Banner Portal
Competências organizacionais, trajetória tecnológica e aprendizado local na agricultura: o paradoxo de Prebisch
PDF

Palavras-chave

Inovação. Trajetória tecnológica. Aprendizado. Economia agrícola. Desenvolvimento.

Como Citar

VIEIRA FILHO, José Eustáquio Ribeiro; SILVEIRA, José Maria Ferreira Jardim da. Competências organizacionais, trajetória tecnológica e aprendizado local na agricultura: o paradoxo de Prebisch. Economia e Sociedade, Campinas, SP, v. 25, n. 3, p. 599–629, 2017. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/ecos/article/view/8648333. Acesso em: 18 abr. 2024.

Resumo

O tema da inovação tecnológica na agricultura é tratado na literatura econômica primordialmente no debate sobre o desenvolvimento econômico, com destaque dado aos problemas dos países periféricos. Para entender a evolução do moderno setor agrícola, é necessário um enfoque mais amplo de debate, o qual remete ao paradoxo de Prebisch: o setor agrícola é capaz de gerar progresso técnico e valor agregado, bem como promover o desenvolvimento de regiões agroexportadoras. A inovação tecnológica não implica somente na aquisição de insumos modernos, mas na gestão do conhecimento tácito e específico incorporado nas tecnologias. A capacidade de inovar depende do gerenciamento produtivo dos agricultores. O produtor investe no intuito de incorporar novas tecnologias, aumentar o aprendizado e ampliar a capacidade de absorção de conhecimento. O estudo aponta para a importância das fontes externas de conhecimento, seja em termos do aprendizado pela experiência ou do efeito de transbordamento da acumulação de conhecimento em rede.

PDF

Referências

ACHILLADELIS, B.; SCHWARZKOPF, A.; CINES, M. The dynamics of technological innovation: the case of the chemical industry. Research Policy, v. 19, n. 1, p. 1-34, 1990.

ALCHIAN, A. A.; DEMSETZ, H. Production, information costs, and economic organization. The American Economic Review, v. 62, n. 5, p. 777-795, 1972.

ALLEN, D. W.; LUECK, D. The nature of the farm. Journal of Law and Economics, v. 41, n. 2, p. 343-386, 1998.

AOKI, M. Three-level approach to the rules of societal game: generic, substantive and operational. [s.l; s.n.], 2007.

BARDHAN, P.; UDRY, C. Technological progress and learning. In: DEVELOPMENT microeconomics. New York: Oxford University Press, 1999. chapt. 12, p. 152-167.

BARZEL, Y. Standards and the form of agreement: 2002 presidential address western economic association. Economic Inquiry, v. 42, n. 1, 2004.

BELIK, W. Políticas de segurança alimentar e nutrição na América Latina. São Paulo: Hucitec, 2004.

BELL, M.; PAVITT, K. Technological accumulation and industrial growth: contrasts between developed and developing countries. Industrial and Corporate Change, v. 2, n. 2, p. 157-210, 1993.

BISANG, R.; VARELA, L. Panorama internacional da biotecnologia en el sector agrario. In: BISANG, R.; GUTTMANN, G.; LAVARELLO, P.; SZTUWARK, S.; DIAS, Y. A. (Ed.). Biotecnologia y desarrolloe: um modelo para armar en Argentina. Buenos Aires: Prometeo Libros, 2008. p. 25-62.

BRESCHI, S.; MALERBA, F.; ORSENIGO, L. Technological regimes and Schumpeterian patterns of innovation. The Economic Journal, v. 110, n. 463,

p. 388-410, 2000.

BROUSSEAU, E.; RAYNAUD, E. Climbing the hierarchical ladders of rules: the dynamics of institutional framework. Paris: West University Nanterre La Défense X, 2008.

BUAINAIN, A. M., SOUZA FILHO, H. M.; Silveira, J. M. F. Inovação tecnológica na agricultura e a agricultura familiar. In: Inovação nas tradições da agricultura familiar, D. M. de Albuquerque Lima; J. Wilkinson, ed. Paralelo15. 2002

CEPAL. La hora de la igualdad: brechas por cerrar, caminhos por abrir. Santiago de Chile: Comissão Econômica para o Desenvolvimento da América Latina e do Caribe, 2010.

CHIAROMONTE, F.; DOSI, G. The micro foundations of competitiveness and their macroeconomic implications. In: FREEMAN, C.; FORAY, D. (Ed.). Technology and the wealth of nations: the dynamics of constructed advantages. London: Pinter Publishers, 1992. p. 107-134.

CIMOLI, M. Heterogeneidad structural asimetrías tecnológicas y crescimiento en América Latina. Santiago de Chile: Cepal, 2005.

CIMOLI, M.; PRIMI, A.; PUGNO, M. Um modelo de bajo crecimiento: la informalidade como restricción estructural. Revista de la Cepal, v. 1, n. 88, p. 89-107, 2006.

COCHRANE, W. W. Farm prices: myth and reality. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1958.

COHEN, W. M.; LEVINTHAL, D. A. Innovation and learning: the two faces of R&D. The Economic Journal, v. 99, n. 397, p. 569-596, 1989.

COWAN, R.; JONARD, N. The dynamics of collective invention. Journal of Economic Behavior and Organization, v. 52, p.513-532, 2003.

DOSI, G. Technical change and industrial transformation. New York: St. Martin’s Press, 1984.

DOSI, G. Sources, procedures, and microeconomic effects of innovation. Journal of Economic Literature, v. 26, n.3, p. 1120-1171, 1988.

DOSI, G.; FAILLO, M.; MARENGO, L. Organizational capabilities, patterns of knowledge accumulation and governance structures in business firms: an introduction. Pisa, Italy: Laboratory of Economics and Management / Sant’Anna School of Advanced Studies, 2003. (Paper Series, 2003/11).

ESPOSTI, R. Public agricultural R&D design and technological spill-ins: a dynamic model. Research Policy, v. 31, n. 5, p. 693-717, 2002.

EVENSON, R. E.; KISLEV, Y. Research and productivity in wheat and maize. Journal of Political Economy, v. 81, n. 6, p. 1309-1329, 1973.

FAO. La situation mondiale de l’alimentation et de l’agriculture. [s.l.]: The State of Food and Agriculture – SOFA / Food Agriculture Organization, 2000.

FAVARETO, A. S. Paradigmas do desenvolvimento rural em questão. São Paulo: Iglu. 2007

FLIGSTEIN, N. Myths of the market. In: EBNER, A.; BECK, N. (Ed.). The institutions of the market: organizations, social systems, and governance. NewYork: Oxford University Press, 2008.

FORAY, D. Les modèles de competition technologique: une revue de la littérature. Revue d’Économie Industrielle, v. 48, n. 1, p. 16-34, 1989.

FORNAZIER, A.; VIEIRA FILHO, J. E. R. Heterogeneidade estrutural no setor agropecuário brasileiro: evidências a partir do censo agropecuário de 2006. Brasília: Ipea, 2012. (Texto para Discussão, n. 1708).

FOSS, K.; FOSS, N. Assets, attributes, and owership. [s.l.]: Institut for Industriøkonomi og Virksomhedsstrategi, 2000. (Technical Report).

FOSTER, A. D.; ROSENZWEIG, M. R. Learning by doing and learning from others: human capital and technical change in agriculture. Journal of Political Economy, v. 103, n. 6, p. 1176-1209, 1995.

GASQUES, J. G.; BASTOS, E. T.; BACHI, M. R. P.; VALDES, C. Produtividade total dos fatores e transformações da agricultura brasileira: análise dos dados dos censos agropecuários. In: GASQUES, J. G.; VIEIRA FILHO, J. E. R.; NAVARRO, Z. (Ed.). A agricultura brasileira: desempenho, desafios e perspectivas. Brasília: Ipea, 2010. Chapt. 1, p. 19-44.

GASQUES, J. G.; RESENDE, G. C., VERDE, C. M. V., SALERMO, M. S., CONCEIÇÃO, J. C. P. R.; CARVALHO, J. C. S. Desempenho e crescimento do agronegócio no Brasil. Brasília: Ipea, 2004. (Texto para Discussão, n. 1009).

GYLFASON, T.; ZOEGA, G. Natural resources and economic growth: the role of investment. The World Economy, v. 29, n. 8, p. 1091-1115, 2006.

HAYAMI, Y. K.; RUTTAN, V. W. Agricultural development: an international perspective. rev. ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1985.

JOHNSON, D. K. N.; EVENSON, R. E. How far away is Africa? Technological spillovers to agriculture and productivity. American Agricultural Economics Association, v. 82, p.743-749, 2000.

KATZ, J. Reformas estructurales, productividad y conducta tecnológica. Santiago de Chile: Cepal, 2000.

KLEVORICK, A. K., LEVIN, R. C., NELSON, R. R.; WINTER, S. G. On the sources and significance of interindustry differences in technological opportunities. Research Policy, v. 24, n. 2, p. 185-205, 1995.

MALERBA, F. Sectoral system of innovation and production. Research Policy,

v. 31, n. 2, p. 247-264, 2002.

MALERBA, F.; ORSENIGO, L. Schumpeterian patterns of innovation are technology-specific. Research Policy, v. 25, n. 3, p. 451-478, 1996.

MATTSON, J.; KOO, W. W. Forces reshaping world agriculture., Fargo, ND: North Dakota State University. 2006. (Agribusiness Applied Economics Report,

n. 582).

MAZOYER, M.; ROUDART, L. História das agriculturas do mundo: do neolítico à crise contemporânea. [s.l.]: Instituto Piaget, 2001.

MELLO, F. H. Agricultura, energia e recessão econômica. Revista de Economia Política, v. 3, n. 2, p. 51-67, 1983.

METCALFE, J. S. Evolutionary economics and creative destruction. 3. ed. London: Routledge, 2002.

MOWERY, D. C.; ROSENBERG, N. Trajetórias da inovação: a mudança tecnológica nos Estados Unidos da América no século XX. Campinas: Unicamp, 2005.

MURAKAMI, T. G. L. As redes de valor do conhecimento como geradoras e difusoras do progresso técnico para atividades agropecuárias: o caso da avicultura brasileira. Thesis (Master)–Unicamp, Campinas, 2010.

NELSON, R. R.; WINTER, S. G. In search of useful theory of innovation. Research Policy, v. 6, n. 1, p. 36-76, 1977.

NELSON, R. R.; WINTER, S. G. An evolutionary theory of economic change. Massachusetts: Harvard University Press, 1982.

NOHLEN, D.; STURM, R. La heterogeneidad estructural como concepto básico en la teoría de desarrollo. Revista de Estudos Políticos, v. 1, n. 28, p. 45-74, 1982.

OLTRA, V. Politiques technologiques et dynamique industrielle. Thesis (PhD)–Faculte dês Sciences Economiques et de Gestion, Université Louis Pasteur Strasbourg I, 1997.

PARADYIL, G. The green revolution in India: a case study in technological change. Technology and Culture, v. 33, n. 4, p.737-756, 1992.

PARADYIL, G. Mapping technological trajectories of the green revolution and the gene revolution from modernization to globalization. Research Policy,

v. 32, p. 971-990, 2003.

PAVITT, K. Sectoral patterns of technical change: towards a taxonomy and a theory. Research Policy, v. 13, n. 6, p. 343-373, 1984.

PEREZ, C. Dinamismo tecnológico e inclusión social en America Latina: uma estratégia de desarrollo productivo baseada en recursos naturales. Revista de la Cepal, v. 1, n. 100, p. 123-145, 2010.

PINTO, A. Natureza e implicações da heterogeneidade estrutural da América Latina. El Trimestre Económico, v. 37, n. 1, (145), 1970.

POSSAS, M. L.; SALLES-FILHO, S.; SILVEIRA, J. M. An evolutionary approach to technological innovation in agriculture: some preliminary remarks. Research Policy, v. 25, n. 6, p. 933-945, 1996.

PREBISCH, R. O desenvolvimento econômico da América Latina e alguns de seus problemas principais. In: BIELSCHOWSKY, R. Cinquenta anos de pensamento da Cepal. Rio de Janeiro: Record, 2000. p. 69-136.

SADOULET, E.; DE JANVRY, A. Transactions costs and agrarian institutions. In: SADOULET; E.: DE JANVRY, A. (Ed.). Quantitative development policy analysis. Baltimore, Maryland: The Johns Hopkins University Press, 1995. Chapt. 9, p. 241-272.

SAHAL, D. Patterns of technological innovation. Boston: Addison-Wesley, 1981.

SAHAL, D. Technological guideposts and innovation avenues. Research Policy,

v. 14, n. 2, p. 61-82, 1985.

SILVEIRA, J. M. F.; BORGES, I. C.; FONSECA, M. G. D. Biotecnologia e desenvolvimento de mercados: novos desafios, novos conceitos? In: RAMOS, P. (Ed.). Dimensões do agronegócio brasileiro: políticas, instituições e perspectivas. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Agrário, 2007. p. 318-357.

SMEDSHAUG, C. A. Feeding the world in the 21st century: a historical analysis of agriculture and society. London: Anthem Press, 2010.

SUNKEL, O.; INFANTE, R. Hacia un desarrollo inclusivo el caso de Chile. Santiago de Chile: Cepal, 2009.

TAVARES, M. C. Da substituição de importações ao capitalismo financeiro: ensaios sobre a economia brasileira. Rio de Janeiro: Zahar, 1972.

TEECE, D. J. Economies of scope and the scope of the enterprise. Journal of Economic Behavior and Organization, v. 1, n. 3, p. 223-247, 1980.

TEECE, D. J.; PISANO, G.; SHUEN, A. Dynamic capabilities and strategic management. Strategic Management Journal, v. 18, n. 7, p. 509-533, 1997.

TRIGO, E.; CHUDNOVSKY, D.; CAP, E.; LÓPEZ, A. Genetically modified crops in Argentine agriculture: an open ended story. Buenos Aires: Libros del Zorzal, 2002.

VEIGA, J. E. Uma linha estratégica de desenvolvimento agrícola. Revista de Economia Política. v. 12, n. 2, p. 88-105, abr./jun. 1992.

VIEIRA FILHO, J. E. R. Technological trajectories and learning in agricultural sector. In: THE GLOBELICS International Conference, 10th, 2012.

VIEIRA FILHO, J. E. R. Heterogeneidad estructural de la agricultura familiar en el Brasil. Revista de la Cepal, v. 111, p. 103-121, 2013.

VIEIRA FILHO, J. E. R. Inovação tecnológica e aprendizado agrícola: uma abordagem schumpeteriana. Tese (Doutorado)–Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2009.

VIEIRA FILHO, J. E. R.; SILVEIRA, J. M. F. Modelo evolucionário de aprendizado agrícola. Revista Brasileira de Inovação, v. 10, n. 2, p. 265-300, 2011.

VIEIRA FILHO, J. E. R.; CAMPOS, A. C.; FERREIRA, C. M. C. Abordagem alternativa do crescimento agrícola: um modelo de dinâmica evolucionária. Revista Brasileira de Inovação, v. 4, n. 2, p. 425-476, 2009.

VIEIRA FILHO, J. E. R.; SANTOS, G. R.; FORNAZIER, A. Distribuição produtiva e tecnológica da agricultura brasileira e sua heterogeneidade estrutural. Brasília: Cepal/Ipea, 2013. (Texto para Discussão, n. 54).

WORLD BANK. Agriculture for development. World Development Report 2008, Washington, DC: World Bank, 2008.

WRIGHT, B. D. Grand missions of agricultural innovation. Research Policy, n. 41, p. 1716-1728, 2012.

A Economia e Sociedade utiliza a licença do Creative Commons (CC), preservando assim, a integridade dos artigos em ambiente de acesso aberto.

Downloads

Não há dados estatísticos.