Banner Portal
Mudanças estruturais e trabalho no Brasil
PDF

Palavras-chave

Mercado de trabalho – Brasil
Desenvolvimento econômico. Desemprego

Como Citar

MATTOSO, Jorge. Mudanças estruturais e trabalho no Brasil. Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 7, n. 1, p. 213–243, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8643152. Acesso em: 18 abr. 2024.

Resumo

Nos anos 90, a economia brasileira mudou drasticamente a sua forma de inserção na economia internacional. Até então, apresentou uma fase extremamente dinâmica de expansão da estrutura produtiva, apesar de manter enormes diferenças sociais e distributivas, ausência de um sistema democrático de relações de trabalho de democracia e ter passado pela crise da dívida externa e altas taxas de inflação nos anos 80. O processo de “inserção passiva” do Brasil realizou-se em meio à desregulamentação e liberalização financeira e às políticas de sobrevalorização cambial e de elevados juros, trazendo graves conseqüências desestruturantes tanto para os setores produtivos quanto para os trabalhadores, com maior desemprego, informalidade e precariedade do trabalho e desigualdade da renda. O aumento da heterogeneidade é expressão de resultados deletérios de processos combinados de estruturação e desestruturação produtivas vividos pela economia brasileira nos anos 90.

Abstract

The Brazilian economy’s insertion into the international economy changed abruptly in the early 1990s. Before this date, and despite the huge gaps between different social classes, the debt burden, high inflation and the absence of corporate bargaining, the industrial structure was quite coherent and dynamic. Liberalisation and financial deregulation resulted in a “passive insertion” in the global economy, a disastrous event for certain branches and sectors that was further aggravated by monetary stabilisation in 1994. Increased unemployment and inequalities, the persistent absence of democratic bargaining on the implications of productive reorganisation have been accompanied by increasing precariousness of labour. Against this background, the reorganisation of productive processes appears as an alibi for particularly brutal policy of destructuring of production apparatus.

Key-words: Labour market – Brazil. Economic development. Unemployment

PDF

Referências

ABRAMO, L. Nuevas tecnologias, difusión sectorial, empleo e trabajo en Brasil. Santiago de Chile: PREALC/OIT, 1990.

ABRANCHES, S. et al. O novo contexto da competição internacional e o posicionamento do Brasil. Rio de Janeiro: FINEP, 1994.

AGLIETTA, M. Macroeconomie financière. Paris: La Decouverte, 1995.

ALMEIDA, J. Crise econômica e reestruturação de empresas e bancos nos anos 80. Campinas: UNICAMP. IE, 1994.

________ et al. O ajuste na grande empresa privada nos anos 80. Campinas: UNICAMP. IE, 1990.

ARAUJO JÚNIOR, J. et al. Oportunidades estratégicas da indústria brasileira nos anos noventa. Rio de Janeiro: UFRJ. IEI, 1992.

ARBIX, G. Uma aposta no futuro. São Paulo: Scritta, 1996.

BALTAR, P., MATTOSO, J. Estrutura econômica e emprego no Brasil: a experiência recente. In: REIS VELLOSO, J. P. (Coord.). Brasil; desafios de um País em transformação. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1997.

BELLUZZO, L. G. M. O declínio de Bretton Woods e a emergência dos mercados globalizados. Economia e Sociedade, Campinas, n. 4, 1995.

________, ALMEIDA, J. A crise da dívida e suas repercussões sobre a economia brasileira. In: ________, BATISTA JÚNIOR, P. (Org.). A luta pela sobrevivência da moeda. São Paulo: Paz e Terra, 1990.

BERGER, S., DORE, R. (Org.). National diversity and global capitalism. Ithaca: Cornell Univ. Press, 1966.

BIELSCHOWSKY, R. Transnational corporations and the manufacturing sector in Brazil. Santiago, 1993. (Xerox) BIELSCHOWSKY, R., STUMPO, G. A internacionalização da indústria brasileira. In: BAUMAN (Org.). O Brasil e a economia global. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1996.

BRESCIANI, L. Os desejos e o limite; restruturação industrial e ação sindical no complexo automotivo brasileiro. In: LEITE, M. de P.(Org.). O trabalho em movimento. Campinas: Papirus, 1997.

________, SALERNO, M. Reestruturação produtiva e agenda sindical. São Paulo, 1995. (Xerox).

BUARQUE DE HOLANDA FILHO, S. O desempenho da indústria automobilística brasileira num contexto de competição mundial através da inovação. São Paulo: USP.

FEA, 1995. (Xerox).

CARVALHO, R. Projeto de primeiro mundo com conhecimento e trabalho do terceiro. Campinas: UNICAMP. IG, 1992.

CASTRO, N. A máquina e o equilibrista. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.

CHANDLER, A. D. Scale and scope – The dynamics of industrial capitalism.

Cambridge, Mass.: Belknap Harvard, 1990.

CHESNAIS, F. La mondialisation du capital. Paris: Syros, 1994.

________ (Coord.). La mondialisation financière. Paris: Syros, 1996.

________. La mondialisation du capital. ed. aum. Paris: Syros, 1997.

CNI/CEPAL. Investimentos na indústria brasileira. Rio de Janeiro, 1997. (Xerox).

CORIAT, B. L’atelier at le robot. Paris: Christian Bourgois, 1990.

COUTINHO, L. A fragilidade do Brasil em face da globalização. In: BAUMAN (Org.). O Brasil e a economia global. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1996.

________, BELLUZZO, L. Desenvolvimento e estabilização sob finanças globalizadas. Economia e Sociedade, Campinas, 1996 ________, FERRAZ, J. Estudo da competitividade da indústria brasileira. Campinas: Papirus, 1993.

COUTROT, T. L´entreprise néo-libérale, nouvelle utopie capitaliste?. Paris: Éditions La Découverte, 1998.

DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SÓCIOECONÔMICOS – DIEESE. Os trabalhadores frente à terceirização. São Paulo: DIEESE, 1993.

________. Trabalho e reestruturação produtiva. São Paulo: DIEESE, 1994.

DOSI, G et al. Technical change and economic theory. London: Pinter, 1988.

ERBER, F. O programa de competitividade e a política industrial. Boletim de Conjuntura. IEI, São Paulo, 1991.

________, CASSIOLATO, J. Política industrial; teoria e prática no Brasil e na OCDE. Revista de Economia Política, São Paulo, n. 17 (66), 1992.

FERRAZ, J. et al. Made in Brazil. Rio de Janeiro: Campus, 1996.

FIORI, J. L. Ajuste, transición y gobernabilidad; el enigma brasileño. Washington, DC: BID – Banque Interamericaine de Developement, 1993. (Mimeo.).

FLEURY, A., HUMPHREY, J. Recursos humanos e a difusão e adaptação de novos métodos para qualidade no Brasil. Rio de Janeiro: IPEA, 1993.

FLEURY, M. Processo e relações de trabalho no Brasil. São Paulo: Atlas, 1988.

________. Ambiente econômico e resposta empresarial; o ajuste da indústria brasileira nos anos 90. São Paulo: ILDES, 1996.

FURTADO, A et al. Capacitação tecnológica, política industrial e competitividade. Rio de Janeiro: IPEA, 1992.

GITHAY, L. Restructuración productiva, trabajo y educación en America Latina. Buenos Aires: CIID, 1994.

________, RACHID, A. Programa de qualidade, trabalho e educação. São Paulo, 1995. (Xerox).

GORENDER, J. Globalização, revolução tecnológica e relações de trabalho. São Paulo: USP. FEA, 1996.

GUTTMANN, R. How credit-money shapes the economy. New York: M.E. Sharpe, 1994.

HARVEY, D. A condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1992.

HIRATA, H. Sobre o “modelo” japonês. São Paulo: Edusp, 1983.

________. Produção de massa flexível, organização do trabalho e da empresa. São Paulo, 1996. (Xerox).

HOLLINGSWORTH, J. R The logic of coordinating American manufacturing sectors.In: CAMPBELL, J. C., HOLLINGSWORTH, J. R., LINDBERG, L. (Ed.).

Governance of tbe American economy. New York: Cambridge Press, 1991. p. 3-34.

HOLLINGSWORTH, J. R, BOYER, R. Contemporary capitalism – The embeddedness of institutions. New York: Cambridge Univ. Press, 1997.

HUMPHREY, J. The management of labour and the move towards leaner production systems in the third world; the case of Brazil. São Paulo: USP. Instituto de Estudos Avançados – IEA, 1993. (Mimeo.).

________. Japanese methods and the changing position of direct production workers. Sussex: IDS, 1991.

KAPLINSKY, R. Restructuring the capitalist labour process. Cambridge Journal of Economics, v. 12, 1988.

KERN, H., SCHUMANN, M. Limits os the division of labour. In: ECONOMIC and industrial democracy. London: Sage, 1987. v. 8.

KURZ, R. O colapso da modernização. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.

LAPLANE, M., SARTI, F. O investimento direto estrangeiro e a retomada do crescimento sustentado nos anos 90. Campinas, 1997. (Xerox) LEITE, E. Reestruturação industrial, cadeias produtivas e qualificação. In: CARLEIAL, L., VALLE, R. (Org.). Reestruturação produtiva e mercado de trabalho no Brasil. São Paulo: Hucitec, 1997.

LEITE, M. de P. Reestruturação produtiva, novas tecnologias e novas formas de gestão da mão-de-obra. In: OLIVEIRA, C. A. B. al. (Coord.). O mundo do trabalho – Crise e mudança no final do século. São Paulo: Scritta, 1994.

________. Inovación tecnológica, organización del trabajo y relaciones industriales en Brasil. Nueva Sociedad, Caracas, n. 124, mar./avr. 1993.

________, SILVA, R. A. Modernização tecnológica, relações de trabalho e práticas de resistência. São Paulo: Iglú, 1991.

LOCKE, R., KOCHAN, T. The transformation of industrial relations? A cross-national review of the evidence. In: LOCKE, R., KOCHAN, T., PIORE, M. (Ed.). Employment relations in a changing world economy. Cambridge: MIT Press, 1995.

MATTOSO, J. A desordem do trabalho. São Paulo: Scritta, 1995.

________. Emprego e concorrência desregulada; incertezas e desafios. In: OLIVEIRA, C. A. B., MATTOSO, J. (Coord.). Crise e trabalho no Brasil – Modernidade ou volta ao passado. São Paulo: Scritta, 1996.

________, POCHMANN, M. Globalização, concorrência e trabalho. Campinas: UNICAMP. IE. CESIT, 1995. (Cadernos do Cesit, n. 17).

MIRANDA, J. Reestruturação industrial em contexto macroeconômico instável; a experiência brasileira contemporânea. Santiago de Chile: CEPAL, 1994.

MOREIRA, M., CORREA, P. Abertura comercial e indústria. Rio de Janeiro: BNDES, 1996.

OHMAE, K. The borderless world. London: Fontana, 1991.

OLIVEIRA, C. A. B., MATTOSO, J. (Coord.). Crise e trabalho no Brasil – Modernidade ou volta ao passado. São Paulo: Scritta, 1996.

________ et al. (Coord.). O mundo do trabalho – Crise e mudança no final do século. São Paulo: Scritta, 1994.

PICCININI, V. et al. Estratégia sindical dos trabalhadores do setor calçadista. In: LEITE, M. (Org.). O trabalho em movimento. Campinas: Papirus, 1997.

POCHMANN, M. Mudanças e continuidade. In: OLIVEIRA, C. A. B., MATTOSO, J. (Coord.). Crise e trabalho no Brasil – Modernidade ou volta ao passado. São Paulo: Scritta, 1996.

________. Traços gerais do movimento de desestruturação do mercado de trabalho no Brasil. Campinas: UNICAMP. IE, 1997.

POLANYI, K. A grande transformação. Rio de Janeiro, Campus, 1980.

POSTHUMA, A. Japanese production techniques in brazilian components firms. Birmingham, 1990. (Xerox).

POSTHUMA, A. Técnicas japonesas de organização nas empresas de autopeças no Brasil. In: CASTRO, N. A máquina e o equilibrista. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.

PRADO, A. A difusão da automação microeletrônica na industria de autopeças brasileira e seus impactos socioeconômicos. São Paulo: DIEESE/FINEP, 1989.

RUAS, R. et al. Tecnologia e competitividade. Porto Alegre: SEBRAE, 1992.

________. Gestão de qualidade e relações interfirmas. Curitiba: ANPAD, 1994.

________, ANTUNES, E. Estruturação, progressos da qualificação e práticas de benefícios e incentivos; a questão de comprometimento. In: CARLEIAL, L., VALLE, R. (Org.). Reestruturação produtiva e mercado de trabalho no Brasil. São Paulo: Hucitec, 1997.

SALAMA, P. La financiarisation excluante; les leçons des économies latino-americaines. In: CHESNAIS, F. (Coord.). La mondialisation financière. Paris: Syros, 1996.

SALERNO, M. Modelo japonês, trabalho brasileiro. Paris, 1991. (Xerox).

SARTI, F., FURTADO, J. Estrutura e exportações industriais nos anos 80. Campinas: UNICAMP. IE, 1990.

SENAI. Perfil das atividades contribuintes do SENAI. São Paulo: DOP/SENAI, 1993.

TAUILE, J. Máquinas-ferramentas com controle numérico e seus efeitos sobre a organização da produção. Rio de Janeiro: UFRJ. IEI, 1983.

VALLE, R. Modernização industrial. In: VALLE, R., WACHENDORFER, A. (Org.). Mercado de trabalho e política industrial. São Paulo: Marco Zero, 1996

A Economia e Sociedade utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.