Banner Portal
Experiências de controles do fluxo de capitais: focando o caso da Malásia
PDF

Como Citar

SICSÚ, João; CARVALHO, Fernando J. Cardim. Experiências de controles do fluxo de capitais: focando o caso da Malásia. Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 14, n. 2, p. 365–374, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8643032. Acesso em: 4 jul. 2024.

Resumo

A proposta de remoção de controles de capital, isto é, a liberalização dos movimentos internacionais de capitais, defendida por vários economistas, alguns governos e, atualmente com certas ressalvas, pelo próprio Fundo Monetário Internacional (FMI), se apóia numa premissa infundada a respeito dos benefícios dessa medida – já que não existem trabalhos que apresentem resultados empiricamente sólidos que possam sustentar a defesa da liberalização financeira. A maioria dos economistas hoje em dia parece moverse dentro de um paradoxo, pelo qual se reconhece, por um lado, a prevalência de imperfeições de todo o tipo na operação das economias de mercado e, especialmente, dos mercados financeiros, mas, ao mesmo tempo, se supõe que a intervenção do Estado nesses mercados, longe de contribuir para a atenuação dessas imperfeições, só possa levar a problemas ainda maiores. Na verdade, esse aparente consenso entre economistas resulta menos da reflexão cuidadosa sobre os movimentos internacionais de capitais e a eficácia de controles que da aceitação acrítica, comum nas ortodoxias, de cânones como a superioridade dos mercados sobre a intervenção pública. Mais curiosamente ainda, dentre os que compartilham desse aparente consenso, encontramos motivações radicalmente opostas: para uns, controles de capitais são perda de tempo, porque acreditam eles que agentes privados são capazes de descobrir formas de evitá-los; para outros, controles são condenáveis porque reduzem a eficácia da economia. Um terceiro grupo defende as duas idéias simultaneamente, sem parecer perceber sua incompatibilidade.
PDF

Referências

ARYIOSHI, A.; HABERMEIER; K.; LAURENS, B.; OTKER-ROBE, I.; CANALES-KRILJENKO; J.; KIRILENKO, A. Country experiences with the use and liberalization of capital controls. Washington, DC: IMF, 2000. (Occasional Papers, n. 190).

BAKKER, A.; CHAPPLE, B. Advanced country experiences with capital account liberalization. Washington, DC: IMF, 2002. (Occasional Papers, n. 214).

CARDIM DE CARVALHO, F.; SICSÚ, J. Controvérsias recentes sobre controles de capitais. Revista de Economia Política, v. 24, n. 2, abr./jun. 2004.

FISCHER, S. Capital account liberalization and the role of the IMF. Essays in International Finance, Princeton, n. 207, 1998.

KAPLAN, E.; RODRIK, D. Did the Malaysian capital controls work? 2001. (NBER Working Paper, n. 8142).

NEELY, C. An introduction to capital controls. St Louis Federal Reserve Bank Review, v. 81, n. 6, Nov./Dec. 1999.

TAMIRISA, N. Do macroeconomic effects of capital controls vary by their type? Evidence from Malaysia Washington, DC: IMF, 2004. (IMF Working Paper, n. /04/3).

WYPLOSZ, C. Financial restraints and liberalization in postwar Europe. In: CAPRIO, G.; HONOHAN, P.; STIGLITZ, J. (Org.). Financial liberalization, how far, how fast. Cambridge, Mass: Cambridge University Press, 2001.

A Economia e Sociedade utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.