Resumo
A partir do início dos anos 80, tanto na França quanto na maior parte das economias européias, as empresas adotam um regime de financiamento baseado em fundos próprios, abandonando o regime de endividamento antes vigente. Esta aproximação ao modelo anglo-saxão, ao determinar várias mudanças no plano da empresa – como a primazia do acionista, a queda da participação dos salários no valor adicionado e a ruptura do elo entre lucro e investimento – tem também implicações macroeconômicas importantes, como o aumento da instabilidade financeira e a piora na distribuição da renda e riqueza. Recomendam-se políticas para reverter a lógica perversa da finança fundada na acumulação de fundos próprios, com o objetivo de reequilibrar a relação de forças entre trabalho e capital.
Abstract
From 1980 on, French firms – as well as firms in most European countries – migrate from the “overdraft economy” to the “autoeconomy”. The adoption of the Anglo-Saxon model determines microeconomic changes – such as the increased power of investors, the falling share of wages in value added, and slack investment rates in spite of mounting profits – with important macroeconomic consequences (more financial instability and a worsening in wealth and income distribution). Some policies are recommended to revert the perverse logic of the autoeconomy and to reequilibrate the relative forces of labour and capital.
Key words: Corporate governance. Corporate funding. Autoeconomy
Referências
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