Banner Portal
O padrão dos ciclos de crescimento da economia brasileira: 1947-20031
PDF

Palavras-chave

Vulnerabilidade externa. Arranjos financeiros. Brasil – Crescimento econômico

Como Citar

RESENDE, Marco Flávio da Cunha. O padrão dos ciclos de crescimento da economia brasileira: 1947-20031. Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 14, n. 1, p. 25–55, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8643038. Acesso em: 1 maio. 2024.

Resumo

Partindo da abordagem Minskyana de instabilidade financeira e da abordagem neo-schumpeteriana sobre a relação entre o Sistema Nacional de Inovações (SNI) e a competitividade das economias, chega-se a um padrão dos ciclos de crescimento das economias com sistema financeiro deficiente e cujo SNI apresenta pequeno desenvolvimento relativo. Segundo tal padrão, os ciclos de crescimento dessas economias iniciam-se a partir da estruturação de arranjos financeiros de financiamento e sustentação do crescimento econômico e terminam com crises cambiais e desestruturação desses arranjos. Conclui-se que os ciclos de crescimento da economia brasileira entre 1947 e 2003 apresentam elevada aderência em relação ao citado padrão.

Abstract

By using the Minskyan approach of financial instability and the neo-schumpeterian approach to the relationship between the National System of Innovation (NSI) and economic competitiveness, a standard was obtained for growth cycles of economies with deficient financial system and whose NSI shows deficiencies when compared with the NSI of the developed countries. According to this standard, growth cycles begin with the structuring of financial arrangements and end with exchange crises and collapse of those arrangements. It was concluded that growth cycles in the Brazilian economy between 1947 and 2003 closely followed the above-mentioned standard.

Key words: External vulnerability. Financial arrangements. Brazilian economic growth

PDF

Referências

ABREU, M. P. A ordem do progresso: cem anos de política econômica republicana, 1889-1989. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1990.

ALBUQUERQUE, E. M. National systems of innovation and non-OECD countries: notes about a rudimentary and tentative typology. Brazilian Journal of political Economy, v. 19, n. 4 (76), Oct./Dec. 1999.

________. Notas sobre a contribuição de Kenneth Arrow para a fundamentação teórica dos Sistemas Nacionais de Inovações. Revista Brasileira de Economia, abr./jun. 1996.

AMADO, A. M. Limites monetários ao crescimento: Keynes e a não neutralidade da moeda. Ensaios FEE, Porto Alegre, ano 21, n. 1, 2000.

________. Minsky e o ciclo econômico: uma análise para economias periféricas. In: ENCONTRO DE ECONOMIA POLÍTICA, 8, Florianópolis, 2003.

BARBOSA FILHO, N. International liquidity and growth fluctuations in Brazil: 1966- 2000. In: ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA, ANPEC, 30, Nova Friburgo, 2002.

BERGSTRAND, J. H. Structural determinants of real exchange rates and national price levels: some empirical evidence. The American Economic Review, v. 81, n. 1, mar. 1991.

BERNARDES A. T.; ALBUQUERQUE, E. M. Cross-over, thresholds, and interactions between science and technology: lessons for less-developed countries. Research Policy, v. 32, 2003.

BIELSCHOWSKY, R. (Org). Cinqüenta anos de pensamento na Cepal. Rio de Janeiro: Record, 2000.

BIELSCHOWSKY, R. Investimentos na indústria brasileira depois da abertura e do real: o mini-ciclo de modernizações, 1995-97. Santiago do Chile: Cepal, 1999. (Série Reformas Econômicas, n. 44).

CANUTO, O. S. F. Padrões de especialização, hiatos tecnológicos e crescimento com restrição de divisas. Revista de Economia Política, v. 18, n. 3 (71), jul./set. 1998.

CARVALHO, F. J. C. Mr. Keynes and the post Keynesians: principles of macroeconomics for a monetary production economy. Aldershot, UK: Edward Elgar, 1992.

________. Sobre a endogenia da oferta de moeda: réplica ao professor Nogueira da Costa. Revista de Economia Política, v 13, n. 3 (51), jul./set. 1993.

CAVES, R. E.; FRANKEL, J. A.; JONES, R. W. Economia internacional, comércio e transações globais. São Paulo, Ed. Saraiva, 2001.

COUTINHO, L. G.; BELLUZZO, L. G. M. Política econômica, inflexões e crise: 1974- 1981. In: BELLUZZO, L. G. M.; COUTINHO, R. (Org). Desenvolvimento capitalista no Brasil: ensaios sobre a crise. São Paulo: Brasiliense, 1983.

CROCCO, M. The concept of degrees of uncertainty in Keynes, Shackle, and Davidson. Nova Economia, Belo Horizonte, v. 12, n. 2, jul./dez. 2002.

CRUZ, P. R. D. C. Notas sobre o financiamento de longo prazo na economia brasileira do após-guerra. Economia e Sociedade, Campinas, n. 3, dez. 1994.

DAVIDSON, P. International money and the real world. 2. ed. London: Macmillan, 1992.

________. Post Keynesian macroeconomic theory: a foundation for successful economic policies for the twenty-first century. Cambridge: Cambridge University Press, 1994.

DOSI, G. Institutions and markets in a dynamic world. The Manchester School, v. LVI, n. 2, p. 119-146, 1988.

________; FABIANI; FREEMAN, C. The process of economic development: introducing some stylized facts and theories on technologies, firms and institutions. Industrial and Corporate Change, v. 3, n. 1, 1994.

DOW, S. C. Macroeconomic thought: a methodological approach. Oxford: Blackwell, 1985.

________. Post Keynesian monetary theory for an open economy. Journal of Post Keynesian Economics, v. IX, n. 2, 1986/87.

________. Money and the economic process. Aldershot, UK: Edward Elgar, 1993.

________. International liquidity preference and endogenous credit. In: HARVEY, J. T.; DEPREZ, J. (Org.). Foundations of international economics: post-Keynesian perspectives. London: Routledge, 1999.

ERBER, F. S.; CASSIOLATO, J. E. Política industrial: teoria e prática no Brasil e na OCDE. Revista de Economia Política, v. 17, n. 2, (66), abr./jun. 1997.

FACHADA, J. P. R. Um estudo econométrico da balança comercial brasileira: 1975- 1988. Dissertação (Mestrado)-Pontifícia Universidade Católica, Rio de Janeiro, 1990 FAJNZYLBER, R. F. La industrialización trunca de América Latina. México: Nueva Imagem, 1983.

FAGERBERG, J. Technology and international differences in growth rates. Journal of Economic Literature, v. 32, Sept. 1994.

FREEMAN, C. The National System of Innovation in historical perspective. Revista Brasileira de Inovação, v. 3, n. 1, jan./jun. 2004.

GREMAUD, A. P.; VASCONCELLOS, M. A. S.; TONETO JÚNIOR, R. Economia brasileira contemporânea. São Paulo: Atlas, 2002.

HIRSCHMAN, A. A transmissão interregional e internacional de crescimento econômico. In: SCHWARTZMAN (Org). Economia regional: textos escolhidos. Belo Horizonte: Cedeplar, 1977.

JAYME JR., F. G. Balance-of-payments-constrained economic growth in Brazil. Revista de Economia Política, v. 23, n. 1, (89), jan./mar. 2003.

KALDOR, N. The relation of economic growth and cyclical fluctuations. In: KING, J. E. Economic growth in theory and practice: kaldorian perspective. Aldershot, UK: Edward Elgar, 1994a.

________. Economic growth and the Verdoorn’ law: a comment on Mr. Rowthorn’s article. In: KING, J. E. Economic growth in theory and practice: kaldorian perspective. Aldershot, UK: Edward Elgar, 1994b.

KEYNES, J. M. A teoria geral do emprego, do juro e da moeda. São Paulo: Nova Cultural, 1988a.

________. Teorias alternativas da taxa de juros. In: CLÁSSICOS da literatura econômica. Rio de Janeiro: IPEA/INPES, 1988b.

________. A teoria ex ante da taxa de juros. In: CLÁSSICOS da literatura econômica. Rio de Janeiro: IPEA/INPES, 1988c.

LACERDA, A. C.; BOCCHI, J. I.; REGO, J. M.; BORGES, M. A.; MARQUES, R. M. Economia brasileira. São Paulo: Saraiva, 2000.

LAGO, L. A. C. A retomada do crescimento e as distorções do Milagre: 1967-1973. In: ABREU, M. P. (Org.). A ordem do progresso: cem anos de política econômica republicana, 1889-1989. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1990.

LEMOS, M. B. Espaço e capital: um estudo sobre a dinâmica Centro x Periferia. Tese (Doutorado)-Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas, 1988.

LOPEZ, J. Mexico’s crisis: financial modernization and financial fragility. Banca Nazionale del Lavoro, Quarterly Review, v. 50, n. 201, 1997.

LÓPES, J. G.; CRUZ, A. B. Thirlwall’s law and beyond: the Latin American experience. Journal of Post Keynesian Economics, 2000.

LUNDVALL, Bengt-Ake. National systems of innovation: towards a theory of innovation and interactive learning. London: Pinter Pub, 1992.

MINSKY, H. P. Can “it” happen again? Essays on instability & finance. Armonk, New York: M. E. Sharpe, 1982.

MINSKY, H. P. Stabilizing and unstable economy. New Haven: Yale University Press, 1986.

________. Integração financeira e política monetária. Economia e Sociedade, Campinas, n. 3, dez. 1994.

MOLLO, M. L. R. Instabilidade do capitalismo, incerteza e papel das autoridades monetárias: uma leitura de Minsky. Revista de Economia Política, v. 8, n. 1, jan./mar. 1988.

MOREIRA, M. M. A indústria brasileira nos anos 90. O que já se pode dizer? In: GIAMBIAGI, F.; MOREIRA, M. M. (Org). A economia brasileira nos anos 90. Rio de Janeiro: BNDES, 1999.

MYRDAL, G. Teoria econômica e regiões subdesenvolvidas. Rio de Janeiro: Saga, 1972.

NELSON, Richard R. National innovation systems: a comparative analysis. Oxford: Oxford University Press, 1993.

NELSON, R. R. Economic development from the perspective of evolutionary economic theory. In: SEMINÁRIOS INTERNOS, Cedeplar, 2005.

OLIVEIRA, F. A. Política fiscal e política monetária no Brasil: o estrangulamento imposto pela dívida externa. Nova Economia, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, 1990.

ORENSTEIN, L.; SOCHACZEWSKI, A. C. Democracia com desenvolvimento: 1956- 1961. In: ABREU, M. P. (Org.). A ordem do progresso: cem anos de política econômica republicana, 1889-1989. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1990.

PAULA, L. F. R.; ALVES JÚNIOR, A. J. External financial fragility and the 1998-1999 Brazilian currency crisis. Journal of Post Keynesian Economics, v. 22, n. 4, 2000.

PEREIRA, T. R. Endividamento externo e o ajuste financeiro da grande empresa industrial nos anos noventa: impactos da reinserção aos mercados financeiros internacionais, da abertura comercial e da estabilização sobre seus esquemas de financiamento. Dissertação (Mestrado)-Instituto de Economia da Unicamp, 1999.

PERROUX, F. O conceito de pólos de crescimento. In: SCHWARTZMAN (Org.). Economia regional: textos escolhidos. Belo Horizonte: Cedeplar, 1977.

PLIHON, D. A ascensão das finanças especulativas. Economia e Sociedade, Campinas, n. 5, dez. 1995.

PREBISCH, R. Problemas teóricos e práticos do crescimento econômico. In: BIELSCHOWSKY, R. (Org). Cinqüenta anos de pensamento na Cepal. Rio de Janeiro: Record, 2000.

RESENDE, M. F. C. Crescimento econômico, disponibilidade de divisas e importações no Brasil: um modelo de correção de erros. Pesquisa e Planejamento Econômico, v. 31, n. 2, ago. 2001.

________. Inserção internacional, arranjos financeiros e crescimento da economia brasileira. Tese (Doutorado)–Departamento de Economia da UnB, 2003.

RESENDE, M. F. C. Inserção internacional, arranjos financeiros e crescimento da economia brasileira: 1947-2003. In: ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA, 32, João Pessoa, 2004. Anais… STUDART, R. Investment finance in economic development. London: Routledge, 1995.

SUZIGAN, W.; VILLELA, A. V. Industrial policy in Brazil. Campinas: Unicamp. IE, 1997.

TAVARES, M. C. Da substituição de importações ao capitalismo financeiro: ensaios sobre a economia brasileira. Rio de Janeiro: Zahar, 1972.

________; BELLUZZO, L. G. M. Notas sobre o processo de industrialização recente no Brasil. In: BELLUZZO, L. G. M.; COUTINHO, R. (Org.). Desenvolvimento capitalista no Brasil: ensaios sobre a crise. São Paulo: Brasiliense, 1983.

ZYSMAN, J. Governments, markets and growth: financial systems and the politics of industrial change. Cornell University Press, 1983.

A Economia e Sociedade utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.