Resumo
A principal característica da situação internacional hoje em dia é a assimetria de poder que opõe os Estados Unidos ao resto do mundo. O presente ensaio tem por objetivo discutir as razões dessa predominância norte-americana. A hipótese aqui assumida é que esse quadro tem origem em dois fatos: o primeiro foi a desmonetização do ouro e a adoção de um regime de câmbio flexível, na seqüência da crise monetária do início dos anos 70; o segundo foi a reorientação da política monetária dos Estados Unidos, em 1979. A combinação desses dois fatores permitiu aos Estados Unidos libertarem-se da restrição externa na condução de sua economia e na gestão da economia internacional, pelo poder monopolista de emissão de moeda internacional sem referência a qualquer mercadoria real.
Abstract
The main characteristic of the international situation today is the difference in power that differs the United States from the rest of the world. This essay has the purpose to discuss the reasons for this North-American lead. The theory being defended here is that this situation has its origin in two facts: the first being the lost of the monetary role by gold and the adoption of a flexible exchange policy, following the monetary crisis in the beginning of the seventies. The second fact was the new direction that the US’s monetary policy took after 1979. The combination of these two events allowed the United States to be free from any outside restrictions on conducting their economy as well as on leading the international economy by the monopolist power of emitting international money without references on any real merchandise.
Key words: International economy. United States – Economic policy. International politics – NorthAmerican hegemony
Referências
CARDOSO DE MELLO, João Manuel. A contra-revolução liberal-conservadora e a tradição crítica latino-americana. In: TAVARES, Maria da Conceição, FIORI, José Luis (Org.). Poder e dinheiro – Uma economia política da globalização. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1997.
FIELDHOUSE, D.K. Imperialism – an historiographical revision. Economic History Review, 2a. série, v. 14, n. 2, dec. 1961.
HOBSON, J. A. (1902). Imperialism – a study. Michigan: Ann Arbor paperbacks, 1980.
KOEBNER, R. The concept of economic imperialism. Economic History Review, 2a. série, n.1, aug. 1949.
MALTA, M., RIBEIRO, R. T. Uma explicação do funcionamento do padrão dólar flexível. Rio de Janeiro: UFRJ. IEI, 1999. (Mimeogr.).
MARX, K. (1867). O capital. 14. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994.
MIRANDA, José Carlos. Câmbio, juros e fisco – A experiência internacional. Campinas, SP: UNICAMP. Instituto de Economia, 1992. (Tese, Doutoramento).
MOFFITT, M. O dinheiro do mundo – De Bretton Woods à beira da insolvência. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.
TAVARES , M. C. A retomada da hegemonia norte-americana. In: TAVARES, Maria da Conceição, FIORI, José Luis (Org.). Poder e dinheiro – Uma economia política da globalização. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1997 TEIXEIRA, A. O ajuste impossível – Um estudo sobre a desestruturação da ordem econômica mundial e seu impacto sobre o Brasil. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1994.
________. Estados Unidos: a ‘curta marcha’ para a hegemonia. In: FIORI, J. L. (Org.). Estados e moedas no desenvolvimento das Nações. Petrópolis: Vozes, 1999.
O periódico Economia e Sociedade disponibiliza todos os conteúdos em acesso aberto, através da plataforma SciELO, e usa uma licença aberta para preservar a integridade dos direitos autorais dos artigos em ambiente de acesso aberto.
O periódico adotou até Abril/2015 a licença Creative Commons do tipo BY-NC. A partir de Maio/2015 a licença em uso é do tipo Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), disponível no seguinte link: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt
Autores são integralmente responsáveis pelo conteúdo e informações apresentadas em seus manuscritos.
O periódico Economia e Sociedade encoraja os Autores a autoarquivar seus manuscritos aceitos, publicando-os em blogs pessoais, repositórios institucionais e mídias sociais acadêmicas, bem como postando-os em suas mídias sociais pessoais, desde que seja incluída a citação completa à versão do website da revista.