quarterly Journal of Economics, v. 93, 1998.

DESJOUNQUERES, T.; MACHIN, S.; VAN REENEN, J. Another nail in the coffin? Or can the trade based explanation of changing skill structures be resurrected. Scandinavian Journal of Economics, v. 101, n. 4, p. 533-554, 1999.

FISHLOW, A. Brazilian size distribution of income. American Economic Review, v. 62, p. 391-402, 1972.

FORTIN, N.; LEMIEUX, T. Institutional changes and rising wage inequality: is there a linkage? Journal of Economic Perspective, v. 11, n. 2, p. 75-96, 1997.

GALOR, O.; MOAV, O. Ability biased technological transition, wage inequality and growth. Quarterly Journal of Economics, v. 115, n. 2, p. 469-497, 2000.

________; TSIDDON, D. Technological progress, mobility and economic growth. American Economic Review, v. 87, p. 363-382, 1997.

GOTTSCHALK, P.; MOFFITT, R. The growth of earnings instability in the U.S. labor market. Brookings Papers on Economic Activity, 2, p. 217-272, 1994.

GOULD, E.; MOAV, O.; WEINBERG, B. Precautionary demand for education, inequality, and technological progress. 2000. Mimeografado.

GREENWOOD, J.; YOWKOGLU, M. 1974. Carnegie-Rochester Conference Series on Public Policy, v. 46, p. 49-95, 1997.

GROSSMAN, G.; HELPMAN, E. Innovation and growth in the global economy. Cambridge, MA: MIT Press, 1991.

KATZ, L.; MURPHY, K. Changes in relative wages: supply and demand factors. Quarterly Journal of Economics, v. 107, p. 35-78, 1992.

KERSTENETZKY, C. Capital humano, capital social e desigualdade: perspectivas positivas e implicações normativas. 2004. Mimeografado.

________. Por que se importar com a desigualdade. Revista Dados, v. 45, n. 4, 2002.

KRUEGER, A. How computers have changed the wage structure: evidence from microdata, 1984-1989. Quarterly Journal of Economics, v. 108, p. 33-60, 1993.

KRUGMAN, P. Growing world trade: causes and consequences. Brookings Papers on Economic Activity, p. 327-377, 1995.

LANGONI, C. Distribuição de renda e desenvolvimento econômico no Brasil. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1973.

LAWRENCE, R.; SLAUGHTER, M. Trade and U.S. wages: giant sucking sound or small hiccup? Brookings Papers on Economic Activity, p. 161-226, 1993.

MENDEZ, R. Creative destruction and the rise of inequality”. Journal of Economic Growth, 7, p. 259-281, 2002.

MENEZES-FILHO, A. Educação e desigualdade. In: LISBOA, M.; MENEZES-FILHO, A. Microeconomia e sociedade no Brasil. Rio de Janeiro: FGV, 2001.

MENEZES-FILHO, N.; FERNANDES, R.; PICCHETTI, P. Rising human capital but constant inequality: the education composition effect in Brazil São Paulo: Universidade de São Paulo, 2000. Mimeografado.

NELSON, R.; PHELPS, E. Investment in humans, technological diffusion and economic growth. American Economic Association Papers and Proceedings, v. 56, p. 69-75, 1966.

RAWLS, J. A theory of justice. Cambridge, MA: The Belknap Press, 1971.

REIS, J.; BARROS, R. Wage inequality and the distribution of education. Journal of Development Economics, v. 36, 1991.

RUBINSTEIN, Y.; TSIDDON, D. Coping with technological progress: the role of ability in making inequality so persistent. CEPR Discussion Paper, n. 2153, 1999.

SACHS, J.; SHATZ, H. Trade and jobs in US manufacturing . Brookings Papers on Economic Activity, p.1-84, 1994.

SCHWARTZMAN, S. Educação: a nova geração de reformas. In: GIAMBIAGI, F. et al. Reformas no Brasil: balanço e agenda. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,. 2004.

VIOLANTE, G. Equipment investment and skill dynamics: a solution to the wage dispersion puzzle? University College London, 1996. Mimeografado.

________. Technological acceleration, skill transferability and the rise in residual inequality. University College London, 1999. Mimeografado

A Economia e Sociedade utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.